Uma Doce Procissão

Publicado por: Milu  :  Categoria: FLAGRANTES DA VIDA, Uma Doce Procissão

Procissão

Imagem da autoria da pintora portuguesa Sarah Affonso

A verdade, como a inocência, costuma estar inerme: não toma o cuidado de se precaver com alibis. Essa é a sua miséria, essa é a sua grandeza.

PILAR URBANO

Durante o mês de Agosto o blog Aldeia da Minha Vida tal como vem sendo habitual, promoveu mais uma blogagem colectiva, desta feita subordinada ao tema “Festas e tradições na minha terra”. Actualmente não aprecio este tipo de manifestações populares, porém, em criança fui delas uma verdadeira fã. Naqueles tempos em que proliferava a santa ignorância e digna miséria, as festas populares eram o único meio disponível para espantar a pasmaceira reinante naquela terra que me viu despontar para o mundo. Porque as minhas abundantes recordações, para graça minha, permanecem viçosas, ainda pensei participar narrando um episódio pitoresco, ou que  de alguma forma, melhor representasse as minhas vivências desses festejos.

Todavia, enquanto assim estava, imbuída das melhores intenções, uma dúvida me assaltou o espírito! Então, mas que cara de pau é a minha, ter a pretensão de redigir um texto sobre os tradicionais festejos e romarias, a que assisti na minha infância, se lhes desconheço completamente as origens? Algo incomodada conferenciei para os meus botões: Quando quiseres falar sobre seja o que for, vê se o fazes como deve de ser. O mesmo seria dizer, que gostaria e, sobretudo, deveria iniciar a minha narrativa, referindo como se originou a tradição e como foi evoluindo ao longo dos tempos. Confesso humildemente que disso nada sei. Porém, não deixo de ter uma certeza: As festas tradicionais têm na sua maioria raízes religiosas. E aqui reside o busílis da questão: Ora! Assim sendo, eu deveria deter sobre estas festas populares conhecimentos mais profundos, na medida em que além de ser católica, na minha infância também fui praticante. Pois se frequentei a catequese e até fiz o crisma! Também costumava ir à missa aos Domingos, por vezes até optava por ir ao sábado, lá pelo final da tarde, para mais depressa ficar “despachada”, que era assim que ouvia dizer aos adultos, como se o exercício da fé fosse mais um dever do que a necessidade de alimento para o espírito. Escusado será dizer que ir à missa era para mim um suplício.

Tornava-se-me incompreensível  toda aquela retórica sobre o pecado.  Mas que mal já teria eu feito para  que me fosse dado pressentir, ao assistir a uma simples missa, tantos  e  tão impiedosos castigos? Depois  havia  ainda outra agravante, que era o incómodo de ter de ficar de pé, por não haver lugar disponível para me sentar. Os pés agonizavam apertados dentro dos sapatos domingueiros, que do pouco uso permaneciam indomáveis e me mordiam implacavéis os tenros deditos. Sempre que por um inusitado acaso conseguisse almejar um lugar sentada, infelizmente era sol de pouca dura. Não levava muito tempo até sentir poisar no meu delicado e franzino corpito, o olhar feroz e carregado de censura de alguma senhora mais idosa, que desta maneira tão suja, me acusava mudamente de lhe estar a usurpar o lugar que devia ser seu, porque a idade e as trôpegas pernas lhe concedia esse direito.

Por causa desta e de outras situações, como por exemplo, o incomodativo cheiro a naftalina dos armários, que impregnava as cerimoniosas fatiotas de ir à missa, quando a igreja estava apinhada, aproveitava-me da confusão para me escapulir. Para evitar o sermão da minha mãe, que não iria aceitar pacificamente o facto de me ter raspado da igreja, costumava entreter-me na rua, sentava-me nem que fosse numa pedra num canto qualquer mais recatado e ali esperava, sozinha que nem um cão, até perceber o final da missa pelo furioso repenicar dos sinos.

E assim fui fazendo. Sempre que me era possível usava de manhas e artifícios para me furtar de ir à missa, até que lá pelos meus treze anos, decidi lançar o grito do Ipiranga e libertar-me do jugo materno. Depois de conquistado o meu direito de opção, as vezes que entrei numa igreja e assisti à missa podem ser contadas pelos dedos das mãos, se é que não será mais acertado referir apenas os dedos de uma mão. Que me lembre devem de ter sido as missas de dois casamentos, de um baptizado e de um ou dois funerais, porque normalmente prefiro ficar na rua a confraternizar. Mas a verdade é que destas poucas vezes, gostei sempre de ter ido. A mensagem de Cristo é  tão bonita!  Contudo,  admiro-me profundamente  por as pessoas que  se dizem cristãos praticantes, não serem efectivamente bem melhores, isto é, mais justas, tolerantes e verdadeiras, do que aquelas que nunca  foram praticantes ou que um dia o deixaram de o ser! Afinal, não posso deixar de confessar que me causa alguma estranheza, como pode ser possível que se esvaia do espírito, assim tão facilmente e com tamanha rapidez, uma mensagem tão bela e que, para mais, tanto ouvem!

vela

Mas a igreja não é só missas. Também tem festas e procissões, coisas que já não considerava nenhum sacrifício. Muito pelo contrário! Embora me cheirasse tudo ao mesmo, isto é, continuava a haver santos e rezas. Lembro-me que gostava especialmente de incorporar as procissões de uma determinada época em que se andou a construir uma nova igreja. Para ajudar a angariar fundos para financiar a divina obra, foi criada uma comissão que levou a peito a missão de idealizar formas capazes de gerarem receitas. Viram-se, então, senhoras que transportavam acolhidos no regaço, lindíssimos e aparentemente deliciosos bolos, em cuja confecção haviam caprichado, movidas pelo desejo e, também, a verdade seja dita, por alguma pouco discreta vaidade, que o seu bolo pudesse atrair as atenções e assim rendesse uma grossa maquia, que com muito gosto ofertariam à nova igreja. Ver todas aquelas provocadoras iguarias, aqueles manjares do céu, faziam-me sentir simultaneamente prazer e sofrimento! Por vezes penso, que nós, seres humanos, somos demasiadamente complicados. Afinal, porque me dava  àquele masoquismo? Porque havia eu, afinal, de ficar ali a babar-me toda, vendo perante os meus gulosos olhos desfilar tão garbosos bolos, se tinha a absoluta certeza que não lhes poderia chegar? E como não podia fazer outra coisa, dedicava-me então a sonhar com o dia em que os poderia comprar, não só para os comer, mas, também e principalmente, para os dar a comer aos meus filhos. Houve um bolo que vi na procissão cuja imagem me perseguiu durante longos anos. Era um bolo adornado com uma cobertura muito bonita e serpenteando à sua volta haviam uns fios de um creme qualquer, que me fazia lembrar a massa esparguete, só que  aquela não era uma esparguete qualquer, esta adivinhava-a bem doce e gostosa, melhor dizendo, uma coisa do outro mundo! De bom grado lhe teria metido o dente! Recordo-me que ficava hipnotizada  a olhar  para o tal bolo e a engolir abundantes golfadas de saliva. Porém, resta-me uma consolação: É caso para dizer que ainda bem que não tive meios, ou seja, que não tive dinheiro para o comprar, porque hoje sou capaz de imaginar quanto pó, perdigotos e germes  lamentavelmente carregaria. É que os bolos, anichados nos braços das pessoas, desfilavam a céu aberto, sem nada que os envolvesse protegendo-os! Ainda não havia a temida ASAE! E não estou a fazer como a raposa, que quando viu que não chegava às uvas resolveu dizer que estavam verdes, logo não prestavam!

Bolo

35 Comentarios to “Uma Doce Procissão”

  1. Vicktor Diz:

    Querida Milu

    Um interessante descrever de memórias de uma forma que apetece ler como quem come um dos tais matavilhosos bolos… rapidamente e até ao fim.

    Gostei muito, sinceramente.

    Gostaria de acrescentar a minha modesta opinião sobre as festas tradicionais que aqui referes e a sua origem em actos religiosos… à partida assim é… mas se recuarmos um pouco mais no tempo vamos concluir que a grande maioria tem origem pagã, origem de que a igreja se assenhoriou quando começou a sua expansaão universal…

    Eram pagãs mas o Povo dela não abria mão. Então… “quando me não podes vencer passa-te para o meu lado…”.

    Beijinhos.

  2. Zé do Cão Diz:

    Milu
    O Zé, presumivelmente pelo facto de não ter Igreja no sitio onde nasceu, nem tem conhecimentos dos rituais duma missa.
    Não me cresceu água na boca por causa do bolo, mas gostava de o ver. Deveria ser uma tentação. Acaso recordarás, quando se ia à pastelaria beber um pirolito e vinha um empregado colocava um prato cheio de bolos, deitávamos a mão a um, apalpávamos os outros todos e depois regressavam outra vez para dentro e assim sucessivamente?
    Aqueles que se confessam todos os domingos para limpar a consciência das maldades feitas, Ora se se confessam todos os domingos é porque estão todas as semanas a pecarem.

    O Zé é como a cantiga:- NEM AS PAREDES CONFESSO.
    O que quer dizer, não tenho pecados, sum um autentico anjinho, já encomendei uma asas, que não estão postas porque se esquecerem de enviar a cola. Espero que dentro dentro de pouco tempo já possa voar no céu, em concorrência aberto com os pardais.

    Beijocas

  3. Pascoalita Diz:

    Puxa! Isto não é um texto, mas um reportório eheheh

    Pelo que leio aqui, pensamos exactamente da mesma forma e parece que o nosso percurso cristão tem muito em comum.

    Também nunca apreciei ir à missa em garota, também me escapuli algumas vezes, também senti alívio quando ganhei o direito a optar e curiosamente também fui com gosto quando, já adulta nas pouquíssimas vezes que fui nos últimos anos em eventos como os que descreves.

    De facto, também me questiono muitas vezes de que vale ouvirem os sermões e baterem com a mão no peito se na prática não são melhores seres humanos? No entanto, por vezes tenho a convicção, talvez errada, de que o afastamento dos ensinamentos da igreja tornou as pessoas menos solidárias e menos tementes da mão divina.

    Tenho algumas recordações boas ligadas à igreja, como por exemplo o “terço” rezado ao fim do dia e a que assistia com gosto, porque no fim o padre Eduardo nos chamava à Sacristia e distribuía rebuçados a todos!

    Também recordo as reuniões em sua casa, em que nos sentavamos no chão, formando uma roda a vermos TV, uma das poucas televisões que na altura havia na aldeia!

    E nos entretantos, espiolhavamos as gavetas da secretária à procura de “aparas de óstia” ahahah

    Miluzinha, as coisas que me fizeste recordar eheheh

    jinho

  4. Pascoalita Diz:

    Ah! Esqueci de dizer que a pintura de Sarah Affonso é líndíssima e deste-me vontade de ir pesquisar a sua OBRA.

  5. Milu Diz:

    Olá Vicktor,

    olha que os bolos eram mesmos tentadores. O que a minha imaginação fazia! Quase, quase que era capaz de lhes sentir o sabor de tanto os observar!

    Uma vez estive a ler, não me lembro aonde, que um determinado festejo tradicional, também não me lembro qual, tem origem pagã e descrevia a sua evolução até aos nossos dias. Contudo, não intui que se tivesse passado a mesma situação com a grande maioria das festas. Tenho até a ideia que muitos festejos e romarias tiveram a sua origem em pretensos milagres de santos. A verdade é que nem sei explicar porque na localidade onde fui criada o Natal era comemorado com uma grande festa, com procissões, fogueira no adro da igreja que ardia durante pelo menos dois dias e duas noites. Bazares de quinquilharias e brinquedos,uma banda de músicos tradicionais vestidos com aquelas fardas características e uma mão cheia de vendedoras de frutos secos, incluindo fiadas de pinhões. O meu pai comprava todos os anos três destas fiadas, uma para cada filho. Enfiava-nos aquilo pela cabeça, como se fosse um colar. E lá íamos comendo os pinhões um a um. Uma vez o meu pai disse-nos, que aquelas fiadas eram feitas com uma linha de cozer, que as mulheres passavam pela boca para a amolecer e assim fazerem passar os pinhões pela linha sem que estes se partissem, ou estalassem. Moral da história: Nunca mais quisemos que o meu pai nos comprasse daquelas fiadas, tínhamos ficado com nojo! 😀
    Era muito agarrado ao dinheiro!
    Terá o meu pai mentido para se ver livre daquela despesa? 😛
    Ou terá visto fazê-lo lá mesmo na festa?
    Um beijinho.

  6. Milu Diz:

    Olá Zé,
    se não conheceste em criança os rituais de uma missa não perdeste grande coisa. Garanto-te que até me chegavam a meter algum receio. Havia muita alusão ao pecado e ao dia do juízo final e outras tretas do género. Claro que tudo isto dependia do padre. As últimas missas a que assisti já foram bem diferentes. Palavra de honra que até gostei, porque a mensagem transmitida foi antes de tudo de esperança e de amor e nunca de castigo pelos nossos pecados. Porque afinal pecar é uma condição própria do ser humano, só não peca quem já está morto. Todavia há pecados e pecados. Por mim penso que desde que não prejudique alguém sou inteiramente livre para fazer o que me dá na real gana, sem que com esta minha atitude possa ofender a minha ideia de Deus. Penso que actualmente as missas já não são bem como foram antigamente. Os padres sabem bastante bem que já não estão a falar para um bando de incultos. Isso das confissões permitir o perdão dos pecados e assim poder-se voltar à estaca zero tem que se lhe diga. No fundo, dá a ideia de que o crime compensa, ou seja, bem parvo é todo aquele que não peca.
    Essa que contaste sobre os bolos não conhecia! Não me lembro de alguma vez me colocarem à frente um prato de bolos que eu pudesse apalpar, mas lembro-me bem dos pastéis de bacalhau e taça de azeitonas, queijos frescos e outras coisas assim, que costumam compor as mesas dos restaurantes e que ficam a aparar tudo aquilo que lhes pode cair em cima. Uma vez não consumidos voltam para trás e hão-de ser servidos aos próximos clientes! O melhor é não pensarmos muito nisto! Afinal, comemos tanta porcaria sem o saber!
    Um beijinho.

  7. José Pinto Diz:

    Este texto seria, no meu entender, um fortíssimo candidato à vitória na blogagem do “Aldeia da Minha Vida”. Ele retrata mil rotinas que são mais do que tradições: são rituais religiosos que estão na memória colectiva. A Milu descreve-os duma forma realista arrepiante. É quase uma confissão, não ao padre, mas aos seus leitores. Traz-nos à memória um tempo em que os fiéis ainda trauteavam toda a liturgia da missa em latim sem conhecer uma letra, porque eram analfabetos. Não era relevante que os fiéis reproduzissem o “dominus vobiscum” do padre com um “dóminós ó biscu” !

    O grande problema era mesmo aqueles sapatos apertados que mordiam os dedos, aquelas fatiotas com cheiro à naftalina e as golfadas de saliva que a Milu engolia só de olhar para o tal bolo!

    O seu relato é arrasador.
    Bjs

  8. Milu Diz:

    Olá Pascoalita,
    na verdade se me descuido os meus textos ficam demasiado extensos para o fim a que se destinam, isto é, para serem lidos pelo maior número possível de pessoas, porque há quem se desencoraje perante muitas letras, coisa que a mim não me acontece de forma alguma, a não ser que esteja mal escrito ou que a mensagem que se quer transmitir nada tenha a ver comigo. Por outro lado não gosto de abordar um tema sem o enquadrar num contexto adequado. Preocupo-me em construir algo que tenha um princípio, o desenvolvimento e a conclusão final, são reminiscências da minha aprendizagem nas aulas de português, que me lembro que pelo menos nesta disciplina até era boa! 😛
    Assustei-me quando disseste que tinhas boas recordações da igreja, nomeadamente do terço, mas, a seguir compreendi que, afinal, o que tu querias: eram os rebuçados! 😀
    Assim também eu lá ia mais vezes, embora nunca tenha gostado de rezar o terço. É muito maçador, porque parece que nunca mais acaba. Na minha ideia tem mais valor uma pequena oraçãozinha dita com verdadeira fé, do que toda aquela ladainha murmurada pelo sentido do dever e sem consciência daquilo que implicam aquelas palavras, que é o caso de milhões de adultos. Rezam de cor e mais nada! Nesse aspecto fui muito infeliz, já que nunca me acenaram com guloseimas. Ri-me quando disseste que remexiam nas gavetas à procura de aparas de hóstias. Tudo nos servia para meter na boca, embora este facto não queira dizer que passássemos fome, o que não tínhamos era fartura de acepipes, por assim dizer.
    Naquele tempo tudo era pequeno, desde as localidades até à mentalidade das pessoas. Grande parte das pessoas que via nas missas conheci-as eu, de ginjeira, tal como se costuma dizer na gíria popular. Sabia até que ponto elas eram capazes, de no dia-a-dia, atropelar os ensinamentos e a lei de Cristo. Bem as via, oh, se via, por isso, como haveriam de querer que desse valor àquelas manifestações das missas, que para mim, mais não eram do que festivais de falsa fé? Quem tem verdadeira fé não necessita de sair de casa para a professar, basta-lhe ser justo para com o próximo.Só isso.
    Já agora quero dizer-te que gosto muito da tua espontaneidade e honestidade que demonstras ter nos comentários que fazes. É tão bom ver pessoas assim.
    Não conhecia a pintora Sarah Affonso. Tomei conhecimento da sua obra quando procurava uma imagem de procissões.Foi casada com Almada Negreiros considerado um artista pluridisciplinar, com múltiplos talentos, embora no meu caso o conheça como romancista.
    Um beijinho Pascoalita.
    Beijinhos

  9. Milu Diz:

    Olá José Pinto,
    sinceramente penso que este meu texto, carece da leveza e da necessária pitada de folclore para melhor se poder aprestar para figurar na blogagem colectiva. E digo isto porquê? Porque o espírito da blogagem em questão, penso ser, o de enaltecer as tradições populares e os lugarejos onde elas tinham ou têm lugar, e eu nem sempre assim faço. No fundo, eu faço uma crítica velada à boçalidade e ignorância que reinava naqueles tempos, que muitas vezes pode ser observada através das tradições! Nem tudo era assim tão bom naqueles tempos, talvez por isso receie fazer-lhes como que uma homenagem, ao referir com modos agradados determinados gestos tradicionais.
    Está certíssimo quando afirma que descrevo os acontecimentos, neste caso as minhas recordações, com um realismo arrepiante. Eu mesma já dei por isso. Mas, a verdade é que não sou capaz de fazer de outra forma, porque sou genuína. Dificilmente serei capaz de dizer, seja o que for, que não sinta. Todo o meu espírito está patente nestas minhas histórias de vida. Eu sou isto! Com a idade que tenho, ou seja, com os meus 48 anos ainda não me arrependi de ser como sou, embora reconheça, que nunca ganhei nada em ser assim. Resumindo: Não sou esperta. Mas, para quê ser esperta, se tudo isto, ou seja, a vida, é tão efémera? Antes viver de acordo com as minhas convicções.
    Você, José Pinto, parece-me ser uma pessoa muito instruída, por isso, é com bastante curiosidade que leio os seus comentários. Eles são, sobretudo, uma análise ás impressões que as minhas experiências de vida inculcaram no meu espírito, na minha alma, por assim dizer, que julgo que a tenho, se não, onde vou eu buscar este meu sentir?
    Um beijinho.

  10. congeminações Diz:

    Já numa anterior abordagem sobre o teu início da pratica religiosa, fiquei ciente que tinha-mos muito de comum porque a minha progenitora era o que normalmente se chama “rata de sacristia” o que me não me agradava de todo o seu fanatismo religioso. Sim porque não são só os muçulmanos que são fanáticos. A religião católica alberga milhões de fanáticos a que pomposamente chamam muito crentes.
    Como te entendo na tua não correspondência à religiosidade.Eu acabei por me afastar das praticas religiosas exactamente pelos excessos a que fui obrigado pela minha mãe. E assim que me libertei da dependência dos progenitores pura e simplesmente afastei-me da igreja porque sou assaltado por muitas dúvidas que nunca ninguém me soube explicar embora tenha questionado os chamados pastores da religião, mas sobretudo porque fui sempre um praticante obrigado o que me estimulou a afastar-me. Mas não critico os praticantes de nenhuma das convicções religiosas, embora os excessos do fanatismo sejam obviamente criticáveis. Um abraço

  11. mfc Diz:

    Disseste uma série de verdades.
    A ideia de pecado é e sempre foi castrante e, ainda hoje, repudiando-a, não nos conseguimos livrar dela!
    Está entranhada em nós como lepra!

  12. flordeliz(florbytes) Diz:

    Estava eu aqui a soltar uns ahah e depois eheh e ainda hihi para acabar em ohhhhhh – ACABOU!

    Sabes enquanto ias à missa e te pisgavas de mansinho eu não tinha nem sorte nem engenho para o fazer. Na minha terra as crianças da catequese ficavam todas juntas na parte da frente da igreja.
    Vigiadas pelo olhar do padre à frente, das catequistas no meio e na zona de trás os do meu pai, que se cravavam nas minhas costas se desse uma rabiadela nem que fosse por me doerem os fundos quando o padre era chato, no sermão ou as missas eram longas nos dias de festa. Quando chegava a casa ouvia novo sermão, agora com missa cantada e tinha de dizer o que o padre esteve para lá a palrar, como se eu o escutasse todas as semanas!…
    Quanto às “tuas” procissões de lambarice, na zona onde eu vivia, chamava-mos a essas procissões “ cortejo” e era seguido de um leilão. Sempre fui muito nojenta e graças a isso não sofri como tu, já que não cobiçava nada. Aliás, rezava para que nada fosse apreciado pelo olhar dos de casa.
    Não gosto de romarias. De gente que canta a gritar. Do pó no ar. Mas gostava da noitada do dia anterior à festa e a isso nunca tive direito ou autorização.
    Ficava de olhar triste à janela enquanto as ruas se enchiam de gente ouvindo a minha mãe repetir invariavelmente: A noite foi feita para dormir!
    Falava ela assim, porque também não ia. O meu pai achava que deitar depois das nove da noite cansava o cérebro (nunca gostou de sair à noite, nem gosta!).
    Deve ser por isso que hoje me vingo e gosto de estar acordada até bem tarde!
    Beijinho e uma boa semana

  13. Milu Diz:

    Olá Raul
    é verdade, já trocamos algumas impressões sobre este tema, que não terá sido da fé, que isso é muito complicado mas mais da igreja e do comportamento das pessoas em relação a ela. Não posso dizer que a minha mãe fosse uma beata ou uma rata de sacristia, porque ela apenas ia à missa e também se confessava, nunca lá andou a enfeitá-la de flores, nem dispensou outros cuidados, como outras senhoras que cheguei a ver! O que a minha mãe tinha era um respeito pela igreja inabalável, que eu tentei algumas vezes fazer vacilar, sem no entanto, o conseguir. A minha atitude pode-te parecer irresponsável, aparentemente todas as pessoas acham que isto não se deve fazer. Mas, eu não gostava que a minha mãe acreditasse nos ditames da igreja, assim, desta maneira à toa. Ora bem, uma coisa é a nossa fé, quando acreditamos na existência de Deus e na sua bondade infinita, outra é a igreja, que nos ameaça com o castigo do inferno e se esforça por nos manter submissos, enquanto presta vassalagem aos poderosos, tal como a História nos tem vindo a demonstrar. O que acontece é que a minha mãe não sabia e continua a não saber fazer essa destrinça. Para ela igreja e Deus é tudo a mesma coisa. Ao contrário de muitas pessoas a minha mãe agia de acordo com aquilo que ouvia na igreja, para mal dela e dos filhos, porque por causa disso passaram-lhe por cima muitas vezes. Essa de levarmos uma bofetada e oferecermos o outro lado da cara para nos arriscarmos a levar outra não deve ser levada assim à letra. Isto é uma simbologia, como por exemplo dar uma segunda oportunidade, agora levar porrada não! A minha mãe era mulher para dar mesmo a cara e aceitaria a bofetada de bom grado, porque essa atitude obedeceria à lei de Cristo! Por isso nos obrigava a ir à catequese e à missa, na ideia dela a religião era um dos grandes pilares da educação. A este respeito não teve sorte nenhuma com os filhos. 😀
    Um abraço.

  14. Milu Diz:

    Olá mfc,
    quer queiramos quer não, muitas das nossas atitudes estão condicionadas pela religião cristã. Se vivemos em sociedade tem mesmo de ser assim, não temos hipótese de lhe escapar. Quanto ao pecado, é como eu costumo dizer. Esforço-me por não fazer mal aos outros, quanto ao resto sinto-me livre para fazer o que me apetece, o que não quer dizer que tudo me apetece.

  15. Milu Diz:

    Oh minha querida flordeliz,
    até fiquei com pena de ti! Eu aqui a lastimar-me das minhas tristes memórias, quando as tuas, afinal, parecem ter sido bem piores, a este respeito, evidentemente. Eu não fui assim tão vigiada. Quando ia à missa ia sozinha, portanto, estava por conta própria e risco, tal como se costuma dizer.A minha mãe ia à missa das oito da manhã, para ficar logo “despachada”. Eu ia à catequese e logo a seguir havia a missa do meio-dia, mas não havia o costume de ficarmos, os miúdos da catequese, todos juntos, até porque cheguei a ir à missa do sábado, cerca das 19horas, que tinha o mesmo valor – diziam-nos. Como já era de noite, pelo caminho eu e alguns coleguinhas já vínhamos a fazer dano, tocávamos às campainhas das portas e depois escondíamo-nos, ou então, atiçávamos os cães que guardavam as moradias dos ricaços. Aquilo é que tinha sido uma missa bem aprendida.
    Quem ia à missa do meio-dia, tal como eu, era o meu pai, mas ele entendia-nos. Ele próprio só lá ia quando lhe apetecia. Se estivesse mau tempo, frio e a chover, nem da cama saía. Mas a minha mãe não era assim, podiam chover pedras, que ela nos obrigaria a ir. Era muito rigorosa, como se fosse um grave pecado não ir à missa.
    A minha mãe também nunca foi pessoa para sair. Bem que eu a desinquietava mas ela desculpava-se com os afazeres caseiros. Parecia que nunca mais acabava as coisas da casa. O meu pai espetava-se na cama cedíssimo, até que um dia chegou em que aprendi a escapar-me sem eles saberem. Mas tenho a certeza que se a convidasse para irmos as duas à missa ela largava logo o que estava a fazer e ia toda contente. Enfim, nem sempre os pais sabem acompanhar o crescimento dos filhos.
    Uma boa semana para ti e um beijinho.

  16. opolidor Diz:

    Milu gosto de uma certa humildade com que relatas os episódios mais pessoais e, ao contrário, isso transforma-se numa qualidade que pessoalmente aprecio no ser humano.

    ora aqui vai mais um bjo

  17. António de Almeida Diz:

    Curioso, também frequentei a Igreja até ao Crisma, depois tornei-me agnóstico, apenas tomo o partido da ICAR quando a vejo atacada pelos jacobinos, que conseguem ser mil vezes piores. Não tive aldeia, excepto se quiser assim considerar, a da minha mãe, mas como nem sempre ela ia pelas festas, normalmente escolhia períodos mais calmos, acabo por não ter consciência do que representam as festas da aldeia, mesmo que hoje até conheça várias, um pouco de Norte a Sul, onde só vou absolutamente obrigado, saindo de lá na primeira oportunidade…

  18. Milu Diz:

    olá opolidor,
    essa é uma particularidade do meu carácter. O certo é que eu também aprecio as pessoas que assim são. Fico maravilhada de ouvir todos aqueles que não sentem vergonha de falar de si mesmo, confessando as suas dificuldades e as limitações que julgam ter.
    Um beijinho.

  19. Milu Diz:

    Olá A. Almeida,
    apenas sei que aquele tempo, em que fui obrigada a frequentar a catequese e a missa, esta última principalmente, não me deixou saudades. Aqueles sermões não eram conversas para mim, talvez servissem melhor a quem os proferia. Vi tanta coisa, que melhor seria não ter visto. Curiosamente a minha mãe também não era dada a festas, nenhumas, nem lá em casa. O que ela mais queria era fazer a vida dela em paz. Eu aborrecia-me com ela, parecia-me muito chata, cheguei a pensar que ela era boa para freira. Olha, agora dou por mim a pensar que estou igual a ela. Que me deixem no meu canto é o que eu mais quero! 😀

  20. Pata Negra Diz:

    Milu, também vivi esse filme! A tua história lê-se bem e tem vida para ser testemunho histórico.
    (neste caso, porque se trata de um blog e os textos de mais de uma página, por regra, não funcionarem, eu te-la-ia dividido em duas – fica aqui a minha modesta opinião)
    Quanto à história da tia Alice que dizia palavrões talvez calhe um dia: vem aqui à minha porta e ouve a minhas vizinhas falarem!
    Um beijo de quem gosta tanto de ler escritoras que não escrevem romances

  21. ZÉ DO CÃO Diz:

    Passei por aqui e li alguns comentários. Estamos sempre a aprender e a fazer comparações. A vida tem este fascínio. A Pascoalita, em dada altura, diz que o padre sentava as crianças no chão para verem a televisão.
    O meu coração bateu apressado, e lembrei, o caso de um padre que no Algarve,vestido de batina, sentava as meninas no chão e fazia demonstrações de ginástica para que elas aprendessem. Com o entusiasmo, dava pulos e levantava as pernas. Só que esquecia-se de vestir roupa por debaixo da batina.
    Vê lá Pascoalita do que me fizeste lembrar com a tua narração.
    Como não te vejo já há tempos, aproveito para daqui te enviar uma beijoca.
    ai este Zé, este Zé….

  22. Milu Diz:

    Olá sua Alteza!

    Não me é difícil imaginar-te detentor de uma vivência na infância similar à minha, basta-me para isso já ter lido alguns dos teus textos. Neles estão patentes verdadeiros testemunhos que tão bem caracterizam toda uma época. São, portanto, documentos do passado. Ao ler as tuas narrativas de um tempo que já se foi, sinto que eles não constituem apenas uma mera descrição de factos, mas antes, relatos palpitantes de emoção, nos quais quem mais fala é a alma. É por isso que gosto tanto de os ler. Claro que tudo isto que estou a dizer, se apoia na presunção de que as tuas narrativas sejam autobiográficas, que acredito que sim! Neste aspecto identifico-me muito contigo, porque ambos temos a coragem de mostrar ao mundo que não nascemos nem fomos criados no meio da abundância.Mas vá lá, apesar de ter tido tão pouco, penso ter a legitimidade de poder dizer que fui bafejada com um espírito invulgar, que considero a minha grande riqueza. Por vezes sou acometida por acessos de auto-censura que me fazem duvidar se farei bem em escancarar assim as minhas fragilidades de alma. E até chego a pensar: Andarei eu a remar contra a maré? Então, num tempo em que todos, ou melhor, quase todos, se esforçam para parecer mais do que na realidade são, eu, venho para aqui confessar-me, isto é, dizer a verdade, que nada tenho nem nada sou neste mundo! Por outro lado também tenho momentos em que me sinto orgulhosa, por ter a lucidez de desprezar tanta vaidade, que apenas nos serve para nos tornar menos íntegros.

    Acerca da extensão dos textos: Já me apercebi que por vezes são uma desvantagem. Pode parecer mentira mas não há assim tanta gente a gostar de ler, ambos o sabemos. Mas, a verdade é que quando escrevo, faço-o essencialmente para aqueles que gostam de ler e que, porventura, também gostam de perscrutar os mistérios da alma humana. Porque também é assim que gosto de fazer: Ler e pensar.
    Contudo sempre que determinadas narrativas se aprestarem para isso, seguirei o teu conselho, e dividi-las-ei em capítulos, aliás, lembrei-me agora que é isso que tu fazes.

    Falando no português vernáculo. Fui criada num meio onde não era habitual ouvir as mulheres a dizer asneiras. Alguma que o fizesse era mal-vista. Lembro-me que a minha mãe era a este respeito muito rigorosa. Lá em casa quase não podíamos proferir a palavra merda. Um dia, em que estávamos à mesa durante uma refeição, um de nós, filhos, disse merda. Foi o fim do mundo em cuecas! A minha mãe afivelou uma expressão no rosto de tal maneira grave que até nos assustámos! Parecia-nos que havíamos acabado de cometer o pior dos sacrilégios. Contudo, cheguei a observar as senhoras do mercado a dizer alto e em bom som todas as asneiras possíveis, mas essas eram mulheres habituadas a um meio que as colocava a par dos homens. Mulheres de garra, suficientemente capazes, de se virarem a um homem e espetarem-lhe um par de açoites, se este tivesse tido a triste e infeliz ideia de se armar em parvo. Quanto a mim não sou uma coisa nem outra. É no meio que está a virtude! Dizem! Eu não tenho tanta certeza disso! 😀
    Um beijinho, Majestade.

  23. Milu Diz:

    Olá Zé
    e como sabes que ele se esquecia, que não tinha vestido roupa interior? Eu não tenho tanta certeza disso. Está provado que as pessoas que reprimem os pulsões de cariz sexual, como por exemplo os padres, pelo menos, é isso que nós pensamos, embora saibamos que nem sempre assim foi, desenvolvem as mais estranhas e insuspeitadas taras. O padre poderia fazer propositadamente para de certa forma sentir algum gozo ao imaginar a perplexidade das crianças. Também me fizeste lembrar um caso de quando eu era uma miúda que integrava o coro da igreja. Não! Não fiques a pensar coisas! Num instante me fartei daquilo. Não tive paciência para andar a caminhar para a igreja para os ensaios. Mas, lembro-me, que o nosso grupo não atinava com as regras impostas pelo padre, quando tentávamos cantar fazíamo-lo sem qualquer vivacidade, então, o padre, que permanecia defronte de nós, que éramos só raparigas,num acesso de desespero, estendeu a grande e carnuda língua da boca para fora, querendo, com esta atitude, troçar de nós, imitando-nos no pretenso alheamento, a que parecia termo-nos votado. Houve uma colega, que também era minha vizinha, que ficou escandalizada, na sua ideia, aqueles não eram propósitos de um padre, como se ele tivesse escancarado algo de muito íntimo. 😀
    Beijinhos.

  24. Botinhas Diz:

    Este é o meu post de hoje

    A EXPLICAÇÃO DEVIDA

    Minhas queridas amigas, meus prezados amigos:

    Esta minha tão longa ausência não se deve, na totalidade, a férias, que acabaram há imenso tempo!!! Já estou a precisar de mais, não tarda nada… 
    Acontece que tive uma oferta de trabalho, que considero irrecusável, e que estive a analisar muito a sério, na medida em que implica saída do país, com os inconvenientes que isso acarreta para quem tem família constituída: casa para morar, colégio para a filha, etc., etc.
    Ausentei-me do país – fui até aos Estados Unidos – observar “in loco” local e condições de trabalho, e tudo o mais que me parece aconselhável tratando-se de uma mudança tão radical.
    Como cheguei à conclusão de que tudo é, aparentemente, razoável, estou decidido a avançar para esta aventura.
    Estou com esperança que tudo dê certo, e conto convosco para fazerem uma “forcinha” nesse sentido.
    Não tenho ainda data marcada para partir. Como espero ter uns diazitos mais ou menos disponíveis, pelo menos com ALGUM tempo disponível, antes de abalar, vou tentar programar meia dúzia de posts para irem sendo publicados; depois de devidamente instalado lá na minha nova morada, espero, mesmo do fundo do peito, poder contactar convosco, pelo menos de vez em quando.
    Gostava de vos agradecer o carinho e amizade com que me receberam neste maravilhoso mundo da blogosfera, e dos quais (carinho e amizade) continuaram a dar-me provas todo o tempo.
    Muito francamente não sei como fazê-lo. Usar “chavões” mais do que batidos penso que seria um insulto à vossa inteligência.
    Por isso direi apenas: muito obrigado! Levar-vos-ei comigo, no pensamento. E no coração também, porque não dizê-lo?
    Vou tentar publicar um post ainda hoje. Se não for possível, será amanhã.
    Um abraço especial de despedida, e beijos para as minhas amigas.
    Botinhas

  25. Milu Diz:

    Olá Botinhas
    espero que tudo corra como desejas, porque tu és disso merecedor.
    Um beijinho
    Milu

  26. lilás Diz:

    Olá Milu
    O teu texto levou-me a recuar no tempo, e vieram-me imagens incrivéis! também eu passei por essa fase e consigo recordar a capacidade que tinha de desligar do principio ao fim, além do mais tinha um certo receio das imagens por isso quanto mais ausente melhor. Felizmente cedo me consegui libertar dessa obrigação forçada.
    Lembras-te de cada uma amiga! és única sem dúvida, continua…
    Beijinhos grandes

  27. oliver pickwick Diz:

    Lá em casa, no interior, eu e meus irmãos éramos obrigados a frequentar a missa todos os Domingos, até a primeira comunhão, aos dez anos. Depois disso, éramos desobrigados.
    Sou agnóstico, mas até hoje gosto de procissões. Sempre que estou no interior, e sempre que possível, as assisto. As velas, aqueles cânticos, o visual, é tudo muito simples e bonito.
    Belo e nostálgico artigo.
    Estou de volta.
    Um beijo!

  28. Mário Rodrigues Diz:

    Olá Miluzinha,

    Tenho-te lido! Tenho-te gostado! Não te tenho comentado, porque te estou a absorver; e isso costuma-me levar algum tempo… A escrita é muito agradável e bastante cuidada; bonita! Se incomodo não for, mais visitas farei…
    Mário Rodrigues

  29. Botinhas Diz:

    Amiga Milú
    Que bom que gostas de rir.
    Rir faz bem à saúde, principalmente porque cada vez mais há motivos para não rir.

    Um abraço fraterno
    Botinhas

    PS – GOSTEI IMENSO DESTE TEU POST. ABORDAS VÁRIOS ASSUNTOS, DESDE A POSSÍVEL ORIGEM DAS PROCISSÕES (NA VERDADE A SUA ORIGEM VERDADEIRA É PAGÃ, TENDO A IGREJA “ABARBATADO” ESSAS MANIFESTAÇÕES PARA PROVEITO PRÓPRIO…)À DESCRIÇÃO DOS BOLOS, COM O PÓ QUE FORÇOSAMENTE OS COBRIA, BEM DISFARÇADO PELAS APETITOSAS COBERTURAS…
    MUITO BOM, O TEU TEXTO.
    ABRAÇO

  30. Milu Diz:

    Lilás,
    Também já usei dessa capacidade que tu referiste de te desligares de onde estavas, mas não foi na missa, porque aqui só conseguia pensar como me haveria de raspar. Do princípio ao fim! E quando me apanhava na rua até crescia de contentamento! Também me lembro de me amedrontar com uma imagem de Cristo, que se encontrava coberta por um manto roxo escuro, estava deitado a fazer de morto dentro de uma redoma de vidro. De muito mau gosto aquela imagem, muito pouco apropriada para ser observada pelas crianças.
    Um grande beijinho.

  31. Milu Diz:

    Olivier,
    mas que sorte a tua. Se assim tivesse sido comigo,isto é, poder estar liberta aos 10 anos de idade da obrigação de professar a religião que me era imposta pela família, nunca terias lido este post, porque eu também não alimentaria as impressões que aqui registei. Teria vivido essa fase de práticas religiosas com outro espírito. De certeza que até pensaria: Que se lixe, é só até fazer 10 anos.
    As procissões são no mínimo curiosas e também depende dos olhos de quem as vê. Para mim, naquela altura o que importava eram os bolos. Só tinha olhos para eles. 😀
    Um beijinho

  32. Milu Diz:

    Olá Mário!
    Não incomodas nada. Serás sempre bem-vindo!
    Folgo em saber que gostas de me ler. Escrevo por prazer, mas enquanto o faço penso nas pessoas que me irão ler. Porque são elas que me encorajam, me dão a força que necessito para continuar a contar de como sobrevivi ao tumulto da minha existência.
    Obrigada pela tua simpatia.

  33. Milu Diz:

    Botinhas,
    Sim, gosto de rir e até de fazer rir. Faz-me bem. Já me tem acontecido estar aborrecida sem razão para tal, que é mesmo assim, por mero acaso ter a oportunidade de ler uma anedota que me fez rir. Pronto, ganho logo o dia. Não foi preciso mais para espantar o mau humor. 😀
    Um abraço.

  34. flordeliz Diz:

    Olá Milú.
    Vim desejar um fim de semana “à maneira”.
    Que seja para lá de muito bom.
    Beijoka que a gripe pela internet ainda não precisa de desinfectante e podemos mandar os que mais quisermos.

  35. Milu Diz:

    Olá flordeliz,
    para ti também um fim-de-semana cheios de coisas boas! Um grande beijinho desta amiga
    Milu

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