A minha vida com GEORGE
a minha vida com GEORGE
De
Judith Summers
Judith Summers é jornalista freelancer e autora de vários livros, ao que presumo nem todos editados em Portugal. A obra “a minha vida com GEORGE” foi publicada no Reino Unido, Japão, Brasil, Alemanha e Itália. Vive no Reino Unido na companhia do seu filho Joshua e do… George, claro!
O livro “ a minha vida com GEORGE” é uma obra autobiográfica da autora Judith Summers, onde constam acontecimentos da sua vida que tiveram início com a terrível revelação de que o seu marido, Udi, era vítima de cancro. Divorciado e pai de duas filhas adultas, Udi, de quem se apaixonara e com quem casara já na idade dos trinta, era um homem cheio de vida e possuído por um frenético entusiasmo por tudo o que o rodeava, a natureza, os amigos e, até, todas as engenhocas de que tomava conhecimento, através do catálogo Innovations, e que posteriormente adquiria, movido por um intrínseco e indomável ímpeto de curiosidade pela criatividade e pelo novo. A par da sua profissão como produtor televisivo, tinha um especial interesse pela psicoterapia, actividade que, nas suas horas livres, se comprazia em exercer. Fumador e bebedor inveterado de Gauloises e cafés, quis viver toda uma vida, num só fôlego, não levando a sério os avisos de Judith, sua esposa, para que moderasse o seu vício e diminuísse, esse seu, tão intrépido ritmo. Durante a sua doença não lhe faltaram os inúmeros amigos que o visitavam frequentemente, na ânsia de amenizar o sofrimento deste homem, estimado por todos e que, lentamente, se despedia da vida. Udi e o sogro, igualmente doente, que viria, também, a morrer de cancro dois meses após o genro, costumavam desafiar-se mutuamente, brincando, em qual deles seria o primeiro a atingir a linha que define a meta final. Foi o Udi. Morreu aos cinquenta e seis anos de idade, resignado com o seu destino mas, albergando dentro de si, o desgosto de lhe ter sido negada, a oportunidade, de ver crescer o seu filho Joshua, de apenas oito anos de idade. Judith mergulhada na dor, pela perda, em tão pouco tempo, dos dois entes queridos conhece, a partir de então, a tristeza de sentir a sua casa imensamente vazia, ela que em tempos, parecia tão pequena, de tão cheia. A ideia de chegar a casa e encontrá-la de luzes apagadas e sem ninguém a esperá-la deprime-a profundamente, contudo, a sua mais premente preocupação prendia-se com o seu filho Joshua e o receio, de que, esta súbita e drástica mudança lhe causasse um tal sofrimento que, irremediavelmente, lhe imprimisse marcas dolorosas e irreversíveis na sua futura personalidade. Desejava que o seu filho crescesse feliz e saudável fisicamente e do ponto de vista psicológico! Tinha que estar vigilante e atenta ao seu comportamento, no sentido de ser capaz de, atempadamente, vislumbrar qualquer perturbação, mínima que fosse, mas, suficiente para lhe inspirar cuidados e permitir, assim, que agisse em tempo útil!. Oportunamente, procurava entabular, a propósito de qualquer coisa que desse jeito, conversas com Joshua mas, este, mantinha-se sorumbático e numa posição de defesa. A sua criança sofria! Sabia-o bem!… Até que um dia… Joshua quis ter um cão! Apesar de algo renitente e de muito meditar, movida pelo sentimento maternal de tudo fazer em prol da felicidade e bem-estar do seu filho, decidiu adquirir o animal mas, não sem antes, esgrimir argumentos que, julgou suficientemente fortes, para o demover da ideia! Tarefa inglória! O filho queria um cão e, pronto! George, um cavalier king charles spaniel de cinco meses foi o sortudo!
Assistimos, então, neste livro, a uma extensa e enfática apologia às qualidades raras e aos benefícios que esta raça pode oferecer ao género humano, ao ponto de nos fazer inveja. Mas, só até certo ponto!… Eis que, repentinamente, Judith viu a sua própria vida dar uma reviravolta total! George tornou-se o dono e senhor daquela casa. Ou dormia com a dona na cama dela, ou, se o contrariassem, ninguém dormia! Os lamentosos e insistentes latidos que se prolongavam pela noite fora, numa desafinada sinfonia, eram verdadeiramente capazes de pôr os nervos, de qualquer um, por muito garbosos que fossem, em autênticos fanicos. As luxuosas e dispendiosas rações, receitadas pelo veterinário, nem lhes tocava, votava-lhes um tal desprezo que preferia não comer nada, emagrecendo de tal maneira que, a dona, chegou a recear que se tivesse tornado anoréctico. Frango assado era a sua perdição, assim como os churrascos! Todas as tomadas de decisão ou quase todas, melhor dizendo, eram tomadas tendo em conta os interesses e comodidades deste pequeno rei… Judith deixou de ser senhora de si! A sua própria vida sentimental, também foi afectada, nem poderia deixar de ser! Anthony seu primeiro namorado, já viúva, não teve outro remédio que não fosse enfrentar duas frentes! Não gostava por aí além de animais e apesar dos intensos esforços que despendeu para conquistar Joshua, este, que ainda não tinha recuperado convenientemente da morte do pai, mantinha uma posição arredia e hostil! Alex outro namorado, recentemente divorciado, pai de quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas os quais se encontravam a seu cargo foi o mais conveniente, imediatamente aceite pelo Joshua, agora mais independente e de feridas saradas. Inteiramente adoptado pelo George que, veio a conhecer o apogeu dos bons tratos, comer em esplanadas de restaurantes uns belos nacos de carne regada a abundantes e saborosos molhos, passeios no Mercedes descapotável, eram algumas das mordomias! Todavia esta relação conheceu o seu fim, apesar de manterem a amizade, as obrigações com os filhos e, os inerentes compromissos das duas famílias inviabilizavam quase totalmente qualquer projecto feito a dois. Nasce um novo relacionamento, desta feita com Zach e com o qual a acção termina dando a perceber que se mantém mas de uma forma muito periclitante! George não quer saber de cerimónias e acresce o facto de Zach detestar animais! Há uma particularidade a salientar nesta narrativa! Judith é uma mulher com sorte no amor! Anthony, Alex e Zach foram três homens que conheceu, assim sem mais nem menos, como nos contos de fadas, tropeça e cai nos braços do príncipe encantado! Curiosamente com Alex foi mesmo um tropeção! Seja como for a questão resume-se ao seguinte: Tropeçou e tropeçou bem!
(Clique na foto para obter informação detalhada sobre a raça cavalier king charles spaniel)
Dezembro 1st, 2008 as 22:24
o melhor é mesmo ler o livro, mas de repente julguei que era o Clooney…
um abraço e parabens pela escolha do conteúdo deste blog…
Dezembro 1st, 2008 as 22:44
Olá!
Vou aproveitar a deixa para dizer que até estou a gostar de escrever estes meus comentários! Em primeiro lugar pelo facto de gostar de escrever! Gosto imenso de escrever! Depois, também, a oportunidade que, assim, me é dada para, sorrateiramente, como quem não quer a coisa, lá ir deitando mais uma acha para a fogueira e, dissimuladamente dizer o que penso! Digo eu! 😀
Um abraço!
Dezembro 1st, 2008 as 22:51
Quanto ao Clooney, merece um comentário à parte, até porque já é outra filosofia!… Pois esse George… O Clooney! Ia dar muito trabalho! Acabava-se-me o descanso! Cenas de ciúmes… Da minha parte, claro! É melhor não! 😀
Dezembro 4th, 2008 as 18:08
Os livros e a infinidade de temas que tratam. Este é um tema interessantíssimo, em paralelo com o dos gatos. E das árvores.
Deitar umas achazitas para a fogueira, muitas vezes, constitui um passo muito importante.
Da discussão nasce a luz. Às vezes!…
Neste momento tenho um pequinoir, já com uns 12 anos talvez. Gostava de o poder ter dentro de casa, mas, dado o seu feitiozito, está muito melhor numa “suite” encostada a uma das paredes da casa. Tipo casa de arrumos. E dentro dessa “casa” tem uma casota. Vive bem, o Tico.
Boas consultas. Compra esses livros todos? Desculpe a indiscrição.
Um abraço
António
Dezembro 4th, 2008 as 20:24
Olá António! 😀
Não sou nenhuma expert no metier mas está-me a parecer que conheço um espécime dessa raça que tem muito mau feitio, isto é, quando passo na rua dele, gosta de se me atirar às canelas! Ladra que nem um danado! Medo não mete! Mas impressiona! Tanta genica num cãozito pequeno! 😀
Salvo raras excepções, os livros não os compro, trago-os emprestados da biblioteca da Marinha Grande! Ultimamente chego a usar além do meu, também, o cartão do meu filho! Nem pensar ficar sem livros para ler, num qualquer fim de semana! Desta maneira, chego a ter em casa até seis livros! Há que ter em conta um ao outro que eu seja obrigada a pôr de lado, não sou esquisita por aí além mas, também não faço sacrifícios, por muito que um autor seja considerado, se não gostar do seu estilo não o leio! Há tanto por onde escolher!
Um abraço! 😀