A Filha da Abortadeira

Publicado por: Milu  :  Categoria: A Filha da Abortadeira

A Filha da Abortadeira
de
Elisabeth Hyde

Domingo, 03/o8/2008

Elisabeth Hyde nasceu em New Hampshire no ano de 1953. É licenciada em direito pela Universidade de Hastings. Após ter trabalhado como advogada em Washington, tornou-se escritora e ensinou escrita criativa em escolas públicas. Este é o seu quarto romance. Obras da autora: “Crazy as Chocolate” (2002); “Monoosook Valley” (1989); “Her Native Colors” (1986).

Ainda mal tinha lido umas parcas páginas deste livro, quando senti o impulso, de ficar por ali mesmo. No que consta a vocabulário é, a meu ver, um tanto pobre ou, então, o defeito é meu, já que, sou assaz apreciadora de uma escrita bem elaborada, estilística e “povoada” de ricos e vastos vocábulos, contudo, é de desejar que não sejam eruditos, para que a leitura se faça com a conveniente fluidez. Entretanto disse de mim para mim: Oh! Estou de férias! Avizinham-se dias perfeitos para leituras leves!… Vou ler isto!
A Filha da Abortadeira” é um romance policial, visto que envolve um crime e a investigação do mesmo. A história desenvolve-se em torno de Diana, a abortadeira e a sua filha Megan que decide ser o oposto da mãe mas sem grande convicção. No íntimo ela sabe que ambas são muito parecidas mas não está disposta a arcar com as consequências provocadas pela actividade da mãe. Diana é uma profissional de medicina, tem uma clínica onde pratica o aborto e desempenha esta actividade com o alor próprio de quem tem a firme convicção de que está a fazer o que deve de ser feito… Dar a liberdade de escolha a todas as mulheres que engravidaram, involuntariamente, para que lhes seja possível construir o seu futuro sem o entrave que, nesta situação, um filho se pode tornar. É uma mulher actual, desprovida de preconceitos e que faz da profissão a sua religião. O aborto é aqui abordado sob dois pontos de vista, antagónicos: o que é a favor e o que é contra. O primeiro faz alusão ao direito da mulher ter a liberdade de poder decidir o que fazer com o seu corpo, sobretudo se, uma gravidez indesejada significa um futuro comprometido. O segundo, por seu lado, defende que o aborto é um crime porque põe fim a uma vida, logo quem o pratica é assassino. Para incrementar, ainda mais, a condenação e repulsa, este movimento recorre ao processo de difundir pela imprensa e em sites na internet fotos de fetos, bastante chocantes. Acredito que muitas destas fotos não tenham resultado de abortos provocados, pelo menos com um feto são. No meu ponto de vista há, aliás, sempre houve, uma grande imoralidade em torno desta questão e já que cheguei a este ponto daqui lanço o repto… Porque será que chamam assassina a uma mulher que fez um aborto e não chamam assassino ao pai que está envolvido até ao tutano no mesmo acto? Não esqueçamos que muitas mulheres casadas ou a viver maritalmente fazem abortos de comum acordo com o parceiro. Se alguma coisa corre mal… Vá… Mulher para a fogueira…Daqui se pode verificar da hipocrisia com que temos de comungar diariamente. Foi por este e muitos outros motivos que fiquei hilariante quando em Portugal demos mais um passo no sentido de tornarmos a sociedade mais justa e equilibrada nos direitos que confere aos cidadãos.

Quem quer faz, quem não quer não faz!

Paz para todos!

Ámen!

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