O meu neto mais novo tem cinco meses e é tal e qual a criancinha rechonchuda da fotografia. Sabemos que as crianças nesta idade, tem por vezes expressões corporais ou faciais que nos dizem como se estão a sentir, porque não, quando entediadas ou aborrecidas como parece ser o caso.
O meu neto, gosta de estar muito sossegadinho na sala a ver num canal da televisão, os programas ditos próprios para a sua idade. Se mudarmos de canal para outro programa mesmo que infantil (ele tem um irmão de cinco anos), fica atento uns segundos, mas depois começa-se a mexer e a choramingar. Não há nada mais entediante, do que termos que assistir a algo que nada nos diz.
Férias são assim mesmo. As minhas também terminaram. Fazer o quê ?
Continuar a vida, renovando-a com novos projetos, novas idéias, novas propostas.
um beijo, (a mensagem abaixo te mandei por e-mail, mas gostaria de publicá-la aqui por ocasião deste seu post, se você permitir)
==========================================
Essa é ótima para começar bem o ano !!!
A mente apaga registros duplicados
Por Airton Luiz Mendonça Artigo do jornal O Estado de São Paulo)
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma
mobília, sem portas ou janelas, sem relógio…. você começará a perder
a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as
reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos,
ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do
movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de
eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado.
Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar
conscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não
aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma
experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para
compreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente
colocando suas reações no modo automático e ‘apagando’ as experiências
duplicadas..
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece
que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais
chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado,
nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos,
lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê
com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe
qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e
usa , no lugar de repetir realmente a experiência).
Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a
mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa
são apagados de sua noção de passagem do tempo.
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a
experiência repetida.
Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir – as mesmas ruas,
pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações,
-…. enfim… as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar
e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e
cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de
novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a…
ROTINA
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria
das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba
sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M(Mude e Marque).
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou
registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire
férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e
frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de
aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando
o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de
momentos usuais.
Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo,
bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite
parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do
cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no
Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências
diferentes.
Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com
seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja
outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos…
em outras palavras… V-I-V-A. !!!
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer
mais longo.
E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e
buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais
interessante e muito mais v-i-v-o… do que a maioria dos livros da
vida que existem por aí.
Cerque-se de amigos.
Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com
religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade,
emoção, rituais e vida.
Você tem muita sorte por ter assim uma coisinha pequenina e tão linda perto de si. Eu adoro bebés! Tudo neles me encanta! Achei imensa piada a este bebé da fotografia, por causa daquelas bochechas descaídas e daqueles bracinhos e perninhas que mais parecem morcelas! Os bebés inspiram-me muita ternura, e não me estou a referir-me àqueles loirinhos de olhos azuis, refiro-me a todos eles, quanto mais indefesos, maior é o meu sentimento. Como o Diamantino bem sabe, nos processos adoptivos, as crianças preferidas pelos futuros pais são habitualmente as crianças de pele clara, louras e com olhos azuis. Pelos vistos não é um filho que se procura, é antes um ser para exibir, que só se ama porque é bonito, esta situação é ou não é uma obscenidade? Por mim, esses pretendentes a adopção eram riscados da lista, e mandava-os ir comprar um boneco careca num qualquer hiper-mercado.
Já agora agradeço-lhe os seus comentários sempre muito oportunos! 🙂
Olá José Rosa!
Interessante esta transcrição de Airton Luiz Mendonça. Não me foi nada difícil a compreensão dos princípios nela expressos. Até me fez lembrar do meu exame de condução, quando o examinador se sentiu na obrigação de me dizer que o carro além da primeira e da segunda velocidade, tinha ainda mais duas, a terceira e a quarta, que eu estava a evitar engrenar, por recear não ter tempo de fazer a manobra correcta, se me fosse ordenado virar à esquerda. Pareciam-me muitas coisas ao mesmo tempo, accionar pisca para a esquerda, olhar para o espelho retrovisor, na altura apenas era obrigatório o espelho retrovisor no interior do carro a meio do pára-brisas, olhar o trânsito do sentido oposto, enfim, tanta coisa que temia deixar alguma para trás, por fim, lá engrenei uma terceira e mais longe não fui. Ainda hoje estou para saber como é que passei naquele exame! Pouco tempo depois fazia tudo isso por reflexo!
Há aqui conselhos que são bons para eu mesma seguir, menos ter filhos! 😀
É verdade! Quando temos um dia no qual vivemos muitas experiências novas, parece que passou muito tempo. Dá-nos a impressão que o dia foi bem maior!
Que giro, nunca tinha pensado neste tipo de férias.
Férias à Chuva… Comprar um pacote numa agência de viagens, para estar à janela a ver chover, sentir a água a correr dos beirados, apanhar uns pingos com um alguidar de zinco daqueles onde antigamente, me metiam lá dentro para me darem banho.
jinhos, minha amiga
É uma imagem fantástica! Só mesmo a Milu se podia lembrar dela para o título da mensagem!
À primeira vista, parece querer dizer “que vida do caraças!” No entanto, é uma expressão que denota muita reflexão e concentração, próprias de quem vai tomar decisões! Manifesta, ainda, grande capacidade de observação. Também, uma predisposição para definir estratégias de adaptação às circunstâncias de tempo e lugar! A criança tem uma postura de adulto. Como diria um amigo meu: “Já deve ter para aí vinte e tal anos. Está só a disfarçar!”
Apenas o gorro parece indiciar alguma manipulação clubista por parte dos adultos! Será?
Parabéns pela criatividade desta mensagem.
Um beijo!
Ora, andava bem! Alegre e folgazã! Mas, entretanto, não vai demorar até entrar novamente nos eixos e, por fim, adquiro o ritmo do dia-a dia. Tem de ser!
Um beijinho Lilás!
É verdade! Tive de férias! Foi a semana que passou, do Ano Novo, ainda assim interrompi-as por um dia. Mas, como houve o Natal e os fins-de-semana, as férias pareceram-me maiores! Estraguei-me toda! Agora vou estranhar à brava! 😀
Um beijinho.
Férias sabem sempre bem, mesmo a chover! Poder ficar no quentinho da cama até tarde, no choco, tal como costumo dizer, é para mim um deleite. Depois, poder fazer as coisas de que gosto, sem ter de me preocupar em ir para o trabalho, é outro deleite! Enfim! Tanta coisa, que poderia aqui referir!
Por falares dos pingos de água num alguidar, lembraste-me do prazer e do conforto que eu sentia quando em miúda, ouvia, deitada na minha cama, os pingos do beiral do telhado a cair dentro de um alguidar de zinco, que a minha mãe ali colocava para aproveitar a água. É mais reconfortante enquanto o alguidar está vazio, faz mais eco! Vê tu o sentido de poupança que antigamente as pessoas tinham. Aquela água já dava para lavar uma pouca de roupa. Nesse mesmo alguidar e usando o mesmo estratagema “curava” a minha mãe os tremoços, o marisco dos pobres!
Um beijinho.
Ri-me com essa frase do seu amigo! Na verdade aquela expressão parece própria dos adultos! As crianças costumam fazer expressões giríssimas, quando se assustam, ou quando são acometidos por uma grande alegria, ou quando sorriem durante o sono, parecem anjos, criaturas celestiais. Na verdade, não posso dizer que não tenha tido uma dica para usar esta foto do bebé neste post. Acontece que andei no Google à procura de imagens que denotassem tristeza e infelicidade. Primeiro seleccionei a imagem de um cãozinho, que tinha uns olhos tão suplicantes e descaídos de infelicidade que até fiquei compungida e seleccionei esta foto do bebé, que se encontrava num blog cujo autor a usou para ilustrar a sua frustração por estar a apanhar uma seca, já que estava no emprego e sem tarefas para desempenhar. Portanto, precisamente por razão contrária à minha, que no emprego não tenho tempo nem hipótese de me aborrecer. Durante uns instantes estive indecisa sobre qual das fotos usar, por fim decidi-me pelo bebé, só por causa das morcelas, isto é, aqueles bracitos e pernitas que tanto me enternecem! 😀
Um beijinho.
Como já deve ter percebido, sou novato no uso (direi antes, usufruto) da informática e Internet, agora também da blogosfera. Estou deveras entusiasmado, há homens, que quando reformados vão jogar à sueca para o jardim, eu sento-me à frente do computador. Também faço caminhadas e outras actividades no exterior, é necessário para os músculos não se atrofiem, mas que verdadeiramente me apraz, é estes momentos de amizade virtual, estabelecidos consigo.
Pouco a pouco vou percebendo a lógica dos blogues, da satisfação que dá interagir com os outros, mesmo que desconhecidos, da importância dos artigos e comentários para quem os escreve. Falo por mim.
Tive alguma relutância ao fazer o meu primeiro comentário, foi no seu blogue, e ainda não estou completamente à vontade, receio por vezes estar a ser inoportuno. Mais a mais sendo os seus artigos, na generalidade, intimistas. Ao princípio admirei-me da sua pronta resposta, a cada um dos seus visitantes, independentemente do «peso» de cada comentário. Agora sei que é mesmo assim, é a lógica dos blogues, mas muito da sua personalidade está presente. Sinto-me com sorte, por ter vindo, não sei como parar aqui. Por tudo isto, pela sua paciência, pelas suas respostas simpáticas, quero deixar aqui e agora, o meu agradecimento.
Tenho lido alguns dos seus artigos mais antigos. Cada um é um pedaço de vida, da sua vida, sejam eles agradáveis ou não, há que assumi-los, é isso que você faz. Todos nós somos feitos de pedaços de vida, somos o produto da nossa vivência, do nosso meio e depois da nossa vontade. Ninguém é o resultado de um projecto pré concebido. Há quem pense que o seu destino está traçado pelos deuses, por um deus, por uma trindade, mas isso não é real, por muito confortável que seja pensar isso.
Talvez esteja chocar a sua sensibilidade religiosa com o que estou a dizer, presumo que a tenha, apesar das más experiências que teve quando menina. Eu não a tenho, e não é por ter passado por alguma experiência negativa. Sou muito racional, já o era quando criança e esta qualidade não se dá bem com os dogmas da religiosidade. Por isso sou ateu.
Claro, que quando era criança, acreditava na existência de deus, como todas as outras crianças. Isso era-nos ensinado na escola e pela família. Não sei ao certo se fui batizado, suponho que sim, mas creio que não fiz as comunhões ou os outros ritos religiosos. Os meus pais não eram muito dados, a essas coisas. Assim, a minha crença em deus, não era bem fundada e um dia deixei de acreditar na sua existência. Lembro-me bem, com isso aconteceu.
Tinha eu treze anos, quando começou a estacionar na aldeia, onde na altura eu vivia, a biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, fiz-me dela leitor, com preferência por livros de divulgação (já disse isto num outro comentário). Um dos livros que li, chamava-se: «A Bíblia fala verdade» ou outro nome muito parecido. Fazia referência aos achados arqueológicos das cidades destruídas pela fúria divina. Li-o com uma enorme curiosidade e quando tive a oportunidade, fui procurar na bíblia, os relatos daquelas destruições.
Embora a minha mãe não fosse muito dada à religião, ia na altura, a um culto evangelista e eu às vezes ia com ela. No átrio do salão, sobre um suporte, estava sempre uma bíblia aberta e procurei nela, os relatos das destruições ordenadas por deus, que lera no tal livro. Encontrei a história do genocídio de inocentes e crianças de Sodoma e Gomorra, sob fogo e enxofre caídos do céu por vontade de deus, depois a destruição de Jericó e de outras cidades cananéias, pelo exército de Josué às ordens de deus. Destruições e genocídios pelo poder, pela conquista das terras férteis de Canaã. pelo saque do ouro e prata para os cofres de deus. Dizia a bíblia.
Achei aquela narrativa um absurdo, não podia haver um ser criador, tão destruidor e diabólico, de repente fez-se luz na minha cabeça. Afinal, deus não existia, era apenas uma personagem de ficção.
Devo dizer, que sendo descrente ou ateu ou qualquer outra classificação que se ajuste ao meu caso. Tenho o maior respeito para com quem pensa de maneira diferente e se sente confortável com isso, mas abomino as religiões, que intoxicam os ingénuos, com o embuste de um deus projectista e criador.
Desculpe, estou pouco a pouco, a sentir-me á vontade para lhe dizer o que diria a um(a) amigo(a).
Antes de mais quero agradecer-lhe as suas tão amáveis palavras e creia que me sinto orgulhosa por me ter dito, se bem o percebi, que despertou para o fenómeno da blogosfera através do meu blog.
Diamantino, você já pensou em ter um blog? Se ainda não pensou o melhor é começar a pensar seriamente nessa hipótese, porque escreve maravilhosamente bem e tem muito que dizer. O seu blog não precisa de ter um carácter tão intimista como o meu, há imensas coisas que podemos falar sem expormos tanto do nosso sentir. Ou, então, publicar coisas curiosas, invulgares, como por exemplo fotos antigas. No fundo, eu utilizo o meu blog para exorcizar acontecimentos do passado, que me ficaram atravessados. Há tanta coisa que eu preciso dizer! Repare bem: Preciso de dizer! Mas delas falarei a seu tempo, até porque as ideias vão surgindo naturalmente.
Não tem de me agradecer. Sou eu quem tem de estar grata pela sua atenção, por me ler e porque ao comentar denota que não fica indiferente. Agora que já estou novamente a trabalhar é provável que demore um pouco mais a responder, mas assim que possa fa-lo-ei com todo o prazer. Também diminuo a frequência das postagens, por nem sempre ter tempo para escrever, nem disposição, diga-se a verdade! Preciso de inspiração! 😀
Este comentário que fez dá pano para um ror de mangas! Em criança frequentava a igreja e a catequese porque a minha mãe a isso me obrigava. Lembro-me que até certa altura eu acreditava no que ouvia na catequese e na igreja, tanto que, quando me confessava e comungava chegava a sentir-me pura, como se a minha alma estivesse branquinha, resplandecente e exultante por se ver livre dos pecados. Ao sair da igreja logo corria pelo adro e quase jurava que estava mais leve, sentia-me como que a planar pelo ar. Mas bem depressa dei em perceber que os padres nada queriam com o Deus que tanto proclamam, se não, porque prestavam eles tanta atenção e porque se desfaziam em mesuras aos ricos lá da terra? Prestavam culto e vassalagem ao poder económico e social. Eu bem que percebia as diferenças de tratamento, umas eram ovelhas bonitas outras eram ovelhas ranhosas! O meio para conseguir um bom emprego, quer para o sector público, quer para o privado, passava pelo exercício de catequista, ele, o padre, lá mexia os cordelinhos. No fundo é tudo uma hipocrisia, cada um quer é safar-se o melhor que lhe for possível. No dia-a-dia os “crentes” em nada se diferenciam dos não crentes. Nos meios pequenos, quem for observador ou tiver algum espírito crítico apercebe-se destas misérias. Mesmo nas romarias e procissões, quem ia na frente empunhando estandartes, vestidos de todos aqueles paramentos em cetins roxos, que até me metiam medo, eram sempre os grandes senhores! Depois fui crescendo e comecei a perceber melhor os meandros da religião e cheguei à conclusão que ela é útil – há pessoas que se não fosse o temor a Deus, porque lá no seu íntimo têm medo que Deus e a sua justiça existam mesmo, elas, até eram capazes de matar, quem inadvertidamente se lhes atravessasse no caminho, pois se já são tão velhacas mesmo sendo crentes, imagine, Diamantino, se lhes dissessem: Deus não existe! E o Inferno descia à terra!
É politicamente correcto respeitar a opção das pessoas quando enveredam pela religião, mas, pela parte que me toca, estou-me nas tintas para o politicamente correcto, porque não admito que alguém pense, que só porque vai à missa é melhor do que eu, ou que os filhos, que vão à catequese são melhores do que o meu filho que tem 19 anos e nem sequer é baptizado, e, Diamantino você sabe tão bem como eu, que os cristãos praticantes, ou até aqueles que não praticam por aí além, têm um pouco esta mania!
Mais uma vez agradeço a sua visita e os seus simpáticos comentários.
Também para si um Bom Ano. 🙂
No Natal é habitual as coisas ficarem a meio gás, como é costume dizer-se! Anda tudo baralhado com as festas, menos eu, que este ano mandei as festas à fava! Afinal, só servem para gastar muitas vezes o que não se tem e para dar trabalho!
Não quero deixar passar esta oportunidade, para voltar ao assunto da religião. Saiba que me despertou para uma questão, que nunca me ocorreu, “o benefício das religiões”. Habituei-me a ver apenas o lado negativo da sua prática e para não me alongar com considerações às outras religiões, cinjo-me apenas à da Igreja Católica, que sempre associei, ao pior que tem a espécie humana. Para não me alongar na menção aos outros actos criminosos em várias partes do mundo, fico-me por uma pequena referência à inquisição em Portugal: às criminosas torturas e mortes na fogueira, àqueles que cometiam heresia ou apostasia, quando para ser considerado, herege ou apóstata, bastava discordar dos dogmas da igreja ou ser acusado, mesmo que falsamente, de tomar banho ou lavar toalhas à sexta-feira. Mas o que eu queria dizer, agora admitindo o “benefício das religiões” era que concordo consigo, de facto há pessoas tão velhacas, que se não temessem o seu «Deus», eram capazes de cometer os mais horrendos e bestiais crimes. Se mais provas não houvesse, bastava o pouco que eu disse, sobre a inquisição.
Do que te lembras Milú.
“os pingos do beiral do telhado a cair dentro de um alguidar de zinco”.
Eu lembro-me da chuva a cair para um grande latão de plástico azul que servia em tempos mais secos para regar as plantas.
Possas, zinco? hummmou ou a memória me anda a pregar partidas (e já são tantas)ou só consigo chegar às bacias de plástico (alguidar era para as sopas secas no natal e era de barro – sou do Norte carago!) 😉
Antes de mais convém dizer que sou agnóstica, defendo a tomada de posição de que no que consta a Deus nada sabemos. Se não podemos afirmar a existência de uma entidade superior, também não podemos afirmar a sua não existência.
Porém, uma certeza tenho – não acredito na igreja e no Deus que proclama. Ao longo da história da humanidade, a igreja tem demonstrado que o seu interesse primário não está na felicidade do Homem, além disso mente demais. O homem de hoje não engole tudo o que lhe querem impingir. A igreja demora a percebê-lo. A Inquisição foi o expoente máximo da crueldade humana. Ninguém estava impune. Criminosos foram os delatores, foram, também, os que representavam os tribunais, incluindo os carrascos e executores das mais cruéis torturas, e até o povo, que enlouquecido e embrutecido pela profunda ignorância e mau querer ao seu semelhante, ia assistir, cheio de prazer, aos espectáculos das fogueiras humanas. Como se de uma tourada se tratasse, que já de si não é apropriada para gente sensível. E ainda ajudava à festa atirando umas pedras e cuspidelas! Mas, afinal, qual é o Deus que aprecia uma coisa assim? Se bem visto, a igreja tentou reproduzir na terra a imagem e os horrores do inferno, com o qual ameaçava os que nela acreditavam.
Mas, a verdade, é que tenho a impressão, para não dizer a certeza, que o mundo seria bem mais cruel, se não houvesse temor ao Deus.
Se a memória não me falha, creio que foi Voltaire quem disse que até lhe convinha que a mulher dele, o seu merceeiro e o seu alfaiate acreditassem em Deus, porque isso lhe garantia que nenhum deles o enganava! Não estou tão certa disso!
“Eu acredito no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram.” Voltaire
Coincidentemente eu também sou agnóstico.
Essa do Voltaire me lembrou a frase que um irmão meu mais velho sempre diz: acredito mais que o homem criou Deus a sua imagem e semelhança que o contrário ! Concordo com ele.
Por ocasião do bicentenário de Darwin fiz um post no ZEducando com um texto (“Retorno às trevas”) e uma charge que acho interessante: http://joserosafilho.wordpress.com/2009/03/10/retorno-as-trevas/
Fui ver o texto desse link.
Essa notícia deu brado também em Portugal. Essa atitude da parte de um representante da igreja afasta mais do que aproxima as pessoas da igreja.
Um beijo.
Flordeliz.
Também tinha um alguidar de barro, que era onde a minha mãe amassava as filhós. Mais tarde era eu que as fazia lá. Quando me apetecia e em qualquer altura do ano, misturava farinha com ovos, raspa de laranja e toca de amassar, isto é, misturar bem os ingredientes, porque amassar como deve de ser dá muito trabalho. Depois de fritas ficavam um bocado duras, mas sempre eram bem melhores de engolir do que o triste pão com manteiga. 😀
Um beijinho.
Janeiro 4th, 2010 as 11:40
O meu neto mais novo tem cinco meses e é tal e qual a criancinha rechonchuda da fotografia. Sabemos que as crianças nesta idade, tem por vezes expressões corporais ou faciais que nos dizem como se estão a sentir, porque não, quando entediadas ou aborrecidas como parece ser o caso.
O meu neto, gosta de estar muito sossegadinho na sala a ver num canal da televisão, os programas ditos próprios para a sua idade. Se mudarmos de canal para outro programa mesmo que infantil (ele tem um irmão de cinco anos), fica atento uns segundos, mas depois começa-se a mexer e a choramingar. Não há nada mais entediante, do que termos que assistir a algo que nada nos diz.
Janeiro 4th, 2010 as 18:31
É sempre uma chatice do caraças!
Beijinhos
Janeiro 4th, 2010 as 19:01
Férias são assim mesmo. As minhas também terminaram. Fazer o quê ?
Continuar a vida, renovando-a com novos projetos, novas idéias, novas propostas.
um beijo, (a mensagem abaixo te mandei por e-mail, mas gostaria de publicá-la aqui por ocasião deste seu post, se você permitir)
==========================================
Essa é ótima para começar bem o ano !!!
A mente apaga registros duplicados
Por Airton Luiz Mendonça Artigo do jornal O Estado de São Paulo)
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma
mobília, sem portas ou janelas, sem relógio…. você começará a perder
a noção do tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as
reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos,
ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do
movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de
eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado.
Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar
conscientemente tal quantidade.
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não
aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma
experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para
compreender o que está acontecendo.
É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente
colocando suas reações no modo automático e ‘apagando’ as experiências
duplicadas..
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece
que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais
chegam cada vez mais rapidamente.
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado,
nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos,
lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê
com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe
qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e
usa , no lugar de repetir realmente a experiência).
Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a
mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa
são apagados de sua noção de passagem do tempo.
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a
experiência repetida.
Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir – as mesmas ruas,
pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações,
-…. enfim… as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar
e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e
cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de
novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a…
ROTINA
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria
das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba
sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M(Mude e Marque).
Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou
registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire
férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e
frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de
aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando
o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de
momentos usuais.
Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo,
bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite
parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do
cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no
Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências
diferentes.
Seja diferente.
Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com
seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja
outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos…
em outras palavras… V-I-V-A. !!!
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer
mais longo.
E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e
buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais
interessante e muito mais v-i-v-o… do que a maioria dos livros da
vida que existem por aí.
Cerque-se de amigos.
Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com
religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade,
emoção, rituais e vida.
E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES
di fE rEn tEs !
CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE…
V I V A !!!!!!!!
Janeiro 4th, 2010 as 19:33
Que chatice mesmo…logo agora que está tanto frio…logo agora que andava tão descontraidinha…
Tens todo o meu apoio Milú que “chatice”
Bjs
Janeiro 5th, 2010 as 0:25
SORTUDAaaaaaa
Teve direito a fériasssssssss
Invejaaaaaaaaa
Ciúmesssssssss
Um excelente regresso ao trabalho, deixemo-nos de lamechices e “bora” a arregaçar as manguitas.
Beijinho
Janeiro 5th, 2010 as 0:29
Olá Diamantino!
Você tem muita sorte por ter assim uma coisinha pequenina e tão linda perto de si. Eu adoro bebés! Tudo neles me encanta! Achei imensa piada a este bebé da fotografia, por causa daquelas bochechas descaídas e daqueles bracinhos e perninhas que mais parecem morcelas! Os bebés inspiram-me muita ternura, e não me estou a referir-me àqueles loirinhos de olhos azuis, refiro-me a todos eles, quanto mais indefesos, maior é o meu sentimento. Como o Diamantino bem sabe, nos processos adoptivos, as crianças preferidas pelos futuros pais são habitualmente as crianças de pele clara, louras e com olhos azuis. Pelos vistos não é um filho que se procura, é antes um ser para exibir, que só se ama porque é bonito, esta situação é ou não é uma obscenidade? Por mim, esses pretendentes a adopção eram riscados da lista, e mandava-os ir comprar um boneco careca num qualquer hiper-mercado.
Já agora agradeço-lhe os seus comentários sempre muito oportunos! 🙂
Janeiro 5th, 2010 as 0:58
Olá José Rosa!
Interessante esta transcrição de Airton Luiz Mendonça. Não me foi nada difícil a compreensão dos princípios nela expressos. Até me fez lembrar do meu exame de condução, quando o examinador se sentiu na obrigação de me dizer que o carro além da primeira e da segunda velocidade, tinha ainda mais duas, a terceira e a quarta, que eu estava a evitar engrenar, por recear não ter tempo de fazer a manobra correcta, se me fosse ordenado virar à esquerda. Pareciam-me muitas coisas ao mesmo tempo, accionar pisca para a esquerda, olhar para o espelho retrovisor, na altura apenas era obrigatório o espelho retrovisor no interior do carro a meio do pára-brisas, olhar o trânsito do sentido oposto, enfim, tanta coisa que temia deixar alguma para trás, por fim, lá engrenei uma terceira e mais longe não fui. Ainda hoje estou para saber como é que passei naquele exame! Pouco tempo depois fazia tudo isso por reflexo!
Há aqui conselhos que são bons para eu mesma seguir, menos ter filhos! 😀
É verdade! Quando temos um dia no qual vivemos muitas experiências novas, parece que passou muito tempo. Dá-nos a impressão que o dia foi bem maior!
Um beijinho.
Janeiro 5th, 2010 as 1:10
Férias? Agora?
Que giro, nunca tinha pensado neste tipo de férias.
Férias à Chuva… Comprar um pacote numa agência de viagens, para estar à janela a ver chover, sentir a água a correr dos beirados, apanhar uns pingos com um alguidar de zinco daqueles onde antigamente, me metiam lá dentro para me darem banho.
jinhos, minha amiga
Janeiro 5th, 2010 as 1:14
Olá Lino!
É mesmo uma chatice! Estava-me mesmo a saber bem esta vidinha de cigarra! 😀
Um beijinho.
Janeiro 5th, 2010 as 1:17
É uma imagem fantástica! Só mesmo a Milu se podia lembrar dela para o título da mensagem!
À primeira vista, parece querer dizer “que vida do caraças!” No entanto, é uma expressão que denota muita reflexão e concentração, próprias de quem vai tomar decisões! Manifesta, ainda, grande capacidade de observação. Também, uma predisposição para definir estratégias de adaptação às circunstâncias de tempo e lugar! A criança tem uma postura de adulto. Como diria um amigo meu: “Já deve ter para aí vinte e tal anos. Está só a disfarçar!”
Apenas o gorro parece indiciar alguma manipulação clubista por parte dos adultos! Será?
Parabéns pela criatividade desta mensagem.
Um beijo!
Janeiro 5th, 2010 as 1:21
Olá Lilás!
Ora, andava bem! Alegre e folgazã! Mas, entretanto, não vai demorar até entrar novamente nos eixos e, por fim, adquiro o ritmo do dia-a dia. Tem de ser!
Um beijinho Lilás!
Janeiro 5th, 2010 as 1:26
Olá Flordeliz!
É verdade! Tive de férias! Foi a semana que passou, do Ano Novo, ainda assim interrompi-as por um dia. Mas, como houve o Natal e os fins-de-semana, as férias pareceram-me maiores! Estraguei-me toda! Agora vou estranhar à brava! 😀
Um beijinho.
Janeiro 5th, 2010 as 1:56
Olá Zé!
Férias sabem sempre bem, mesmo a chover! Poder ficar no quentinho da cama até tarde, no choco, tal como costumo dizer, é para mim um deleite. Depois, poder fazer as coisas de que gosto, sem ter de me preocupar em ir para o trabalho, é outro deleite! Enfim! Tanta coisa, que poderia aqui referir!
Por falares dos pingos de água num alguidar, lembraste-me do prazer e do conforto que eu sentia quando em miúda, ouvia, deitada na minha cama, os pingos do beiral do telhado a cair dentro de um alguidar de zinco, que a minha mãe ali colocava para aproveitar a água. É mais reconfortante enquanto o alguidar está vazio, faz mais eco! Vê tu o sentido de poupança que antigamente as pessoas tinham. Aquela água já dava para lavar uma pouca de roupa. Nesse mesmo alguidar e usando o mesmo estratagema “curava” a minha mãe os tremoços, o marisco dos pobres!
Um beijinho.
Janeiro 5th, 2010 as 2:15
José Pinto!
Ri-me com essa frase do seu amigo! Na verdade aquela expressão parece própria dos adultos! As crianças costumam fazer expressões giríssimas, quando se assustam, ou quando são acometidos por uma grande alegria, ou quando sorriem durante o sono, parecem anjos, criaturas celestiais. Na verdade, não posso dizer que não tenha tido uma dica para usar esta foto do bebé neste post. Acontece que andei no Google à procura de imagens que denotassem tristeza e infelicidade. Primeiro seleccionei a imagem de um cãozinho, que tinha uns olhos tão suplicantes e descaídos de infelicidade que até fiquei compungida e seleccionei esta foto do bebé, que se encontrava num blog cujo autor a usou para ilustrar a sua frustração por estar a apanhar uma seca, já que estava no emprego e sem tarefas para desempenhar. Portanto, precisamente por razão contrária à minha, que no emprego não tenho tempo nem hipótese de me aborrecer. Durante uns instantes estive indecisa sobre qual das fotos usar, por fim decidi-me pelo bebé, só por causa das morcelas, isto é, aqueles bracitos e pernitas que tanto me enternecem! 😀
Um beijinho.
Janeiro 5th, 2010 as 2:24
José Pinto
O pormenor da publicidade encapotada no gorro é coisa que nem reparava, talvez por eu não ter clube! 😀
Janeiro 5th, 2010 as 12:43
Olá Milu!
Como já deve ter percebido, sou novato no uso (direi antes, usufruto) da informática e Internet, agora também da blogosfera. Estou deveras entusiasmado, há homens, que quando reformados vão jogar à sueca para o jardim, eu sento-me à frente do computador. Também faço caminhadas e outras actividades no exterior, é necessário para os músculos não se atrofiem, mas que verdadeiramente me apraz, é estes momentos de amizade virtual, estabelecidos consigo.
Pouco a pouco vou percebendo a lógica dos blogues, da satisfação que dá interagir com os outros, mesmo que desconhecidos, da importância dos artigos e comentários para quem os escreve. Falo por mim.
Tive alguma relutância ao fazer o meu primeiro comentário, foi no seu blogue, e ainda não estou completamente à vontade, receio por vezes estar a ser inoportuno. Mais a mais sendo os seus artigos, na generalidade, intimistas. Ao princípio admirei-me da sua pronta resposta, a cada um dos seus visitantes, independentemente do «peso» de cada comentário. Agora sei que é mesmo assim, é a lógica dos blogues, mas muito da sua personalidade está presente. Sinto-me com sorte, por ter vindo, não sei como parar aqui. Por tudo isto, pela sua paciência, pelas suas respostas simpáticas, quero deixar aqui e agora, o meu agradecimento.
Janeiro 5th, 2010 as 16:26
Tenho lido alguns dos seus artigos mais antigos. Cada um é um pedaço de vida, da sua vida, sejam eles agradáveis ou não, há que assumi-los, é isso que você faz. Todos nós somos feitos de pedaços de vida, somos o produto da nossa vivência, do nosso meio e depois da nossa vontade. Ninguém é o resultado de um projecto pré concebido. Há quem pense que o seu destino está traçado pelos deuses, por um deus, por uma trindade, mas isso não é real, por muito confortável que seja pensar isso.
Talvez esteja chocar a sua sensibilidade religiosa com o que estou a dizer, presumo que a tenha, apesar das más experiências que teve quando menina. Eu não a tenho, e não é por ter passado por alguma experiência negativa. Sou muito racional, já o era quando criança e esta qualidade não se dá bem com os dogmas da religiosidade. Por isso sou ateu.
Claro, que quando era criança, acreditava na existência de deus, como todas as outras crianças. Isso era-nos ensinado na escola e pela família. Não sei ao certo se fui batizado, suponho que sim, mas creio que não fiz as comunhões ou os outros ritos religiosos. Os meus pais não eram muito dados, a essas coisas. Assim, a minha crença em deus, não era bem fundada e um dia deixei de acreditar na sua existência. Lembro-me bem, com isso aconteceu.
Tinha eu treze anos, quando começou a estacionar na aldeia, onde na altura eu vivia, a biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, fiz-me dela leitor, com preferência por livros de divulgação (já disse isto num outro comentário). Um dos livros que li, chamava-se: «A Bíblia fala verdade» ou outro nome muito parecido. Fazia referência aos achados arqueológicos das cidades destruídas pela fúria divina. Li-o com uma enorme curiosidade e quando tive a oportunidade, fui procurar na bíblia, os relatos daquelas destruições.
Embora a minha mãe não fosse muito dada à religião, ia na altura, a um culto evangelista e eu às vezes ia com ela. No átrio do salão, sobre um suporte, estava sempre uma bíblia aberta e procurei nela, os relatos das destruições ordenadas por deus, que lera no tal livro. Encontrei a história do genocídio de inocentes e crianças de Sodoma e Gomorra, sob fogo e enxofre caídos do céu por vontade de deus, depois a destruição de Jericó e de outras cidades cananéias, pelo exército de Josué às ordens de deus. Destruições e genocídios pelo poder, pela conquista das terras férteis de Canaã. pelo saque do ouro e prata para os cofres de deus. Dizia a bíblia.
Achei aquela narrativa um absurdo, não podia haver um ser criador, tão destruidor e diabólico, de repente fez-se luz na minha cabeça. Afinal, deus não existia, era apenas uma personagem de ficção.
Devo dizer, que sendo descrente ou ateu ou qualquer outra classificação que se ajuste ao meu caso. Tenho o maior respeito para com quem pensa de maneira diferente e se sente confortável com isso, mas abomino as religiões, que intoxicam os ingénuos, com o embuste de um deus projectista e criador.
Desculpe, estou pouco a pouco, a sentir-me á vontade para lhe dizer o que diria a um(a) amigo(a).
Janeiro 5th, 2010 as 16:55
Tenho andado em serviços mínimos, mas não propriamente por férias, ah quem me dera. Um excelente 2010.
Janeiro 5th, 2010 as 23:45
Julgava-te mais velha e corpulenta! Nada que diminua a minha admiração por ti!
Um abraço a contas com o trabalho
Janeiro 6th, 2010 as 1:16
Olá Diamantino!
Antes de mais quero agradecer-lhe as suas tão amáveis palavras e creia que me sinto orgulhosa por me ter dito, se bem o percebi, que despertou para o fenómeno da blogosfera através do meu blog.
Diamantino, você já pensou em ter um blog? Se ainda não pensou o melhor é começar a pensar seriamente nessa hipótese, porque escreve maravilhosamente bem e tem muito que dizer. O seu blog não precisa de ter um carácter tão intimista como o meu, há imensas coisas que podemos falar sem expormos tanto do nosso sentir. Ou, então, publicar coisas curiosas, invulgares, como por exemplo fotos antigas. No fundo, eu utilizo o meu blog para exorcizar acontecimentos do passado, que me ficaram atravessados. Há tanta coisa que eu preciso dizer! Repare bem: Preciso de dizer! Mas delas falarei a seu tempo, até porque as ideias vão surgindo naturalmente.
Não tem de me agradecer. Sou eu quem tem de estar grata pela sua atenção, por me ler e porque ao comentar denota que não fica indiferente. Agora que já estou novamente a trabalhar é provável que demore um pouco mais a responder, mas assim que possa fa-lo-ei com todo o prazer. Também diminuo a frequência das postagens, por nem sempre ter tempo para escrever, nem disposição, diga-se a verdade! Preciso de inspiração! 😀
Janeiro 6th, 2010 as 2:10
Diamantino,
Este comentário que fez dá pano para um ror de mangas! Em criança frequentava a igreja e a catequese porque a minha mãe a isso me obrigava. Lembro-me que até certa altura eu acreditava no que ouvia na catequese e na igreja, tanto que, quando me confessava e comungava chegava a sentir-me pura, como se a minha alma estivesse branquinha, resplandecente e exultante por se ver livre dos pecados. Ao sair da igreja logo corria pelo adro e quase jurava que estava mais leve, sentia-me como que a planar pelo ar. Mas bem depressa dei em perceber que os padres nada queriam com o Deus que tanto proclamam, se não, porque prestavam eles tanta atenção e porque se desfaziam em mesuras aos ricos lá da terra? Prestavam culto e vassalagem ao poder económico e social. Eu bem que percebia as diferenças de tratamento, umas eram ovelhas bonitas outras eram ovelhas ranhosas! O meio para conseguir um bom emprego, quer para o sector público, quer para o privado, passava pelo exercício de catequista, ele, o padre, lá mexia os cordelinhos. No fundo é tudo uma hipocrisia, cada um quer é safar-se o melhor que lhe for possível. No dia-a-dia os “crentes” em nada se diferenciam dos não crentes. Nos meios pequenos, quem for observador ou tiver algum espírito crítico apercebe-se destas misérias. Mesmo nas romarias e procissões, quem ia na frente empunhando estandartes, vestidos de todos aqueles paramentos em cetins roxos, que até me metiam medo, eram sempre os grandes senhores! Depois fui crescendo e comecei a perceber melhor os meandros da religião e cheguei à conclusão que ela é útil – há pessoas que se não fosse o temor a Deus, porque lá no seu íntimo têm medo que Deus e a sua justiça existam mesmo, elas, até eram capazes de matar, quem inadvertidamente se lhes atravessasse no caminho, pois se já são tão velhacas mesmo sendo crentes, imagine, Diamantino, se lhes dissessem: Deus não existe! E o Inferno descia à terra!
É politicamente correcto respeitar a opção das pessoas quando enveredam pela religião, mas, pela parte que me toca, estou-me nas tintas para o politicamente correcto, porque não admito que alguém pense, que só porque vai à missa é melhor do que eu, ou que os filhos, que vão à catequese são melhores do que o meu filho que tem 19 anos e nem sequer é baptizado, e, Diamantino você sabe tão bem como eu, que os cristãos praticantes, ou até aqueles que não praticam por aí além, têm um pouco esta mania!
Mais uma vez agradeço a sua visita e os seus simpáticos comentários.
Janeiro 6th, 2010 as 2:23
António Almeida
Também para si um Bom Ano. 🙂
No Natal é habitual as coisas ficarem a meio gás, como é costume dizer-se! Anda tudo baralhado com as festas, menos eu, que este ano mandei as festas à fava! Afinal, só servem para gastar muitas vezes o que não se tem e para dar trabalho!
Janeiro 6th, 2010 as 2:26
Pata Negra!
O que me ri contigo! Talvez fosse bom retornar àqueles tempos! Comer, dormir e andar ao colo! 😀
Um abraço!
Janeiro 7th, 2010 as 2:06
Não quero deixar passar esta oportunidade, para voltar ao assunto da religião. Saiba que me despertou para uma questão, que nunca me ocorreu, “o benefício das religiões”. Habituei-me a ver apenas o lado negativo da sua prática e para não me alongar com considerações às outras religiões, cinjo-me apenas à da Igreja Católica, que sempre associei, ao pior que tem a espécie humana. Para não me alongar na menção aos outros actos criminosos em várias partes do mundo, fico-me por uma pequena referência à inquisição em Portugal: às criminosas torturas e mortes na fogueira, àqueles que cometiam heresia ou apostasia, quando para ser considerado, herege ou apóstata, bastava discordar dos dogmas da igreja ou ser acusado, mesmo que falsamente, de tomar banho ou lavar toalhas à sexta-feira. Mas o que eu queria dizer, agora admitindo o “benefício das religiões” era que concordo consigo, de facto há pessoas tão velhacas, que se não temessem o seu «Deus», eram capazes de cometer os mais horrendos e bestiais crimes. Se mais provas não houvesse, bastava o pouco que eu disse, sobre a inquisição.
Janeiro 7th, 2010 as 2:46
Do que te lembras Milú.
“os pingos do beiral do telhado a cair dentro de um alguidar de zinco”.
Eu lembro-me da chuva a cair para um grande latão de plástico azul que servia em tempos mais secos para regar as plantas.
Possas, zinco? hummmou ou a memória me anda a pregar partidas (e já são tantas)ou só consigo chegar às bacias de plástico (alguidar era para as sopas secas no natal e era de barro – sou do Norte carago!) 😉
Janeiro 8th, 2010 as 0:24
Olá Diamantino,
Antes de mais convém dizer que sou agnóstica, defendo a tomada de posição de que no que consta a Deus nada sabemos. Se não podemos afirmar a existência de uma entidade superior, também não podemos afirmar a sua não existência.
Porém, uma certeza tenho – não acredito na igreja e no Deus que proclama. Ao longo da história da humanidade, a igreja tem demonstrado que o seu interesse primário não está na felicidade do Homem, além disso mente demais. O homem de hoje não engole tudo o que lhe querem impingir. A igreja demora a percebê-lo. A Inquisição foi o expoente máximo da crueldade humana. Ninguém estava impune. Criminosos foram os delatores, foram, também, os que representavam os tribunais, incluindo os carrascos e executores das mais cruéis torturas, e até o povo, que enlouquecido e embrutecido pela profunda ignorância e mau querer ao seu semelhante, ia assistir, cheio de prazer, aos espectáculos das fogueiras humanas. Como se de uma tourada se tratasse, que já de si não é apropriada para gente sensível. E ainda ajudava à festa atirando umas pedras e cuspidelas! Mas, afinal, qual é o Deus que aprecia uma coisa assim? Se bem visto, a igreja tentou reproduzir na terra a imagem e os horrores do inferno, com o qual ameaçava os que nela acreditavam.
Mas, a verdade, é que tenho a impressão, para não dizer a certeza, que o mundo seria bem mais cruel, se não houvesse temor ao Deus.
Se a memória não me falha, creio que foi Voltaire quem disse que até lhe convinha que a mulher dele, o seu merceeiro e o seu alfaiate acreditassem em Deus, porque isso lhe garantia que nenhum deles o enganava! Não estou tão certa disso!
“Eu acredito no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram.” Voltaire
Janeiro 8th, 2010 as 19:03
Milu,
Coincidentemente eu também sou agnóstico.
Essa do Voltaire me lembrou a frase que um irmão meu mais velho sempre diz: acredito mais que o homem criou Deus a sua imagem e semelhança que o contrário ! Concordo com ele.
Por ocasião do bicentenário de Darwin fiz um post no ZEducando com um texto (“Retorno às trevas”) e uma charge que acho interessante: http://joserosafilho.wordpress.com/2009/03/10/retorno-as-trevas/
um bj,
Janeiro 9th, 2010 as 22:58
José Rosa.
Fui ver o texto desse link.
Essa notícia deu brado também em Portugal. Essa atitude da parte de um representante da igreja afasta mais do que aproxima as pessoas da igreja.
Um beijo.
Janeiro 9th, 2010 as 23:08
Flordeliz.
Também tinha um alguidar de barro, que era onde a minha mãe amassava as filhós. Mais tarde era eu que as fazia lá. Quando me apetecia e em qualquer altura do ano, misturava farinha com ovos, raspa de laranja e toca de amassar, isto é, misturar bem os ingredientes, porque amassar como deve de ser dá muito trabalho. Depois de fritas ficavam um bocado duras, mas sempre eram bem melhores de engolir do que o triste pão com manteiga. 😀
Um beijinho.
Janeiro 11th, 2010 as 11:48
muito fofo…
beijo
Janeiro 11th, 2010 as 18:44
Opolidor.
Bem o dizes! Quem mo dera, mesmo com aquela carita tão entediada!
Um beijo.