Abril 07, 2012
Páscoa. As amêndoas da minha meninice…
Publicado por: Milu : Categoria: Sem categoria
Nos meus tempos de criança ficava encantada quando me davam amêndoas como estas, porque eram doces e ao mesmo tempo pareciam um brinquedo. Escusado será dizer que estas amêndoas, ou lá o que é isto, não prestam para nada! Bem, talvez não seja bem assim. O que acontece é que actualmente existe muita variedade e cada vez mais requintada. A respeito das amêndoas não se verifica o postulado de que “antigamente é que era bom”.
Estava capaz de dar um sumiço a umas amêndoas de chocolate como estas 😉
Imagem retirada daqui
Abril 8th, 2012 as 0:06
Minha querida amiga
Sinto a falta das tuas aventuras que me empolgavam. Talvez tanto como as amêndoas de antigamente.
E porque não também os “lagartos e os paladares” que se vendiam no largo de Cacilhas, nos anos 40. Ainda vejo o homem vestido de branco com um carrito com rodas de bicicleta a vender “lagartos”, feitos de farinha mais fina, com açúcar por cima. Quando apanhava um, limpava-lhe primeiramente com uma dentada a cabeça, depois as patas uma a uma, o rabo e finalmente o corpo. Ficava a pensar que na próxima vez começava pelo rabo, mas o ritual repetia-se. Já dentro da camioneta que me trazia a casa, uma meia dúzia de caramelos eram comprados para me adoçar a boca até casa.
E as amêndoas com licor?
Nesta altura tenho em casa umas que me ofereceram que são umas autenticas “mer..” até sabem mal. Se calhar são como a vida actual.
beijos, querida amiga
Abril 8th, 2012 as 0:37
Nem de propósito hoje falávamos destas amêndoas.
Talvez as de agora até sejam melhores (embora este ano ainda não tenha encontrado as que me são favoritas: umas pequeninas com pinhão), no entanto estas de que falas, as de licor, enchiam o meu imaginário. Eram oferecidas junto ao folar do meu padrinho num saquinho talvez de 50gr e era uma alegria descobrir o feijão vermelho, a pomba Branca, o bebé… Comê-las era uma tentação e um sacrifício à nossa resistência para as não vermos desaparecer rapidamente. Segurá-las era um tesouro que acabávamos por desfazer na palma da mão.
Amêndoas para mim, ainda são as coloridas e se possível sempre com pinhão. No entanto já não se veem muitas. Talvez o meu gosto esteja fora de moda 😉
Bom Domingo
Dida
Abril 8th, 2012 as 17:51
Aquelas não são das que têm um licor dentro? Boa Páscoa!
Beijinho
Abril 8th, 2012 as 18:18
Zé 😀
Não faço a mais pequena ideia do que era isso dos lagartos. Mas tenhp pena :`( pela maneira como falas deles deviam ser coisa boa 🙂
Quanto às minhas habituais histórias agora já não sinto pica para as contar. O meu espírito é agora outro. Aliás, estou a juntar outras histórias… Mas olha que ainda há uma das antigas que te vou contar:
Lembras-te das minhas histórias da condessa? Daquela mulher somítica que me acompanhou na minha infância? Pois bem, aqui vai mais uma história, que até mete amêndoas e tudo. Um dia, ia eu com o meu filhote ao colo, um bébé com um ano e meio, defronte do escritório da condessa, ela tinha um negócio, lembrei-me de a visitar, não porque as saudades apertassem, que isso dela ninguém tinha, mas antes para, vaidosa, lhe mostrar o meu bebé. Ela pareceu que gostou de me ver e ao bebé também. Falámos de coisas corriqueiras e, a certa altura, até me disse que gostaria de me ajudar a criar o bebé tal como tinha ajudado a criar a mãe – referindo-se a mim. E eu logo pensei: Vade retro satanás!!! Com este não brincas tu! Em dada altura fartei-me de estar a ouvir a voz dela toda cheia de salamaleques e fiz menção de me vir embora. Ela então, toda prazenteira fez-me saber que dali não iria sair de mãos a abanar, isto é, sem levar uma pequena lembrança. Levantou-se e lá foi saracoteando o cu gordo em direção a um móvel, abriu uma gaveta, mexeu e remexeu, talvez à procura da coisinha pior que, por ventura, lá estivesse e, por fim, sacou de lá um pacote de amêndoas, daquelas que sempre conheci como amêndoas de sobremesa mas sabem a cacau, não são grande coisa, mas aquelas então clamavam aos deuses. Sei lá os anos que aquilo já tinha, até estavam meio esfareladas apesar de serem duras! Mal me apanhei na rua tirei aquilo da mão do bebé dizendo-lhe que não prestavam. O certo é que ele não barafustou, aceitou logo e calmo viu-me deitá-las para dentro de um contentor do lixo. Pelo comportamento dele já podes calcular o aspecto lindo e fresco que as amêndoas tinham!! :O Bem, lá tive que comprar umas guloseimas para consolar o pequenito!
Um beijinho Zé!
Abril 8th, 2012 as 18:45
Dida 😀
Conheço bem as amêndoas tuas preferidas, ou seja pinhões 😀
Eu cá perco-me por aquelas de chocolate, e depois há uma grande variedade. Mas tens razão quando falas das amêndoas coloridas. Aquilo sabe tudo ao mesmo, mas o certo é que gostava de comer as amêndoas amarelinhas e alaranjadas, enquanto as brancas ficavam para o fim.
Tu tinhas um padrinho que te oferecia dessas amêndoas e folar! Eu não! 🙁 Daquelas vulgares também só tinha um pacotito de 125 gramas, que o meu pai dava a cada um dos filhos, e porque pacotes mais pequenos não havia!! Estas amèndoas a imitar figuras eram-me dadas como recompensa por eu ter feito recados. Mas eu adorava-as, era como tu, procurava pelas figuras. Antes de as comer olhava imenso para cada uma elas, era uma espécie de despedida porque me dava pena comê-las, mas aquilo era bom, como não haveria de as comer?
Um resto de bom Domingo também para ti.
Um beijinho
Abril 8th, 2012 as 18:49
Lino 😀
Sim. São dessas 😀 Mas não era nada disso que tornava aquela coisa mais apetecível, aquilo nem sequer tem amêndoa. Eram apenas lindas e faziam-me sonhar 😀
Boa Páscoa também para ti
Um beijinho
Abril 9th, 2012 as 7:22
Como eu gostava de conhecer a D. Condessa…
Tenho a certeza que usava “botinha” de meio tacão para se ouvir o toque, toque à distancia. Cabelo de carrapito, mais apanhado sem jeito do que um carrapito feito à aldeã. Um buço a puxar para uma bigodaça farfalhuda.
Aquela D. Condessa da historia do monstro que numa noite de inverno,com chuva e vento, mais trovoada, bateu à porta do castelo onde ela morava. Ela lá do alto da escadaria do 2º andar mandou o Baptista marreco e coxo ver quem era. O Baptista ao ver aquela estranha figura, baixo, só com um olho na testa, 3 dedos numa mão, com dificuldades em falar, “malota” enorme nas costas (marreca quer eu dizer)« em Braga, malota é sinónimo de marreca»
ficou aterrorizado. Ele… o monstro pergunta-lhe: É aqui que mora a Sr. Condessa Maria Albertina da Silva Cascalheira Bastos?
O Baptista, nem sabe o que responder, olha para trás e vê a Condessa atrás dele, assistindo à conversa. Ela faz-lhe sinal com a cabeça e o Baptista confirma que a Srª Condessa era aquela aquela senhora velha que já tinha feito parte da corte do reinado de D. Afonso I de Espanha.
Então, aquele desgraçado chama-lhe a atenção para não o ter mandado entrar, já que por motivos da chuva implacável que lhe caía em cima estava todo encharcado. Mas mesmo antes de entrar, talvez fazendo cortesia, pergunta. Então a senhora é que é a Dnª Condessa Maria Albertina da Silva Cascalheira Bastos? A Condessa
acenou com a cabeça fazendo confirmação, que até o bigode tremeu.
Não sei se de algum arrepio, se do vento que já fustigava a sua fuça.
E o estranho continua. A Senhora Condessa, aqui à uns 35 anos, numa noite igual a esta não fez um abortozinho.
Toda ela tremeu, demais uma pergunta desta em presença do Baptista seu leal servo, que com o tempo de serventia já se servia também da Condessa, ou não se chamasse Baptista.
Ela tremendo as pernas como varas verdes, respondeu a custo e enervada e em voz bem mortiça. Diz, sim
E o olho do estranho brilhou mais, abriu a bocarra com um sorriso, abre os braços direito a ela e diz. ADEUS MAIZINHA
(filho de aborto é o que dá)
Abril 10th, 2012 as 15:04
Zé
Não acertaste na pretensa figura da condessa. Pois ela era gorda e tinha uns dentes de rato, assim miúdinhos. A base dos dentes era direita, como se tivessem gastos, mas não me lembro de a ver comer muito. Mas devia comer muito, porque um corpo assim grande não se cria com ar. Tinha também uma cicatriz numa perna, que fazia uma depressão parecendo um buraco. Quando, um dia, ela nos mostrou aquilo, a mim e ao meu irmão mais velho, já não me recordo o que nos disse, falou apenas de uma intervenção cirúrgica, ou seja, uma operação, que por esta palavra já sabíamos imaginar o que era, visto que ao meu irmão tinha sido feita uma na qual lhe retiraram as amigdlas. Portanto, para nós, uma operação significava ir para o hospital e ser cortado, com uma faca, claro, sabíamos lá o que era um bisturi. Nós dois, quando vimos aquele buraco, no meio da perna gorda tipo morcela, até nos assustámos! Ela riu-se. Há expressões nas crianças que de tão genuínas ou nos fazem rir, ou nos comovem. Também não usava carrapito. 😀 Lembro-me que ela, mesmo com aquele corpanzil, gostava de se pôr de joelhos em cima de uma cadeira e debruçada sobre a mesa redonda onde fazia as refeições, a ler o jornal que o marido trazia regularmente para casa, com um decote que não era muito profundo, mas suficiente para se vislumbrar um pouquito das mamas abolachadas. Então, o meu irmão, um fedelho com alguns 12 anitos, disfarçadamente andava a espreitá-la! :O
Onde foste desencantar esta história da condessa? Olha que me fez lembrar algumas histórias para criança que eu costumava ler quando era pequenita. Lembro-me que, apesar de serem consideradas histórias infantis, elas metiam-me medo. Porque no mundo imaginário tudo é possível! 😛
Beijinho
Abril 12th, 2012 as 6:55
Esta historia da condessa com o criado Baptista, não passa de uma curta anedota que eu ao sabor da pena e naquele momento imaginei e acrescentei ao meu belo prazer.
No Minho, entre Vila Verde e Ponte da barca, existe uma pequenita aldeia de nome “Aboin da Nobrega”. Conheci por lá um homem trabalhador rural, cujo nome não interessa, mas que tinha um bigode bem farfalhudo, de pelo bem grosso. Os meus “ninos” teriam 5/6 anos e a um Domingo, com minha “Dona” por necessidade fiz-lhe uma visita. Nesse dia minha sogra acompanhou-nos também.
Chegamos, perguntamos onde morava e avançamos para a porta. Batemos, e em vez do Senhor, apareceu-nos a sua esposa. Eu fiquei espantado, boquiaberto, mas a “Dona” e sua mãe, não resistiram aos comentários brejeiros que os rapazes fizeram em voz alta
ao verem um bigode monumental e muito mais farfalhudo que a mulher ostentava entre o lábio superior e abaixo do nariz.
Sinceramente, Juro, nunca tinha visto coisa igual.
E não é que a partir daquela altura, passei a ter dois “fetiches” que já me largaram da memória. Gostava de te ver visto, aqueles dois “labregos” (pessoas do campo)a comer uma sopa de nabo, repolho e feijão vermelho. e o segundo, ao beijarem-se aqueles pelos enfiavam-se uns nos outros como as escovas de lavar o chão com sabão amarelo dos nossos tempos de criança.
Beijo