O Pessimismo de Schopenhauer

Publicado por: Milu  :  Categoria: O Pessimismo..., PARA PENSAR

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Imagem retirada daqui

 

Frases e Ditos de Schopenhauer

“Podemos considerar a nossa vida um episódio inútil e perturbador na ditosa quietude do nada” (2001: 163).

“A existência humana tem que ser um erro” (2001: 163).

“É má hoje [a vida] e agravar-se-á a cada dia que passa até acontecer o pior” (2001: 163).

“A vida é uma coisa triste, resolvi passá-la a meditar sobre ela” (2001: 165).

“a vida é tão curta, questionável e evanescente que não vale a pena fazer grandes esforços” (2001: 165).

“Por vezes falo com homens e mulheres como uma menina fala com a sua boneca. Ela sabe, claro, que a boneca não percebe o que ela diz, mas proporciona a si própria a alegria da comunicação por meio de uma ilusão agradável e consciente” (2001: 167).

“Um homem de génio dificilmente poderá ser sociável, pois acaso existem diálogos tão inteligentes e interessantes como os seus?” (2001: 167).

“A história de todas as  vidas é uma história de sofrimento” (2001: 167).

“Casar é o mesmo que fazer tudo o que está ao nosso alcance para nos tornarmos objeto de repulsa um do outro” (2001: 168).

“Se foi um deus que fez este mundo, então não gostaria de ser esse Deus; a sua infelicidade e a sua miséria despedaçariam o meu coração” (2001: 168).

“Quantas vezes devo aprender… que nos assuntos da vida quotidiana… o meu espírito e a minha mente são como um telescópio numa sala de ópera ou um canhão numa caçada às lebres?” (2001: 168).

qualquer homem de mérito… dificilmente se conseguirá ver livre de um toque de misantropia” (2001: 168).

“A vida não tem um valor intrínseco genuíno, o que a mantém em movimento é a necessidade e a ilusão” (2001: 168).

Depois de se tornar famoso e quando um homem da Boémia lhe escreveu, a Schopenhauer,  contando-lhe que colocava uma coroa  de flores no retrato dele todos os dias, Schopenhauer disse:

“Depois de uma pessoa ter passado uma longa vida a ser considerado insignificante e ignorado, no fim vêm com tambores e clarins, e consideram-na o máximo” (2001: 172).

Diz ainda:

“Teria alguém de espírito superior conseguido alcançar o seu objetivo e criar uma obra permanente e imortal, se tivesse escolhido como estrela orientadora o instável fogo-fátuo da opinião pública, ou seja, a opinião de mentes mesquinhas?” (2001: 172).

“Suporto bem  a ideia de que em breve os vermes devorarão o meu corpo; mas só de imaginar os professores de filosofia a mexericar na minha filosofia dá-me arrepios” (2001: 173).

Ainda sobre a vida, todas as criaturas do mundo pareciam a Schopenhauer igualmente comprometidas com uma existência igualmente sem sentido:

“Observem a azáfama incansável das terríveis formiguinhas… a vida da maioria dos insetos mais não é do que trabalhar duramente para fornecerem alimento e habitação às futuras crias que nascerão dos seus ovos. Depois de as crias terem consumido o alimento e passado a frase da crisálida, vivem meramente para começar tudo do princípio… não podemos deixar de perguntar que ganham elas com tudo isto… só se for o saciar da fome e do desejo sexual, e… alguma satisfação pequena e momentânea… de vez em quando, entre infindáveis tarefas e esforços” (2001: 186).

“Há um único erra inato, o qual consiste na ideia de que nascemos para sermos felizes… Enquanto teimarmos nesse erro inato… o mundo parecer-nos-á repleto de contradições. Pois a cada passo, nas coisas pequenas e nas grandes, veremos que o mundo e a vida não foram de modo algum concebidos com o propósito de nos proporcionarem uma existência feliz… e por isso os semblantes de quase todos os idosos exibem aquilo a que se chama uma expressão desiludida” (2001: 187).

“O que perturba e torna infeliz…  a juventude… é a procura da felicidade partindo do princípio de que ela tem de ser obtida na vida. É daí que vem a permanente frustração das esperanças e, portanto, também a insatisfação.  As imagens enganadoras de vaga felicidade que povoam os nossos sonhos pairam diante dos nossos olhos em formas caprichosamente seleccionadas e procuramos em vão, o seu original… Muito se ganharia se, mediante instruções e conselhos oportunos, os jovens erradicassem dos seus espíritos a noção errada de que o mundo tem imenso para lhes oferecer” (2001: 187).

 

BOTTON, Alain. (2001). O Consolo da Filosofia. Círculo de Leitores. Camarate.