FULBRIGHT – Uma aventura
SEMANA INTERNACIONAL/INTERNATIONAL WEEK
CONFERÊNCIA – ESTUDAR, TRABALHAR E VIVER NOS EUA: DESAFIOS E OPORTUNIDADES
No dia 6 de Maio, terça feira, estive presente na Conferência – Estudar, Trabalhar e Viver nos EUA: Desafios e Oportunidades, que teve lugar na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais – Instituto Politécnico de Leiria. Tal como é meu apanágio tomei nota de alguns aspectos de cada intervenção, que considerei importantes, pelo que passo a compartilhá-los com os visitantes deste blog.
Os Oradores presentes foram os seguintes:
– Dr. Scott Hartmann (Conselheiro Adjunto para a Imprensa e Cultura da Embaixada dos Estados Unidos da América, em Portugal);
– Dr. Ricardo Sequeira (Conselheiro Educativo da Comissão Fulbright, em Portugal);
– Prof.ª Adélia Lopes (Diretora do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, Carreira-Leiria);
– Prof. Anthony Otey (Assistente de Língua Inglesa – Bolseiro, Comissão Fulbright).
O Dr. Ricardo Sequeira apresentou-se como sendo Conselheiro Educativo da Comissão FULBRIGHT, em Portugal:
A Comissão Cultural Luso-Americana foi criada em 1960 por acordo diplomático assinado entre o Governo Português e o Governo dos Estados Unidos da América. A comissão administra desde então em Portugal o Programa Fulbright em Portugal.
FULBRIGHT
Missão:
A Comissão Fulbright tem por missão fomentar o entendimento mútuo entre Portugal e os Estados Unidos da América através da oferta de oportunidades de intercâmbio de professores, investigadores e estudantes com base no mérito; da disponibilização de orientação e informação de qualidade sobre os sistema de ensino dos dois países; e da organização de iniciativas que potenciem a partilha de conhecimento.
Parceiros:
A Comissão Fulbright colabora com diversas instituições parceiras, públicas e privadas (Universidades portuguesas e americanas, fundações, empresas, etc.), que garantem o financiamento necessário à atribuição de bolsas específicas e o apoio adicional a diversas atividades desenvolvidas pela Comissão.
Bolsas:
As bolsas de estudo do Programa Fulbright oferecem a estudantes e professores portugueses a oportunidade de estudar, lecionar ou fazer investigação nos Estados Unidos da América, bem como a estudantes e professores americanos a oportunidade de desenvolver o mesmo tipo de atividades em Portugal.
Contactos:
fulbright@fulbright.pt
Intervenção do Dr. Ricardo Sequeira (Conselheiro Educativo da Comissão Fulbright, em Portugal):
Só podem ser candidatos às bolsas administradas pela Comissão Fulbright os detentores de Licenciatura. Portanto, estas bolsas destinam-se a quem pretende fazer Mestrado, Doutoramento ou Investigação.
As vantagens de estudar nos EUA são, entre outras:
– Acesso à última tecnologia, informação e equipamento;
– Professores de renome mundial;
– Oportunidades de estágio;
– 4000 Universidades creditadas;
– Contacto com estudantes oriundos de uma enorme diversidade de países.
A Licenciatura Portuguesa equivale nos EUA, a 4 e 5 anos de estudos superiores (Bachelor’s degree).
Os candidatos aos cursos de medicina, direito, medicina dentária e veterinária, nos EUA, podem ter uma licenciatura em qualquer área. No entanto, terão de fazer algumas disciplinas para poderem fazer os cursos citados, como por exemplo, a disciplina de química e biologia.
Nos Estados Unidos da América existem dois tipos de Mestrados:
Académic – Master of Arts (Ciências Humanas)
Professional – Master of Scienses (Ciências naturais e exatas).
Estudar numa Universidade americana pode custar entre os 15 000 dólares (quinze mil) e os 100 000 dólares (cem mil).
No entanto, para quem prosseguir estudos na área da matemática existe a probabilidade da própria Universidade assumir os custos com as propinas do seu aluno.
Os candidatos a estudar numa Universidade americana têm de provar à priori que têm posses para pagar os custos de estudar nos EUA.
Por norma, a possibilidade de entrar, ou ser aceite, pelas Universidades americanas, não depende unicamente das notas elevadas. É também muito importante o percurso do estudante, quer profissional, pressupondo que trabalha ou já trabalhou quer outros aspetos, que poderão contribuir para ajudar a definir o caráter do estudante. Este procedimento tem tanto mais cabimento quanto o facto de nos EUA ser perfeitamente normal que os estudantes também trabalhem. Deste modo, um candidato com notas mais baixas, mas com habilidades demonstradas, pode muito bem ser selecionado e passar à frente de um aluno que nada tem para mostrar a não ser um certificado com notas altas.
Intervenção de Dr. Scott Hartmann (Conselheiro Adjunto para a Imprensa e Cultura da Embaixada dos Estados Unidos da América, em Portugal).
Oportunidades relacionadas com os estudos:
– Enquanto estudante tem-se o direito a trabalhar legalmente durante 20 horas/semana. No Verão, tem direito a trabalhar durante 40 horas/semana.
Frisa-se que, nos EUA, o normal é o estudante trabalhar, quer os estudantes nacionais, quer os estrangeiros. Assim, os estudos são muitas vezes possíveis porque o estudante ganha dinheiro, o qual investe na sua própria educação.
Depois de terminar o Mestrado, por exemplo, o visto de estudante permite-lhe ficar mais um ano a trabalhar nos EUA. Esta é uma regra que vale para todos. Contudo, nalguns casos ainda é possível ficar mais tempo.
Existem mais de 1000 (mil) programas para estudantes, que lhes possibilita trabalhar nos EUA com vista a custearem os seus estudos.
http://j1visa.state.gov/programs
http://travel.state.gov/content/travel/english.html
Alguns programas são de curta duração e carecem de visto, que envolve algum investimento. Contudo, uma vez nos EUA a trabalhar, há lugar para a recuperação do dinheiro investido.
Também existe a possibilidade de ir para os EUA trabalhar durante todo o tempo que se desejar. Os vistos para esta situação já estão cancelados para o ano de 2015. Por conseguinte, só é possível fazer um pedido de visto para o ano de 2016, que está aberto durante os meses de Outubro/Novembro. Para uma informação mais detalhada explorar o seguinte site:
http://travel.state.gov/content/visas/english/employment/media.html#overview
Na sessão de esclarecimentos, já no final da Conferência, uma aluna indagou, revelando muita insegurança, sobre como seria o provável impacto para si, de ir para os EUA, mal dominando a língua e com uma cultura em muitos aspectos diferente daquela em que se vive.
Respondeu-lhe o Dr. Scott Hartmann – “Fiz isso dez vezes!! Aprender a cultura de outro país não é um processo rápido, mas é compensador!”
Intervenção da Professora Dra. Adélia Lopes (Diretora do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel, Carreira-Leiria).
A Prof. Dra. Adélia esteve nos EUA, através da Comissão Fulbright. Contou que uma das experiências mais marcantes foi o facto de ter conhecido uma escola numa cidade, de que não retive o nome, mas que se situa no Estado do Illinóis. Nessa escola estavam concentrados todos os alunos da região, que são agrupados consoante o ano em que se encontram. Lá, não existem as escolas de elite. Essa escola tinha como lema ir ao encontro do aluno, ou seja, é a escola que se compromete e adaptar-se ao aluno e não este à escola. Uma escola como deve ser, portanto!!
Intervenção do Professor Anthony Otey (Assistente de Língua Inglesa – Bolseiro, Comissão Fulbright).
A emoção em pessoa. A apresentação deste orador foi um ponto alto da Conferência. Eu, que gosto de me armar em dura, que passo a vida a fingir que sou de aço, ainda cheguei a sentir os olhos a humedecerem-se-me!…
O Professor Anthony, americano, esteve nesta Conferência como testemunho do que é ser bolseiro da Comissão Fulbright. Quando referiu que o programa estava prestes e terminar, o que significa que terá de se ir embora, as lágrimas embargaram-lhe a voz, e chorou, já de saudade. Disse que era muito emocional, chora porque tem pena de deixar as pessoas que conheceu, mas também costuma chorar de cada vez que tem de deixar a mãe, no âmbito de um programa que o leva a outro país.
Logo no ínicio da sua intervenção declarou:
“Cada coisa que eu falo. Cada coisa que eu faço. Representa o meu país!”
Anthony comparou a sua estada em Portugal com a US Route 50 – Loneliest Road in America.
A experiência em Portugal do Prof Anthony incluiu, entre outras atividades:
– Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo;
– Escola D. Dinis;
– Professor convidado:
– 6 aulas com alunos 18-60+;
– Audio-guia do Museu da Batalha.
O Prof Anthony referiu que encontrou na Internet, mais precisamente aqui, que já fui descobrir, uma frase que resume o que sente em relação à Fulbright:
“My advice to Fulbrighters of the future is that which was given to me. Go at it with an open mind; your experience will not be anything like you predicted and will mark you indelibly, but it will be great.”
É caso para dizer: “No meu tempo não havia disto…”