O Esplendor de Portugal

Publicado por: Milu  :  Categoria: LIVROS, O Esplendor de Portugal

O Esplendor de Portugal

De

António Lobo Antunes

Percurso literário aqui

O Esplendor de Portugal é um romance da autoria de António Lobo Antunes que desenrola com admirável mestria  o cenário, qual quadro impressionista, da colónia de Angola, no apogeu da colonização e no degradante período pós-colonial. Através das suas personagens, nomeadamente aquando do seu papel de narradores, somos levados a viajar no tempo e no espaço do que foram as suas vidas.

António Lobos Antunes  usa de um estilo próprio que faz dele um género único, que se caracteriza por um tipo de escrita densa e enfática, muito propícia a adensar os dramas humanos que projecta nas personagens por si criadas, tornando-as deste modo e  inequivocamente, em perfeitos candidatos  a utentes de um consultório psiquiátrico. Sem dúvida que António Lobo Antunes alia as suas duas facetas profissionais. O profissional de medicina psiquiátrica caminha de mãos dadas com o profissional da escrita.

Este livro centra-se na história de uma família que se desmembra quando os filhos de Isilda, o Carlos, o Rui e a Clarisse fugidos à violência e aos horrores da guerra civil em Angola, demandam para Portugal e se refugiam no pequeno apartamento da Ajuda, em Lisboa, até que chegou um dia em que, Carlos, o irmão mestiço, dominado pela intolerância e pelo ressentimento dos traumas antigos, expulsa os irmãos de casa. Porém, no dia 24 de Dezembro de 1995, Carlos sente-se invadido por uma profunda nostalgia, que lhe traz à memória os seus dois irmãos, e sem mais nem para quê, dá por si a ansiar que estes o acompanhem na noite da consoada. Na demora e na incerteza da presença dos irmãos, embrenha-se num mundo de recordações do que foi sua existência em Angola.

Através dos sentimentos e traumas desta família, avó, pais e  filhos, personagens que vão emergindo no decorrer da acção, que ora avança, ora recua no espaço temporal, vamos tomando conhecimento de quão horrível foi a guerra civil de Angola, que a deixou transformada numa colossal poça de sangue, tão devastada que  “já nem Deus lhe podia valer”.

A   carcomida avó, mãe de Isilda,  é-nos retratada como alguém que nutre  um profundo ódio aos pretos, que se estende ao Carlos, o seu neto, que não era neto, mas mestiço. Contudo, no seu leito de morte foi à preta Josélia a quem dedicou aquele que seria o seu derradeiro sopro de vida. Despeitada e amargurada pelos desgostos da vida, sofreu na pele a humilhação de ter sido rejeitada  pelo marido, que fugia dela como o diabo foge da cruz, privando-a dos ansiados consolos conjugais, refugia-se dos frequentes embaraços no seu tão peculiar gesto de contar as gotas para a tensão, e fá-lo com tal meticulosidade, que todos os que este acto presenciam, dão por si a contá-las também.

A mãe, Isilda, que comprou o Carlos, fruto da traição do marido que se havia envolvido com uma preta e de cuja insídia se vingará entregando-se ao chefe da polícia, ali mesmo no escritório da sua casa, ao alcance da curiosidade dos filhos e perante as barbas do desditoso marido, que transformado num bandalho, se auto-destrói numa profunda dedicação aos gargalos  e ao gorjeio do tilintar de copos. A filha, Clarisse, toda ela vaidade e só com olhos para os homens. Tão absorvida  nos ensejos da sedução, que foi incapaz de perceber que o farrapo humano que era o seu pai, a amava imensamente, para quem Clarisse sempre foi a sua doce menina, ela que só tinha ouvidos não para os apelos paternos, mas para as buzinadelas que da rua a chamavam. O Rui, que para sua desgraça nasceu  epiléptico, em contrapartida, o único da família que era feliz, talvez  por ser doido. Ele e a sua espingarda de chumbinhos  eram a dupla  mais temida das redondezas, já que teimava em apontar a tudo quanto mexia.

O Esplendor de Portugal, que a mim me pareceu o esplendor da vergonha é, enfim, uma obra que alberga no seu coração, as cruas e nuas imagens do horror, do sofrimento, da solidão, do desencanto e da desesperança. Do pior que a vida tem.

34 Comentarios to “O Esplendor de Portugal”

  1. mfc Diz:

    Mais uma edição de Lobo Antunes que não poderei deixar de ler.
    A pessoa e o escritor são fantásticos.

  2. CybeRider Diz:

    Gosto muito de autores portugueses, com os estrangeiros fico sempre na dúvida se não estarei a beneficiar ou a perder com as “maravilhas” da tradução. Já com os nossos, tenho essa dúvida a menos. O autor que referes é-me particularmente caro pela injustiça que lhe cometi há muitos anos. Pouco disponível para sentimentos, zanguei-me com “As Naus” e ofereci o livro, a uma amigo apreciador, a três ou quatro páginas lidas. Depois ouvi-o pontualmente na televisão e interiorizei que “este fulano não sabe abrir a boca”, nem vi que eu também não… Enfim, eu era novo e ele já era sábio. Aprendi a gostar dele por pequenos acasos, para isso muito contribuíram alguns pequenos textos que encontrava aqui ou ali nas horas vagas e que os olhos talvez procurassem no ensejo de novas injustiças, que acabei por não conseguir fazer. Hoje reconheço-lhe o génio brutal, não perco nenhum dos seus doces, que procuro com avidez, na revista Visão (passe a publicidade) com pena de que a sua periodicidade seja bastante inferior à da revista. Tenho na culatra “Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?”, oferta das festas recentes de alguém que sabia que me iria entusiasmar, vou espetá-lo na cabeça logo que possa, estou ansioso por isso, mas tenho de terminar outras leituras primeiro.

    Depois de me ter atrasado muito para um comentário viável aos teus últimos artigos, também porque Lisboa me foi quase berço e casa por muitos anos, e não ter sabido bem por onde começar porque convivi com muita amiga mulher, colega, e algumas mais homens do que eu pela perseverança e força de carácter, vejo com agrado que escolheste debruçar-te sobre a obra de um dos meus paladinos.

    Pelo tamanho do comentário, já vês como fiquei empolgado. Falta-me saborear muitas obras dele, para além de “As Naus” a que darei segunda oportunidade, assim me permita o tamanho da vida, também o que relatas está entre os faltosos, mas já me aguçaste o apetite. Haverá maneira…

    Beijinho

  3. flordeliz Diz:

    Pecadora me confesso.
    Nunca li nada deste autor. Fiquei curiosa com a entrevista. Aparece muito pouco.
    Li um livro do irmão. Foi tão publicitado que me deixei seduzir pela pessoa na entrevista e acabei desiludida no fim do livro, pelo que prometia e acabou por não cumprir (pelo menos para mim!).
    Sobre este autor o meu filho tem uma “máxima” curiosa de como descobrir as suas obras, ou seja:
    Quando o título é muito longo pertence a António Lobo Antunes.
    Bom Domingo e aceita uma beijokinha.
    dida/flordeliz

  4. Milu Diz:

    mfc

    Sobre António Lobo Antunes apenas sei o que o próprio diz de si nas entrevistas, ou que deixa perceber nas suas crónicas. Faço alguma destrinça entre o escritor de grandes obras e o autor de crónicas que por norma considero maravilhosas.

  5. Milu Diz:

    CybeRider.

    Já li “As Naus”, contudo, não me lembro de praticamente nada, sei que se pegasse novamente nesse livro, lembrar-me-ia logo, pois isto mesmo já me aconteceu algumas vezes com outros livros que havia lido, até mesmo aqueles que li há imenso tempo. Tal como tu, também eu adoro as crónicas de António Lobo Antunes, ele diz nelas, aquilo que muitas vezes queremos dizer e talvez não sejamos capazes, pelo menos de uma forma tão bela. Contudo, os livros não são fáceis de ler. De início até custam, depois e devagar vamos começando a gostar, a ganhar alguma simpatia pelas personagens que ora vão e vêm. Este livro, o Esplendor de Portugal, andei um ror de tempo para o acabar de ler, mas do meio em diante comecei a gostar e compreendi que lê-lo me havia enriquecido. Estou convencida de que nem todas as pessoas que terão na estante obras deste autor, alguma vez as lerão. Por muito que venda, quem o lê é cada vez mais uma elite. Um livro dele que li e que gostei e com o qual me fartei de rir foi “Memórias de Elefante”. Foi o primeiro livro que ele escreveu, mas se a memória não me falha não foi o primeiro que publicou. Neste livro ainda não usa do estilo que agora o caracteriza e tem cenas hilariantes. Ao divorciar-se da mulher enceta uma vida de desleixo e acontecem-lhe peripécias que nos fazem rir. No fundo, aproxima-se muito da forma como se expressa nas crónicas. Usa e abusa do vernáculo, mas sempre muito a propósito.
    Estou como tu: Tantos livros que gostaria de ler, mas e tempo para tudo? 😀
    Um beijinho.

  6. Milu Diz:

    Olá Dida!

    Vou passar a tratar-te assim, pelo diminutivo do teu nome, se me deres licença! 🙂
    O teu filho tem razão. Os títulos dos livros de António Lobo Antunes são grandes e quanto a mim, também intrigantes.Mas uma certeza tenho – que eles trazem em si uma mensagem. Pois eu não cheguei a ler esse livro do irmão deste autor e que foi bastante publicitado. Na verdade não me deixo arrastar pela publicidade, leio o que ocasionalmente vem parar às minhas mãos, só não leio os livros verdadeiramente maus e olha que os há por aí às mãos-cheias. Estes livros surgem porque são as próprias editoras que convidam as pessoas com algum mediatismo a escreverem um livro, como por exemplo apresentadores de televisão, que nos presenteiam com cada aberração!

    Um bom Domingo também para ti!
    Um beijinho.

  7. Pata Negra Diz:

    Assim contado, quando me surgir, lerei e lembrar-me-ei de Miluzinha.
    Um abraço esplendoroso

  8. José Pinto Diz:

    Parabéns pela descrição minuciosa que faz do livro, empregando uma linguagem tão erudita! Dá gosto!

    O filho mais velho é vítima de discriminação racial, numa família desenquadrada dos padrões tradicionais. O Carlos é repudiado no seio familiar, por se tratar de filho ilegítimo: ele era fruto duma relação extra-conjugal do pai com uma mulher de raça negra. No entanto, é ele quem suscita mais tarde, em Lisboa, na pós-guerra, uma reunião com os dois irmãos, onde cada um esconjura o seu próprio fantasma de forma lírica.
    Lobo Antunes põe a nu uma realidade portuguesa, reportada a um tempo histórico de informação controlada. A participação de Lobo Antunes na guerra colonial, conjugada com a sua formação académica em psiquiatria, confere-lhe autoridade para nos mostrar comportamentos muito estranhos daquela época, numa “província ultramarina”.
    Beijos.

  9. opolidor Diz:

    Milu, estimulado o apetite só falta ler…

    um beijo

  10. Vicktor Diz:

    Querida Milu

    Excelente trabalho de pesquisa e de compilação que realizaste onde se nota forte o teu cunho pessoal.

    Muitos parabéns por isso…

    Quanto à obra de A. Lobo Antunes é obra complexa que lida com cuidado nos transporta a ambientes e a sentires únicos.

    Bem merecedor já de um Prémio Nobel da Literatura!!!

    Beijinhos.

  11. Milu Diz:

    Pata Negra

    Na minha opinião este livro centra-se principalmente nas personagens que compõem esta família, nos seus dramas e sentires. Angola e a guerra funcionam principalmente como pano de fundo. De modo que decidi, por isso mesmo, aflorar as características que mais me marcaram nas personagens, emprestando assim, alguma leveza a esta obra que é bastante densa.
    Outro abraço! 🙂

  12. António de Almeida Diz:

    Tenho de voltar a ler, mas falta-me tempo ultimamente.

  13. lino Diz:

    Neste caso, eu sou do contra.
    Beijinhos

  14. Milu Diz:

    José Pinto.

    Excelente comentário! Já vi que leu a obra! 🙂

    Neste livro um dos sentimentos que mais sobressai é o ódio entre as raças e as classes sociais. Chocou-me sobremaneira que a avó nunca tivesse sido capaz de amar aquela criança que era o Carlos, fosse ou não filho ilegítimo, uma criança é sempre uma criança independentemente das circunstâncias, em vez disso encenava trejeitos enojados, com os quais enxotava o petiz. Quanto a mim, isto é sinónimo de uma crueldade extrema. No fundo, talvez estivesse a reviver a traição do marido com a francesa, através da própria filha e da traição do marido desta, da qual nasceu o Carlos. Traumas não faltam neste livro!É caso para dizer que todos precisavam de um médico psiquiatra! Para dizer a verdade não gostei logo deste livro, fui antes gostando, a partir do momento em que comecei a entendê-lo.
    Um beijinho.

  15. Milu Diz:

    Opolidor

    Podes ler porque vale a pena. Leva algum tempo a ler, não é de forma alguma um daqueles livros que nos fazem ficar acordados toda a noite, pela curiosidade de saber o que aconteceu ou acontecerá nos próximos capítulos, mas conforme se vai lendo, vai-se gostando cada vez mais.
    Um beijinho.

  16. Milu Diz:

    Vicktor.

    Bastante curioso isso que disseste, que se nota fortemente o meu cunho pessoal! 😀
    Fiquei contente, porque é bom desenvolvermos o nosso próprio estilo, que nos demarca, afinal.
    Concordo contigo acerca de António Lobo Antunes poder vir a ser galardoado com o Prémio Nobel. Bem o merece.
    Um beijinho.

  17. Milu Diz:

    António de Almeida.

    Se diz que tem de voltar a ler, então, faz uma coisa que só muito raramente consigo fazer – ler um livro duas vezes! Já me aconteceu começar a ler um livro e, de repente, recordar-me da história, se for bonita e engraçada, ainda tento prosseguir na leitura, caso contrário perco o interesse, talvez por já conhecer a trama!

  18. Milu Diz:

    Lino.

    Não gostas de António Lobo Antunes? Sinceramente também não posso dizer que é o escritor que mais gosto, mas pelo menos este livro mostrou-me algumas coisas que interessam ficar escondidas. Basta atentar no título – “O Esplendor de Portugal”, para podermos intuir quanta mentira a nossa história contou, ao longo dos tempos…

  19. Pascoalita Diz:

    Depois das minhas 2 tentativas para ler Lobo Antunes, livros “As Naus” e “Que Cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?”, não me apanham a comprar mais nenhum!

    Esta descrição parece tentadora, mas só se por um acaso me vier parar às mãos …

    No entanto, Maria, concordo com a opinião deixada no meu Blogue sobre o Escritor:

    – Talvez o meu primeiro contacto com a obra do autor não tenha sido a melhor;

    – Talvez um dia mude de ideias e acabe por entender o autor, mas para já a minha paciência esgota-se após meia dúzia de páginas.

    Jinho grande

  20. Dri Viaro Diz:

    Oi, passei pra conhecer o blog e desejar bom dia
    bjss

    aguardo sua visita 🙂

  21. Milu Diz:

    Pascoalita
    Também li “As Naus”, embora não me recorde do seu conteúdo. Na verdade este livro no início também não me foi fácil de ler, mas fui teimosa e lá fui lendo página após página, capítulo após capítulo. No final o balanço foi positivo. Olhei para trás, passe a expressão, e conclui que sabia um pouco mais sobre Angola e os tumultos que se deram por altura da guerra civil, um pouco depois da Independência. É um livro que retrata os piores sentimentos do ser humano – ódio, traição, vingança, ciúme, enfim, tudo o que é destrutivo.
    Por norma não compro livros, nem que deles façam a maior publicidade. Este foi-me emprestado e estou a ler outro também emprestado. A maior parte das vezes vou à Biblioteca Municipal, nem imaginas o quanto me perco por lá, no meio daquela imensidão de livros. Por fim trago para casa emprestado o que calha, a bem dizer, só não gosto de trazer livros com aspecto de velhos, com as folhas todas amarelentas! 😀
    Um beijinho!

  22. Milu Diz:

    Dri Viaro!

    Muito obrigada pela visita, vou ter muito gosto em retribuí-la e deixar-lhe umas palavrinhas! Um beijinho. 🙂

  23. Diamantino Diz:

    De António Lobo Antunes, li uma vez “Os Cus de Judas”, mas devo confessar que foi, na altura, uma leitura difícil. Deveu-se certamente à minha incompetência como leitor. Porque do autor não tenho dúvidas da sua altíssima competência.
    Hoje, motivado pelo seu comentário, fui a uma livraria da FNAC e levei o “Esplendor de Portugal” para a mesa da cafetaria, para ler alguns parágrafos, não o queria comprar sem ter a certeza que leria, os vinte euros que ele custa, justifica a minha cautela. Não o comprei, porque mais uma vez senti dificuldade com o estilo do autor. Devo admitir, que como leitor não estou bem preparado para o entender os seus textos. Embora gostasse de o ouvir, numa recente entrevista que deu a um canal de televisão ou de ler algumas suas crónicas, num jornal.
    Já escrevi num comentário neste seu blogue, que não sou boa espingarda como leitor, no entanto já li alguns bons livros, Um deles foi “O Leitor” de Bernhard Schlink. Já adaptado ao cinema – Um filme magnífico interpretado por Ralfh Fiennes e Kate Winslet, onde esta ganhou o «Oscar» de interpretação – . Depois de ver o filme, li o livro outra vez. Isto vem a propósito de hoje (Sexta-feira), este filme dar na TVCINE 1.

  24. Dri Viaro Diz:

    Boa tarde, chegou fim de semana!!

    Por isso lhe desejo que vc fique com os seus, e aproveite totalmente estes 2 dias de folga.

    bjssss

  25. José Rosa Diz:

    Miluzinha,
    Que livro forte este, a julgar pelo final do seu relato, muito bom por sinal.
    Fiquei muito curioso para ler este livro.
    Vou procurar por essas plagas tropicais.

    um beijo.

  26. Milu Diz:

    Olá Diamantino!

    Creio tê-lo elucidado – mais ou menos – da minha posição acerca de António Lobo Antunes, no post que acabei de publicar. Na verdade é preciso entrosarmo-nos muito bem na leitura do livro, para assim, sem mais nem menos, darmos conta de que é bastante interessante. Estou a falar de “O Esplendor de Portugal”, quanto a outros, que ainda não li, nem mesmo tenho a certeza se acontecerá a mesma coisa, mas acredito em mim e no meu querer. No fundo, também depende do que procuramos nos livros. Agora estou mais virada para a aprendizagem e menos para o recreio, porque tenho lido muito, mas também, muito por uma questão de recreio, ou seja, para me entreter.
    Por norma não compro livros, vou antes tomá-los emprestados na Biblioteca Municipal, ou de alguém conhecido, portanto, se se der o caso de não gostar, não tenho o inconveniente de dar o dinheiro por mal empregue! Mas como não há bela sem senão, também é certo que assim estou restringida aos títulos lá existentes, que são suficientes, claro, mas nem sempre tenho oportunidade para ler os livros recentemente publicados, como é o caso de “Caim” de José Saramago, que gosto muito de ler, digam lá o que dele disserem. A minha opinião é soberana quando se trata de julgar as pessoas, neste e em muitos outros aspectos não sou nenhuma “Maria vai com as outras”, gosto de pensar por mim e assim tirar as minhas ilações sobre cada um. Na próxima vez que me deslocar à Biblioteca cuidarei de ver se lá existe este livro que o Diamantino falou, por enquanto tenho dois entre mãos. Tenho lido pouco para o meu habitual, mas eu sou de fases! 😀

  27. Milu Diz:

    Dri Viaro

    E ainda bem que chegou o fim-de-semana! Eu já quase andava com a língua de fora! Foi uma semana em que nunca dormi mais de quatro horas por noite, quando foram! 🙁

    Um beijo.

  28. Milu Diz:

    José Rosa.

    Sem dúvida que este é um livro forte, pois fala sobre a guerra e o sofrimento humano. Por vezes, os seres humanos são tratados como cães, infelizmente, este livro retrata uma realidade que ainda hoje existe.
    Depois de um livro destes ficamos com uma grande “endurance”, para futuras leituras! 🙂
    Um beijinho

  29. congeminações Diz:

    As guerras são sempre condenáveis, independentemente das razões que as motivem. A guerra colonial foi condenável em termos de vítimas dela resultante quer de mortos quer de estropiados mas mesmo assim ficou muito aquem do número produzido pela guerra civil, também ela condenável. Deu para perceber por estes dois posts produzidos que és uma fã do Lobo Antunes e não me parece ser uma má escolha na medida em que este escritor, cujas obras são traduzidas e conhecidas além fronteiras, tem-lhe sido reconhecido esse mérito igualmente a nível internacional.Portanto continuação de boas leituras e recuperação do descanso merecido neste fim de semana. Um beijinho
    Raul

  30. José Alexandre Ramos Diz:

    E agora descobri esta opinião de leitura. Tal como a de Memória de Elefante, também será citada integralmente no espaço de O Esplendor de Portugal no site António Lobo Antunes. Assim que escrever nova opinião sobre livros de ALA, não hesite, envie-nos! Obrigado.

  31. Milu Diz:

    Olá Raul.

    Nem sempre fui fã de António Lobo Antunes. Li algumas das suas obras quase por acaso. Mas só agora descobri verdadeiramente o seu talento. E como eu muitas outras pessoas o irão no futuro descobrir. No início não nos é fácil, mas depois adaptamo-nos e então sim, estamos preparados para desfrutar da sua escrita. Muito obrigada pelos votos de bom descanso, que bem preciso, este maldito Inverno ainda acaba comigo, sinto-me deprimida e em baixo de forma, faz-me falta o sol! 🙁
    Um beijinho

  32. Milu Diz:

    José Alexandre Ramos.
    Fica então combinado! Quando ler a próxima obra de ALA, que hei-de ler muitas mais, notificá-los-ei das minhas opiniões! Obrigada eu!

  33. Mário Rodrigues Diz:

    António, António…
    Intermináveis e sempre curtos os momentos com ele…É um homem misteriosamente escancarado…

    Um beijo Milu

  34. Milu Diz:

    Olá Mário!

    Estás a referir-te às crónicas, porque também assim penso, sempre que as leio. Sinto quem está nelas descrito é ele. António Lobo Antunes nas suas crónicas, fala sobretudo dele mesmo! E como ele é capaz de ser tão sincero, é isso que mais me fascina!
    Um beijinho

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