“Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito.”
Osho
O que posso dizer sobre o post de hoje? – Digo que fico sempre sensibilizada e eterna admiradora de todo o homem que tem a lucidez de espírito e a coragem de defender a mulher, muitas vezes em detrimento do próprio homem, por conseguinte, em detrimento de si mesmo.
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“Ao longo de toda a história, o homem tem tentado exercer uma estratégia política sobre as mulheres – diz que ela é inferior a si.
E convenceu a própria mulher.
E houve razões para a mulher se achar desprotegida e ser obrigada a aceitar essa ideia tão horrenda e que é absolutamente absurda.
A mulher nem é inferior nem superior ao homem.
Mulher e homem pertencem a duas categorias diferentes da Humanidade – não são comparáveis.
A própria comparação em si é idiota, e se o leitor começar a fazer comparações encontrará dificuldades.
E porque é que, em todo o mundo, a mulher foi proclamada inferior ao homem? Porque essa era a única maneira de a manter em servidão, de fazer dela uma escrava. Era mais fácil. Se ela fosse igual a si, poderia haver problemas; a mulher tinha de ser condicionada à ideia de ser inferior. E as razões apresentadas foram que ela tem menos força muscular; que é mais baixa. Que não produziu nenhuma filosofia, nenhuma teologia; que não fundou nenhuma religião. Que não houve artistas femininas de relevo na arte, na música, na pintura – o que demonstra que ela não possui inteligência suficiente, que não é uma intelectual.
Ora bem, ao decidir compará-los desta maneira, poder-se-á facilmente convencer a mulher de que ela é inferior.
Mas isso é uma maneira astuciosa.
Há também que comparar outras coisas.
A mulher pode pôr no mundo uma criança, o homem não. Ele é indubitavelmente inferior, não pode ser mãe. A natureza não lhe concedeu essa responsabilidade toda, sabendo que ele é inferior.
(…)
A mãe carrega o filho durante nove meses e assume todo o incómodo de carregar o filho. E não é tarefa fácil!
E depois dá à luz a criança… que é praticamente o mesmo que passar pela morte.
Depois cria o filho durante anos – e antigamente a mulher estava permanentemente a dar à luz.
Que tempo lhe foi deixado para ela se tornar uma grande música, uma poetisa, uma pintora?
Foi-lhe concedido algum tempo?
Estava permanentemente grávida ou a tomar conta dos filhos que dera à luz.
E governava a casa para que o homem pudesse contemplar coisas mais elevadas.
Unicamente por um dia, durante vinte e quatro horas, troque as suas tarefas com as dela. Deixe que ela contemple, crie poesia ou música, e durante vinte e quatro horas o leitor toma conta dos filhos, da cozinha, da casa. E depois verá quem é superior! Bastarão apenas vinte e quatro horas para lhe provar que tomar conta de tantas crianças é como estar dentro de um manicómio. Elas não são tão inocentes como parecem. São tão mal comportadas quanto o possa conceber e fazem toda a espécie de travessuras. Não o deixarão em paz nem um só momento: requerem a sua atenção permanente – o que talvez seja uma necessidade natural – Atenção é alimento.
Passe um só dia a cozinhar para a família e para os convidados e o leitor reconhecerá que, em vinte e quatro horas, viveu a experiência do inferno e esquecerá toda e qualquer ideia sobre a sua superioridade. Porque nessas vinte e quatro horas o leitor não pensará, nem sequer por uma fracção de segundo, em teologia, filosofia ou religião.”
Bibliografia
OSHO. (2013). Intuição. Conhecer para além da lógica. Bertrand Editora. Lisboa. pp. 88-90.