Fevereiro 17, 2012
Socorro! Estou a ser roubada!…
Publicado por: Milu : Categoria: FLAGRANTES DA VIDA, Socorro! Estou a ser...
Hoje, ao abrir a caixa do correio, levei aquilo a que se pode chamar um valente murro no estômago. Tinha uma carta das finanças! A dita carta notifica-me sobre a actualização do Valor Patrimonial Tributário do meu apartamento.
Tendo em conta, que em tempos fui informada, que se não fosse detentora de um património que excedesse um determinado valor, e se, também, não auferisse de rendimentos mais de que uma certa quantia, poderia requerer a isenção do pagamento deste imposto, assim que terminasse a isenção que resultou da compra do apartamento e da qual gozei durante um prazo de dez anos. Como esse prazo terminou no ano transacto, em 2011, tive logo o cuidado de no início deste ano, em Janeiro, deslocar-me ao departamento das finanças locais para dar despacho ao assunto. Calculem o meu espanto, quando me disseram que isso já tinha acabado, que a isenção do IMi agora só é possível para quem comprar casa em 2012. Incrédula indaguei se não tinha sido criada uma lei qualquer especialmente destinada a salvaguardar situações especiais, como por exemplo, quando a pessoa não aufere um rendimento suficiente, porque não basta a boa vontade, é preciso ter com que pagar. De onde não há, não se pode tirar, esta é uma verdade insofismável! Que não, que isso tinha acabado. Agora é assim: paga e não bufes…
Como podem calcular o meu espírito ficou de rastos, mas imaginem como eu fiquei quando vi agora que o apartamento foi avaliado em 48.300,00 euros. Isto é, em 1998, ano em que foi inscrito foi avaliado em 22.194,51 euros. Em 2002 foi actualizado para 27.038, 07 euros. Hoje, recebo a notificação do novo valor 48.300,00 euros. Dois pontos a destacar disto tudo: Primeiro – Aumento brutal e colossal do Valor Patrimonial Tributável. Segundo – Fim de isenção por baixos rendimentos. Resultado, tudo foi preparado para sacar o mais que se puder.
A pergunta que se impõe, perante este estado de coisas é a seguinte:
O que fazer?
Aguardam-se sugestões! Mas não vale essa de assaltar um banco ou uma ourivesaria. O meu humor está a começar a ficar negro… 😛
Fevereiro 17th, 2012 as 22:23
Ora muito bem, vamos lá a ver que sugestões é que eu posso aqui deixar, talvez que também sirvam para outros leitores que por aqui passem, que passam, bem o sei, e, se ainda não estão por dentro do assunto deste post será melhor mentalizarem-se para os aumentos do IMI que por aí vêem.
Pois, há duas hipóteses:
1- Reclamar contra a nova avaliação. Para o efeito é preciso requerer outra avaliação, por avaliador certificado, a expensas do reclamante, apresentar a reclamação e aguardar. O mais provável é a reclamação não ser aceite porque a avaliação oficial assenta em parâmetros já muito bem definidos e que constam do cadastro do imóvel. Consequentemente, aplicando a taxa do IMI sobre o novo valor tributável, superior ao anterior, em média 10%, só haverá que pagar o respectivo pagamento;
2- Não querendo ou não podendo, o sistema fiscal funciona impecavelmente; em pouquíssimo tempo a casa é penhorada.
Et voilá, O Estado no seu melhor: quero, posso e mando.
A minha solidariedade, um beijinho de qualquer modo, que a mim deve-me estar a acontecer o mesmo não tarda nada, que a minha casa foi avaliada pela última vez em 2003.
Portanto…
Fevereiro 18th, 2012 as 6:03
Olá António
Muito obrigada pela ajuda, mas já agora: uma casa hipotecada ao banco, porque eu tenho um empréstimo, pode ser penhorada? Porque se a casa estivesse paga que se lixasse, havia de ter dinheiro para o IMI, mas assim a pagar casa e IMI, é demais para mim!
Um beijinho.
Fevereiro 18th, 2012 as 17:29
E nesta época tomares tu que te dessem os 48 mil.
Estou como milhares nesta situação. Tenho uma casa que comprei por 300 mil euros em 2008. Comprei nova e reconheço tem mordomias. Todavia, por não gostar de viver aqui tencionava vende-la. Coloquei-a à venda…
estava disposto a entregar por 250 mil. Mas a quem?…
A minha sorte é que não tenho empréstimo bancário. No entanto já estou pronto para por as barbas de molho com a nova avaliação.
Não sei como solucionar.
o meu abraço
Fevereiro 18th, 2012 as 17:35
Não sei se a casa pode ser penhorada, mas pode o ordenado. Temos de pagar e não bufar!
Beijinho
Fevereiro 19th, 2012 as 18:05
Não se pagando entra em divida, portanto o fisco pode penhorar. Como primeira penhora, todavia a primeira é hipoteca.
vai ás finanças e pede que te autorizem a pagar a contribuição em prestações. Eles autorizam, mas só depois de já estar em execuções fiscais, Quer dizer pagamos mais uma data de massas.
Beijo
Fevereiro 19th, 2012 as 19:54
Ó Zé, com uma casa desse valor não vais ter boas notícias no respeitante ao IMI, mas isso é como tudo. Quanto maior é a nau maior é a tormenta, mas eu tenho um humilde apartamento, que comprei na intenção de deixar um tecto ao meu filho no caso de eu ir desta para melhor. Nestes casos, em que o imposto diz respeito à residência permanente e ainda para mais modesta, o imposto deveria ser de valor simbólico, assim desta maneira é que não. As pessoas estão a ser sugadas, é revoltante…
Fevereiro 19th, 2012 as 20:07
Olha Lino,a isto se chama trabalhar para aquecer. Penso que são valores demasiados altos para um simples apartamento para residência permanente.
Fevereiro 26th, 2012 as 21:05
Finalmente reparei que regressas-te ás lides blogosféricas e pelo que constato por este post com uma indignação absolutamente compreensível. Numa altura em que o mercado imobiliário está a preço de saldo e nem mesmo assim se vende como é possível as finanças valorizarem-te o apartamento da forma como o fizeram. Só mesmo como escreves para sacarem. Aliás os saqueadores neste país estão representados pelo governo e respectivos departamentos que deles dependem. Mas como deves calcular com as entidades saqueadoras nunca se leva a melhor. Temo que não te resta alternativa que não seja a de suportar o IMI resultante da avaliação brutal que foi feita. Um beijinho.