“Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.”
Simone Beauvoir
O meu post de hoje teve como ponto de partida a minha indignação com o artigo publicado por Joana Bento Rodrigues que pode ser lido aqui.
Neste artigo, Joana Bento Rodrigues, médica de profissão, fez algumas afirmações através das quais pretendeu atribuir uma natureza à mulher, que me esforçarei aqui por rebater, uma vez que as suas afirmações não são mais do que arquétipos. Entende-se como arquétipo, neste âmbito, as expressões da influência de experiências e memórias de nossos antepassados, que interferem na nossa formação que pode ser copiado, moldado, padronizado ou estimulado para ser seguido e vivido.
Eventualmente, alguns trechos deste meu post que abordam a maternidade, poderão impressionar e chocar quem tiver a curiosidade e a paciência de o ler. Também poderá parecer que este post coloca mal a mulher, pois que contribui para destruir aquela imagem de mulher ideal tão acarinhada pela sociedade patriarcal, e que sobrevive até hoje. Mas o que me move verdadeiramente é a reposição da verdade. Da verdade histórica. Da verdade pura e dura.
O método que utilizo para a elaboração dos meus posts apoia-se em fontes abertas. Fontes estas que estão acessíveis a qualquer pessoa através dos livros e ou da Internet. Depois é só uma questão de tempo, paciência e capacidade para relacionar toda a informação. A lógica do meu trabalho parte do princípio de que é obrigação de todos nós, que intervimos no espaço público, contribuir para a difusão da verdade oficial, com factos e provas documentáveis que estejam acessíveis a todos. O conhecimento é uma vantagem, pelo que se deve adquirir e compartilhar. Posto isto, tenha-se em conta que não são as minhas ideias que aqui se discutem, mas sim a verdade comprovada pela História.
Vamos então às afirmações da Senhora Doutora Médica Joana Bento Rodrigues, e assistam como elas não fazem sentido perante a verdade histórica, que todos poderão comprovar nos livros que constarão da bibliografia registada no final deste post.
Informo que, para não alongar demasiado este post, apenas será focado o “potencial matrimonial” e o “potencial maternal”, tendo em conta que Joana Rodrigues os considerou como fazendo parte da natureza da mulher, logo, um essencialismo.
Falar em essencialismos acerca da natureza do ser humano é como entrar em areias movediças. Porque, seguramente, o que poderemos considerar como próprio da natureza do ser humano é a sua capacidade de criar e de transformar. O ser humano é criador, cria cultura, e esta não é estática, é dinâmica. Vamos mudando a nossa maneira de encarar o mundo quer devido a contingências ambientais, quer por transformações da consciência social. Tudo o que fazemos, aquilo de que gostamos, o que desejamos, etc, é determinado pela cultura do meio em vivemos. Ainda assim, o indivíduo pode sempre recusar-se a aceitar as regras que lhe são propostas pela sua sociedade de pertença, mas isto já é outro assunto que não interessa agora abordar.
Diz a Dra. Rodrigues que:
[A mulher feminista] “optou por se objectificar, pretendendo ser apenas fonte de desejo em relações casuais, rejeitando todo o seu potencial feminino, matrimonial e maternal.”
“O potencial matrimonial reside, precisamente, no amparo e na necessidade de segurança. A mulher gosta de se sentir útil, de ser a retaguarda e de criar a estabilidade familiar, para que o marido possa ser profissionalmente bem sucedido.”
“O potencial da maternidade é algo biológico! A mulher é provida de um encanto, de uma ternura, que só se encontra na sua relação com os filhos. Ela é o porto de abrigo das crianças.”
“Nela [mulher] reside a arte do cuidar e do mimar.”
A verdade histórica:
Se nos reportarmos, por exemplo, ao tempo da “pedra lascada”, facilmente constatamos que a preocupação primordial dos seres humanos era prover o seu sustento. Naquele tempo, sem saber ler nem escrever, não havia Bíblias para lhes engendrar nas mentes a ideia do pecado ou de outros interditos. Assim, e no que respeita à sexualidade, estes nossos antepassados viviam em liberdade sexual, obedecendo aos seus mais primários instintos. Por isso, e só depois de ter sido feita a descoberta de que o homem também tinha parte activa na procriação, muito embora desconhecessem o processo, a descendência só podia, originariamente, ser contada segundo a linha materna, de mãe para mãe (…) e que esta posição originária das mães, como únicos progenitores seguros dos seus filhos, lhes garantia, bem como às mulheres em geral, uma posição social superior à que alguma vez desde então voltaram a possuir.” (Engels, 1985: 17-18).
“(…) sabia-se quem era a mãe de uma criança mas não quem era o pai e, por isso, o parentesco só era contado segundo a linha feminina, com exclusão da masculina: era o direito materno” (Engels, 1985:19).
Contudo, com a sedentarização, consequência da descoberta da agricultura e pastorícia, que deu lugar à apropriação de terras, a organização social então vigente conheceu uma transformação:
“À medida que as riquezas aumentavam, por um lado elas iam dando ao homem uma posição mais importante que à mulher na família e, por outro, geravam um impulso para utilizar essa posição reforçada para modificar, em favor dos filhos, a ordem de sucessão tradicional. (…) Bastou a simples decisão de que, de futuro, os descendentes dos companheiros masculinos deveriam permanecer nas gens, mas que os descendentes dos femininos deveriam ser dela excluídos (…). Deste modo tinham sido derrubados o estabelecimento da descendência por linha feminina e o direito de herança materno e introduzido o direito de herança paterno e a linha de descendência masculina.” (Engels, 1985:68).
“O derrube do direito materno foi a derrota do sexo feminino na história universal. O homem tomou o leme mesmo em casa, a mulher foi degradada, servilizada, tornou-se escrava do prazer dele e mero instrumento de reprodução. Esta posição rebaixada da mulher, tal como nos aparece abertamente, nomeadamente entre os tempos clássicos, é gradualmente embelezada e disfarçada, revestindo-se também, em alguns lugares, de formas mais suaves, mas não de forma nenhuma eliminada. O primeiro efeito da dominação exclusiva dos homens então instituída aparece na forma intermédia da família patriarcal, que então surgia.
De acordo com documentos históricos, o “potencial matrimonial” que a Senhora Doutora Rodrigues refere como sendo um atributo próprio da natureza da mulher é uma falácia. A verdade é que o casamento tal como o conhecemos, singular e monogâmico, surge com a instituição da propriedade privada, depois do homem acumular riqueza e a necessidade de a transmitir para alguém do seu sangue, seguramente do seu sangue, para que este continuasse a sua obra. Ler o livro “A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado”. Também pode ler aqui um pequeno excerto.
É a propriedade privada e a cultura que então se criou que está na base da instituição do casamento e não no pendor da mulher para tal. Ler também o livro “As Damas do Séc. XII. Lembrança das Antepassadas” para constatar como a mulher era tratada como uma mercadoria e como se davam meninas, ainda muito crianças, em casamento, por razões que tinham a ver com a propriedade e heranças. Ler aqui um excerto desta obra.
É com o evento da Revolução Industrial que se difunde uma ordem social que remete a mulher casada para o lar, incumbida de desempenhar os papéis considerados apropriados à feminilidade. A cuidadora e zeladora da harmonia familiar para que o marido ficasse mais disponível para o desempenho de uma profissão. Trata-se da família do tipo nuclear, composta pelos filhos e respectivos progenitores. Assim, a mulher assume o papel expressivo (gestão do cuidar e dos afectos) e o homem o papel operativo ou instrumental (papel do chefe de família com a responsabilidade de angariar o sustento da família).
O casamento passa agora, pós revolução industrial, a obedecer a critérios de escolha pessoal, guiado por normas de afeição e de amor romântico. O homem e a mulher têm diferentes posições no seio da família, a mulher fica encarregue da educação dos filhos e o homem é o ganha-pão. Em meados do século XX estava generalizado o sentimento de que a família é ou deveria ser um mundo privado, de realizações pessoais, onde imperasse carinho, afectividade, protecção, estímulo à educação e formação. Ler aqui sobre família nuclear.
Também foi a partir destas condições que se engendrou a ideia de que a mulher tem características específicas para os cuidados, considerando-se então que estariam talhadas para desempenhar funções como enfermeiras e professoras. Outras profissões que exigissem raciocínios complicados, elaborados, claro, eram só para os homens!… E esta ideia formatou o nosso pensamento. Vinga ainda nos nossos dias e vingará até um dia cair no ridículo.
Como pudemos constatar, pelo que já aqui foi descrito, todas estas mudanças foram fruto de circunstâncias que foram conduzindo à ordem social patriarcal que ainda hoje vigora. Nada disto tem a ver com uma suposta natureza humana da mulher para o casamento e para um estado de submissão e dependência da mulher.
Eis-nos finalmente chegados à discussão focada no “potencial maternal”. Atentemos no que nos narra a História:
Excertos retirado da obra “A Formação da Família Moderna” de Edward Shorter , professor de História na Universidade de Toronto.
“Na sociedade tradicional, as mães assistiam com indiferença ao desenvolvimento e felicidade das crianças com menos de dois anos.”
“Note o leitor que são os bebés e não os «filhos» em geral que constituem o tema deste capítulo” (Shorter, 1975: 183).
“Foi o historiador social Philippe Ariès o pioneiro que primeiro defendeu que a indiferença materna aos bebés caracterizava a sociedade tradicional. (…) concluiu que as crianças pequenas eram consideradas, na Idade Média, criaturas aparte das outras pessoas. (…) Ariès argumentava que, entre os grupos da grande burguesia e dos nobres, em cujos testemunhos se apoia, este modelo de indiferença começou a ceder por volta dos séculos XVI e XVII. E terá provavelmente razão em relação a estas classes. Mas entre a gente vulgar, de quem me ocupo, esta despreocupação tradicional persistiu pelo menos até ao último quartel do século XVIII e, nalgumas classes e regiões, até bastante mais tarde” (Shorter, 1975: 184).
“(…) a prática quase universal de o deixar sozinho [o bebé] por longos períodos de tempo.
(…) os pais deixam que as crianças fiquem a assar no meio das suas próprias fezes horas a fio, muito apertadas em cueiros; de que as crianças que ficam ao abandono defronte da lareira morrem quando as suas roupas se incendeiam, e de que os bebés ficavam sem vigilância eram atacados e comidos pelos porcos” (Shorter, 1975: 185).
“As mães deixavam simplesmente os bebés moribundos «abandonados na sarjeta e a apodrecer nas estrumeiras de Londres” (Shorter, 1975: 187).
“Evidentemente que havia circunstâncias em que a morte infantil era recebida com menos serenidade, como quando a mãe morria juntamente com o primeiro filho no parto, pois isso implicava que o marido devolvesse o dote da mulher aos parentes dela. Mas em especial com o terceiro ou quarto filho, a morte era encarada como uma bênção, tanto para os filhos como para os pais. No condado de Haidau, na Baviera, «as pessoas ficam geralmente contentes com a morte rápida dos filhos e dizem que ‘eles ficam bem’» (Shorter, 1975: 188).
“Qualquer enjeitado com mais de um ano podia ser legítimo (pela lógica de que as mães solteiras abandonavam o filho o mais cedo possível) (…). Podemos calcular que entre um décimo e um quarto de enjeitados eram legítimos. Isto quer dizer que, num dado ano, umas cinco mil crianças eram abandonadas pelas suas famílias” (Shorter, 1975: 189).
“É quando nos viramos para o hábito de deixar os bebés com amas mercenárias que a separação da mãe e do bebé pequeno se destaca como prática sistemática de todas as classes, pobres ou não. E a crescente amamentação materna mostra que o abandono, quer a uma ama mercenária quer a uma instituição de caridade, era na realidade uma prática tradicional” (Shorter, 1975: 190).
Um dos fenómenos mais notáveis da história social europeia foi grande número de mães que mandavam os filhos bebés para longe, para serem criados por amas de leite mercenárias em lugares distantes. Logo a seguir ao baptismo, a criança era retirada à mãe e contrabandeada através de longas estradas para uma cabana aldeã onde, se sobrevivesse à viagem, passaria os dois anos seguintes” (Shorter, 1975: 190) .
“As mulheres pobres de áreas rurais, por exemplo, punham os próprios filhos na ama a preços muito baixos para poderem aceitar uma criança de peito de outro sítio que lhes proporcionasse melhor paga” (Shorter, 1975: 191-192).
“De Chambéry [França], por exemplo, dizia-se: «As mães da cidade ainda não foram capazes de se acostumar a cuidar dos seus próprios filhos; esta ocupação continua, infelizmente, a ser confiada a mulheres do campo, onde muitas destas crianças de peito morrem de convulsões (…)»” (Shorter, 1975: 192).
“Depois de os bebés estarem com a ama, os pais raramente os visitavam” (Shorter, 1975: 193).
“As amas de leite, trabalhadoras agrícolas, camponesas marginais e mães solteiras (que muitas vezes engravidavam para terem leite e poderem oferecer-se no mercado) eram criaturas desesperadamente pobres e devastadas que viviam geralmente em casebres rurais” (Shorter, 1975: 194).
“Estas crianças, depositadas deste modo no campo e isoladas de qualquer espécie de vigilância médica ou administrativa, tornam-se vítimas da ignorância, cupidez e falta de atenção. Para a ama, ajoujada sob a carga das tarefas da sua própria casa e o fardo dos próprios filhos, pouca atenção pode prestar à limpeza e exercício físico de que estas crianças tanto precisam” (Shorter, 1975: 195).
“Havia histórias de negligência que raiavam o terror: «A ama estava embriagada e trazia o bebé de cabeça para baixo. Eu vi qual era o destino que esperava a pobre criatura inocente. Encarregado vários meses depois pela comissão policial de investigar a morte desta criança de peito que tinha chegado a Nogent tão fresca e rosada, encontrei na choça que a mulher habitava, uma pequena forma mirrada, de feições engelhadas, estendida sobre uma enxerga de palha suja e malcheirosa, sem lençóis. A pobre criança tinha morrido de fome e miséria” (Shorter, 1975: 195).
“Em Morvan, por exemplo, as amas de leite não mudavam a roupa de cama entre um bebé e o seguinte e os travesseiros de penas «impregnados de suor, urina e fezes, exalavam um cheiro a amoníaco terrível». A impaciência, a fadiga e a indiferença acabavam por levar as amas a tentar calar os bebés que gritavam com álcool ou com tranquilizantes à base de ópio como o «Cordial de Godfrey», uma mistura de melaço, láudano e sassafrás. Os observadores achavam estranho que os bebés estivessem deitados tão calados quando iam fazer visitas e é claro que os bebés não resistiam muito tempo” (Shorter, 1975: 195).
“Na realidade, acontecia com frequência que mesmo as amas que amamentavam não tinham leite suficiente para todas as crianças, dando as primeiras mamadas aos próprios filhos (no caso de não os terem abandonado) e suplementando depois o restante leite para os estranhos com comida dada à mão. Ou, pior ainda, as amas mais indigentes, que não tinham nem uma vaca nem uma cabra, eram obrigadas a dar às crianças que estavam a seu cargo «papa» – uma mistura de farinha, água e açúcar que, desprovida de proteínas e vitaminas, as enchia de amidos cedo demais e de maneira geral as despojava de quaisquer imunidades naturais que poderiam ter recebido do leite humano” (Shorter, 1975: 195-196).
“Depois de 1800, deu-se um grande declínio na procura de amas de leite mercenárias, de fora. Enquanto a direcção municipal das amas de Paris enviava para longe 5000 a 6000 bebés por ano no Período Napoleónico, por alturas da década de 1830 o número baixara para 1000. (…) Foi entre as classes médias que a prática foi primeiro interrompida. Só mais tarde é que as classes baixas a alcançaram” (Shorter, 1975: 197).
“As mulheres abastadas de La Rochelle, por exemplo, abaladas por uma vaga de mortes entre os bebés que tinham mandado para amas camponesas, começaram elas mesmas em 1766 a amamentar ao peito (e a escandalizar a sociedade ao fazê-lo em público)” (Shorter, 1975: 198).
Eis o relatório da Assembleia Geral do departamento de Aube referente à prestação de cuidados das amas de crianças abandonadas na década de 1830: «Muitas destas amas não fiscalizadas relegam as crianças a seu cargo para qualquer recanto sombrio e insalubre, quase nem as tapam, deixam-nas ser apoquentadas pelos bichos, remexendo-se no meio dos seus próprios excrementos e presa de toda a espécie de doenças de pele. É a falta de cuidados que o prefeito atribui o aumento da mortalidade das crianças abandonadas para 67 em cada 100»” (Shorter, 1975: 201).
“Seria inútil prolongar esta pavorosa enumeração. O que a importa é que as «nourrices» tradicionais parecem não ter tido virtualmente nenhum interesse intrínseco no bem-estar dos seus bebés. Se um morria, voltavam simplesmente ao hospital e era-lhes dado outro. Para elas, o pagamento era tudo, a criança – enquanto pequenina centelha de vida que poderia ter sido amada por razões não económicas -, nada” (Shorter, 1975: 202).
A viragem na Modernidade:
“Os sábios ensinamentos de Locke sobre a infância apresentados pela pena eloquente de Rousseau, começaram a dar frutos na cidade. Entre as classes altas, já há vários anos que um número cada vez maior de mães descobriram que a fadiga de amamentar é compensada por muitos prazeres e vantagens. As pessoas dão agora mais liberdade às crianças. (…) A papa (bouillie) foi banida do seu regime e fazem mais exercício” (Shorter, 1975: 198-199).
“De particular interesse é a associação feita aqui entre a amamentação pela mãe e uma renovada preocupação pelo bem estar da criança” (Shorter, 1975: 199).
“No decurso do século XX, este «economismo» da parte das amas mercenárias começou a dar lugar a um afecto quase maternal” (Shorter, 1975: 202).
“Ser uma boa mãe é uma invenção da modernização.”
“No começo do século XX, a grande transformação da atitude maternal achava-se virtualmente completa. A indiferença para com a vida e a morte do bebé, quase universal um século antes, estava limitada a alguns lugares atrasados como o interior da Bretanha, onde as mães «quase não se ocupavam dos seus filhos. Com frequência indesejados, os Bretões aceitam-nos, ou antes, toleram-nos e deixam-nos crescer sem lhes dar atenção absolutamente nenhuma». Nem os perturbava muito a elevada mortalidade infantil que essa desatenção produzia; o nascimento e a morte eram acolhidos com a mesma placidez” (Shorter, 1975: 211).
“Noutros lugares, já por volta de 1900, o estilo moderno de cuidar dos filhos triunfara. Heni Baudrillart ficou impressionado com a «brandura» dos modos de criar as crianças durante os seus estudos exaustivos da vida rural na década de 1880, «O afecto dos pais pelos filhos parece nunca ter sido tão profundo, tão manifesto através dos cuidados. ‘Hoje em dia, as crianças são muitíssimo mais estragadas do que eram dantes’ é uma frase que oiço repetir por todo o lado»
“Quando o surto de sentimento despedaçou esta mão férrea [os costumes, as tradições] a mortalidade infantil caiu e a ternura maternal tornou-se parte do mundo que tão bem conhecemos” (Shorter, 1975: 220).
Na sociedade moderna, elas colocam o bem-estar dos seus filhos pequenos acima de tudo o mais” (Shorter, 1975: 183).
No mundo moderno, a morte de uma criança marca um casal para toda a vida” (Shorter, 1975: 188).
Bibliografia
ENGELS, Friedrich. (1985). A Origem da Família da Propriedade Privada e do Estado. Lisboa. Edições Avante.
SHORTER, Edward. (1975). A Formação da Família Moderna. Terramar. Lisboa.