Uma Mãe Irresistível

Publicado por: Milu  :  Categoria: Uma Mãe Irresistível

Uma Mãe Irresistível
de
Polly Williams

Terça-Feira, 12 de Agosto de 2008

Polly Williams é jornalista e já colaborou com as revistas You, In Style, Dased and Confused, assim como, com alguns jornais, tais como: Sunday Times e The Independent. É casada e vive em Londres com o marido e o filho. Este é o seu primeiro romance.

Este livro pretende ser uma narrativa do mundo feminino numa situação pós-parto. É por demais conhecido que, a gravidez provoca na mulher, um singular estado de espírito, que se caracteriza por uma vivência de sentimentos algo lânguidos. É necessário! Para uma gestação plena e preservação do bem-estar do bebé, a futura mãe, deve sentir-se como que a flutuar num mar sereno, ou, como é costume dizer-se, “em estado de graça”, entendendo-se aqui “graça” como “santidade”. Neste período, o que verdadeiramente conta, é o ser que vai nascer, tudo o mais adquire uma importância relativa. Mãe e filho vão dar-se um ao outro!… A transformação operada, na personalidade da mulher, deve-se à franca actividade hormonal, processada nesta altura, com o fim de a preparar para a maternidade, assim como, para os tempos que se avizinham: Noites mal dormidas ou em branco, receios e medos diversos, felizmente, quase sempre infundados. Enfim, inumeráveis canseiras!… É neste contexto que Amy, a personagem e narradora se abandona ao desleixo descuidando a sua figura o que, de certo modo, lhe provoca uma insegurança agravada devido à  inquietante dúvida acerca da fidelidade do Joe, o marido. Vive angustiada, devendo-se este mal-estar,  também, à  imprudência de se comparar com as amigas, aparentemente nada afectadas pela recente maternidade, mantendo-se bem cuidadas e entusiasmadas, exactamente por isso.

Atrevo-me a dizer que a narradora não faz mais do que uma caricatura dos acontecimentos que normalmente têm lugar neste período. Pecou por excesso! Talvez tenha sido por isso que não me ri! Achei graça, é certo, mas os meus lábios não chegaram a desenhar o esboço do sorriso que seria de esperar. Provavelmente sou eu que ando demasiado crispada, com a vida e comigo, sei lá! Gostaria, no entanto, que a narradora tivesse usado um estilo mais subtil. A pura alusão ou sugestão é, por vezes, mais eficaz!

Amy, transmite ao leitor, uma imagem pouco favorável de si mesma. Uma coisa é o desleixo habitual nesta altura, não fazer a depilação há um ror de tempo, não cuidar o cabelo, as sobrancelhas, etc. Outra coisa é um dia acordar e decidir querer fazer tudo isso num salão de beleza rasca, onde a higiene é deficitária! O “não te rales”, característico da serenidade ganha na gravidez, julgo e creio bem que, não chega a tanto!…
A forma como a narradora descreve a sua filha Evie é simplesmente sublime, tenho que o dizer! Consigo sempre imaginar os cenários descritos… Bebé é mesmo aquilo!…

Lá para o final, quando Joe abandona o lar, torna-se um livro triste, apesar de ser aqui que gostei verdadeiramente, talvez por ser  uma situação verosímil. Finalmente a personagem encontrou-se a si mesma, por um triz teria sido tarde demais, mas tal como nos filmes convém que qualquer livro tenha um final feliz!