Fora da caixa
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”
Paulo Freire
O excerto que a seguir transcrevo neste meu blog, da autoria de Carlos Zorrinho, no seu livro “Ordem, Caos e Utopia” vem ao encontro do que há muito tenho vindo a defender: – tem a coragem, a nobreza, de seres tu próprio (a). Sê livre!
Se costumas ter a sensação de que não te enquadras, que não pertences por inteiro a este mundo, parabéns, estás no caminho certo, pois assim não serás apenas mais uma rês na manada.
“Ordem, Caos e Utopia” de Carlos Zorrinho
“A Fantástica aventura do ser”
“Acredita nos que procuram a verdade. Duvida dos que a encontram.”
André Guide
“A erosão analógica da personalidade constitui uma das perversidades mais gritantes do nosso tempo. Ao mesmo tempo que a competência, a qualificação, a diversidade e a capacidade criativa dos indivíduos constituem a maior fonte de riqueza, assistimos a uma estranha tentação ou atracção das pessoas para não serem o que são mas sim cópias mais ou menos fiéis do que pensam que a sociedade quer que sejam.
Esta realidade dá um poder enorme aos que dominam a moda, as tendências, os modelos de comportamento de referência e que manipulam desta forma indirecta as vontades.
Tal como Ford dizia que os clientes do seu Ford T tinham a liberdade de escolher a cor do seu carro, desde que escolhessem a cor preta, também hoje se assiste à ilusão de uma liberdade coarctada pelos modelos de referência e condicionamento de escolha.
Ora a identidade e o carácter constituem a maior riqueza dos indivíduos. O ser diferente é a grande sinfonia da existência. Os líderes, em particular, têm por missão liderar pelo seu exemplo e pelas suas convicções profundas e não por simples emulação com aquilo que parece ser a vontade dominante.
Ser demasiado igual à média é ser mais facilmente substituível ou descartável. Ser apenas mais uma cópia dum modelo de referência é ceder a liberdade de opção e escolha a um original que se não controla.
Um futuro melhor precisa de indivíduos mais preparados para fruir a uma fantástica aventura da existência e para serem actores de transformação dignos da forma superior de vida que representam.
Indivíduos seguros da sua individualidade e capazes em função dela, da solidariedade e da cooperação com outros indivíduos rumo a objectivos de mútuo interesse.
Indivíduos que, aceitando-se como são, se atribuem a si próprios valor, defendendo-se, assim, das tentações de evasão ou de destruição pela droga, pelo álcool ou por outros flagelos com que a realidade vai punindo os défices de auto-estima.
Estar vivo. Existir. É uma suprema dádiva e uma oportunidade fantástica de aventura e realização. Carpe diem.”
Bibliografia
ZORRINHO, Carlos. (2001). Ordem, Caos e Utopia. Editorial Presença. Lisboa. pp.91-92.
Agosto 21st, 2017 as 13:30
Muito bom o post. A gente fica com vontade de ler o livro. E como vocÊ citou Paulo Freire, vaja o post que fiz recentemente. Fico abismado como os brasileiros não sabem da grandeza desse Educador: Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo – https://joserosafilho.wordpress.com/2017/08/21/paulo-freire-o-terceiro-pensador-mais-citado-em-trabalhos-pelo-mundo/