Um tempo que já foi
“Os negócios são o dinheiro dos outros”
ALEXANDRE DUMAS
E já que andei aqui a falar de copos, e também porque a época para isso muito se apresta, não resisti a contar-lhes um episódio que comigo aconteceu. Desta vez não venho falar de nenhum amigo, venho falar de mim, porque agora quem bebeu fui eu. Antes de prosseguir, pretendo deixar bem expresso, que com esta narrativa não estou de forma alguma a fazer a apologia do álcool e do tabaco, até porque esta minha história pertence a um tempo que já lá vai, há muito que não fumo, quanto a beber ainda lhe dou um jeito. Mais copo menos copo, tudo depende do pitéu, é certo. Perante uma soberba bacalhauzada ou uma revigorante feijoada não quero nada com a água! Tenham lá paciência os eventuais abstémios que porventura me lerem, mas as coisas são como elas são! Se não houver vinho para acompanhar tão soberbos e sumptuosos paladares prefiro o jejum! Ora vamos à história cujo cenário foi a capital.
Quando o episódio que deu origem a este post aconteceu, teria cerca de 22 anos. Há uns tempos que regularmente me deslocava a Lisboa com o fim de prosseguir na manutenção de meu recente negócio. Naquele tempo, muito acertadamente dizia-se que “Lisboa era Portugal e o resto era paisagem”, por isso mesmo, costumava fazer sucesso com as roupas que adquiria para meu uso pessoal em lojas como Os Porfírios, a Casa Africana, a Chez Elle e em muitas outras situadas nas imediações da Praça da Figueira, do Rossio, do Chiado, na rua do Carmo, enfim, por toda a Baixa Lisboeta. Esta ideia do negócio havia ganho corpo na minha mente, após ter reparado, que as minhas amigas e pessoas conhecidas, costumavam cobiçar todas as minhas aquisições, já que na parvalheira onde então vivia, nem sequer logravam aparecer, visto que os lojistas preferiam investir com segurança, comercializando roupas e artigos mais virados para o clássico, e nisto eles tinham razão, porque nem todos tinham o meu arrojo, que já nessa altura gostava de inovar.
Dei então em comprar mais umas peças de vestuário e bijutaria, na maior parte das vezes em saldo, a cujo preço acrescentava mais alguns escudos, não muitos, para que não me chamassem “careira”, bem parva fui, e toca de as vender às amigas e conhecidas. Escusado será dizer, aqui para nós que ninguém nos ouve, que com este negócio em vez de ganhos, o mais certo é que arrecadasse francos prejuízos. É que ao adquirir os artigos pagava imediatamente o total e a pronto, enquanto que ao vendê-los era uso corrente receber os respectivos pagamentos às “mijinhas”. Rara era aquela que se distinguia por ser de boas contas, já para não falar de alguma que entretanto se fazia esquecida. Nestas condições, qualquer um no meu lugar, não hesitaria em acabar com tão ruinoso negócio, mas eu era muito persistente, aliás, todos somos persistentes enquanto acreditamos, a verdade é que gostava destas trocas e baldrocas, era jovem e tal… Vistas bem as coisas, andava a fingir, principalmente para mim, que era uma comerciante e peras! E como a minha inexperiência e juventude me permitiam sonhar, decidi que devia expandir o negócio, pelo que comecei a acompanhar um senhor, familiar de uma pessoa amiga, que tinha uma loja e que costumava abastecer-se em armazéns sitos em Lisboa, assim como nas lojas dos monhés no Martim Moniz. E foi aqui nestas lojas, que dei início à nova era expansionista do meu negócio, que se não me serviu para almejar consideráveis lucros, pelo menos serviu para me trazer entusiasmada, porque na vida temos de fazer coisas.
Um belo dia, depois de procedermos à aquisição de novas mercadorias no Martim Moniz, este senhor convidou-me para irmos almoçar, num restaurante do qual nunca mais consegui saber onde se situava, a não ser que ficava por ali nas redondezas do Rossio ou da praça da Figueira. Recordo-me apenas, que entrámos por uma porta que dava acesso a uma sala de jantar interior, sem janelas, talvez por causa disto sempre me passou despercebido nas vezes que o procurei. A dona do estabelecimento era francesa e foi ela que muito simpaticamente nos serviu.
Para acompanhar o belo e opulento cozido à portuguesa que encomendámos, pedimos uma cerveja e um sumo de ananás. Ora bem, tendo em conta a mentalidade, os usos e costumes daqueles tempos, julgar-se-ia que a cerveja era para o cavalheiro e o sumo para a senhora, e foi mesmo nesta ordem que as bebidas foram colocadas na mesa, pelo que o senhor que me acompanhava pediu à francesa, proprietária do estabelecimento, para que trocasse as bebidas e os respectivos copos, já que a cerveja, por sinal uma Calrsberg, se destinava à senhora. Mais tarde e depois da refeição foi por nós solicitado um cinzeiro.
Ora bem! Quem é que normalmente fumava? Era o homem! Portanto, vá de colocar o cinzeiro à direita do cavalheiro, gesto que este logo tratou de emendar, que mais uma vez elucidou que o cinzeiro era para a senhora! E foi neste momento que a francesa abriu um sorriso rasgado, aproximando-se da nossa mesa para nos felicitar, maravilhada pela nossa atitude vanguardista, denunciando assim que nos havia tomado como um casal e não como dois amigos ou simplesmente conhecidos. Mostrando-se divertida, ali se aprestou à conversa realçando a satisfação, de perante ela, ter um casal bem diferente do comum, isto é, o pretenso marido não fumava nem bebia, por seu lado, a também suposta esposa fazia as duas coisas, ainda mais invulgar se tornava tendo em conta a cultura do país, onde o que mais se via era precisamente o contrário. E logo ali nos contou o choque que havia tido ao chegar a Portugal, quando verificou que o papel do homem e da mulher eram bem definidos, destacando-se a falta de liberdade de acção das mulheres, que ainda por cima, pareciam acatar submissas e de bom grado o papel que a sociedade lhes reservava! Bem, não esqueçam, isto passou-se já lá vão vinte e cinco anos, um quarto de século, portanto! Actualmente o cenário é bem diferente…
E porque aqui referi o Martim Moniz, os monhés e as suas tão características lojas, deixo-vos esta anedota:
Um sujeito engravatado entra na lojinha do Abdul, no Martim Moniz, em Lisboa, e olha com desprezo para o balcão escuro, as roupas penduradas em ganchos, as caixas de papelão, os invólucros de plástico aos montes pelo chão…
Abdul irrita-se com o desprezo do tipo e resmunga :
– Está a olhar para a loja do Abdul com cara de parvo porquê? Com esta lojinha, Abdul tem apartamento no Cascais, tem apartamento no Algarve, tem casa no Chiado, tem quinta no campo, tem filho a estudar medicina nos Estados Unidos, tem filha estudando moda em Paris. Tudo só com lojinha!
– Bom dia, eu sou fiscal das Finanças!
– Muito prazer! Eu, Abdul, monhé mais mentiroso do Martim Moniz… 😀
Tirada daqui
Dezembro 31st, 2009 as 15:46
Há comida a que mais vale se comida sem sal do que sem vinho! Sou muito português: viva o vinho e quem o partilha.
Um abraço de copo ao alto
Dezembro 31st, 2009 as 16:08
Desculpa a demora em te abrir a porta, mas hoje, resolvi fazer gazeta às tarefas e só agora abri a “pestana” ahahahahha (mentira!)
Beijinho Milú e continuação de momentos bem vividos e bem regados e se possível em companhia prazenteira.
Um abraço que espero chegue inteirinho até aqui.
Que bom teres feito truz-truz na minha porta. Estás linda.
Disse estás? Menti!
És linda mulher. Obrigada
Dida/flordeliz
Dezembro 31st, 2009 as 17:58
então, um brinde à Milu que escreve bem e é bonita.
um ano 2010 feliz
Dezembro 31st, 2009 as 20:23
Um 2010 com tudo de bom.
Beijinhos
Dezembro 31st, 2009 as 21:11
Mais uma estória de encanto! e nas últimas horas do ano vejo trazer-te um grande abraço e desejar que a imaginação continue em força para 2010.
Beijinho grande
Janeiro 1st, 2010 as 1:17
Pata Negra.
Tchim, tchim! Um copinho de bom vinho ajuda a compor e até o organismo agradece, pois actua como tónico. Quanto à água é boa para tomar comprimidos! 😀
Janeiro 1st, 2010 as 1:21
Flordeliz
É sempre bom ver-te por aqui, sempre tão agradáveis as tuas palavras. Bem, agora que já estamos num novo ano vamos ver o que nos reserva. É sempre bom olhar o futuro com expectativa.
Um beijinho.
Janeiro 1st, 2010 as 1:26
opolidor
Tchim, tchim! Bonitas são as pessoas que nesta altura se lembraram de mim e aqui vieram fazer um brinde ao Novo Ano! Também para ti um Ano 2010 cheio de venturas felizes!
Janeiro 1st, 2010 as 1:28
Lino
Muito obrigada, Lino. E para ti desejo um grandioso Ano de 2010.
Um beijinho
Janeiro 1st, 2010 as 1:32
Lilás
Um Bom Ano Novo também para ti, cheio de coisas boas. Quanto à imaginação sempre se arranja alguma,às vezes tenho é preguiça!
Um beijinho
Janeiro 1st, 2010 as 14:35
Não fosse o vinho e o Zé não tinha tido uma vida com tantas aventuras e “rabinho” cheio de conhecer o mundo.
Não era por ter bebido, mas sim porque o seu pai era “vinhateiro” e no tempo do nosso ditador, «beber era dar de comer a Um Milhão de portugueses».
Quanto ao tabaco, talvez não seja o único, mas até hoje ainda não sei o paladar que o tabaco tem. Então nunca fumou? podem perguntar. Sim, sim já fumei, quando miúdo quis imitar os graudos e com o João Pião, do meu conto com o mesmo nome, fumamos os dois um pseúdo cigarro feito com a barba do milho, tirado da massaroca ainda verde.
Que horror e foi remédio santo.
Bj, querida amiga
Janeiro 1st, 2010 as 16:12
Zé
O meu pai não era “vinhateiro” mas produzia o seu próprio vinho, uma pipazita, com as uvas de uma pequena vinha que tínhamos. Lembro-me que uma vez até me deu a provar um pequeno copo, que logo me provocou uma careta, já que não o achei nada doce. O vinho sempre foi presença assídua nos lares tradicionais portugueses e tem importância considerável na nossa economia. Por isso mesmo, tanta polémica provocou, quando no governo de Guterres, se a memória não me falha, a alteração do índice de alcoolemia máximo permitido pela lei, transitou de 0,5g/ litro de sangue para 0,2g/litro de sangue, situação que bem depressa se inverteu devido à contestação. Acima de tudo era uma hipocrisia e um erro de estratégia. Afinal, para um país com uma tradição e costumes tão enraizados no que respeita ao vinho era descabido uma margem tão apertada! No fundo, é o bom senso que deve imperar, aproximando os objectivos propostos à realidade das circunstâncias. Acho que está bem assim. Quanto a fumar nunca tive dessas experiências, como fumar barba de milho. Em jovem comecei a fumar talvez para me afirmar, como se isso me fizesse mais adulta, contudo, não o fazia regularmente, levei muito tempo até me aperceber que me havia tornado dependente do tabaco. Por vezes tinha fases em que deixava de fumar, porém, tempos mais tarde retornava ao tabaco, não tanto, por não conseguir livrar-me do vício, mas muito mais porque verdadeiramente eu não queria deixar de fumar. Dava-me jeito ir a um café, tomar uma bica e puxar de um cigarro para ali estar a fazer sala e a esfumaçar. São modos de estar. Hoje não faço isso, não porque o condene, mas porque esta postura nada me diz. Nem sequer frequento cafés! Há muitas coisas que fui perdendo ao longo da minha existência, em contrapartida adquiri outras, outras formas de estar. Não sei se melhores se piores, na vida é tudo tão relativo.
Um beijinho.
Janeiro 1st, 2010 as 20:19
A sua história dá-me oportunidade para dizer que não bebo, até poderia dizer que nunca bebi, mas isso não seria absolutamente verdade, porque quando jovem, bebia às vezes um pouco à refeição. Deixei de beber mesmo esse pouco, num determinado dia do ano de 1963. Foi no dia das sortes, no dia da minha inspecção militar, quando fiquei apurado para todo o serviço. Começamos a beber, eu e outros mancebos, na cantina do Quartel, para depois continuarmos nas tabernas que encontrávamos na errância que empreendemos, pelas ruas da grande cidade. Naquele dia apanhei cá uma perua, que me prostrou sem decoro numa esconsa ruela, durante algumas horas. Foi remédio santo, nunca mais bebi.
Com o tabaco poderei ser mais afirmativo e dizer que nunca fumei, ou quase. Há trinta e poucos anos, numa festa de casamento, alguém, aproveitando-se da minha passividade, me enfiou um charuto entre os dentes e pegou-lhe fogo, na ponta que ficou de fora, devo ter chupado uma ou duas vezes, antes de me engasgar com o fumo daquela coisa. Já antes, teria eu doze anos, tinha passado por outra experiência, não menos estúpida. As barbas de milho secas e picadinhas, assemelham-se ao tabaco vendido em onças, isto no tempo em que os fumadores faziam os seus próprios cigarros. Não será difícil adivinhar a ideia que saiu desta cabecinha, fiquei com um amargo de boca, que ainda hoje perdura a sua recordação. Creio que devo a esta experiência tão pueril, o hábito tão salutar, de não fumar.
Janeiro 1st, 2010 as 23:09
Diamantino
Uma delícia este seu comentário, tão expressivo e tão bem escrito! Até me fez rir, porque consegui imaginar as cenas mediante a forma como as descreveu 😀
Quando adquirimos um trauma, devido a um acto por nós praticado, muito dificilmente voltaremos a repetir esse tal acto, pelo menos comigo é assim que acontece, consigo também foi. Tive de me rir com o que você disse do seu dia de inspecção, mas o que você fez foi apanhar uma monumental bebedeira, até ficar sem acordo de si, mas essa perua teve mérito, o de fazer com que nunca mais bebesse. Bem vistas as coisas, abençoada bebedeira. Pela minha parte, apenas gosto de beber às refeições, um copo, ou até dois, tudo depende do formato e da dimensão dos copos, bem entendido, mas quando estou acompanhada, é também uma questão social, de embarcar num espírito comum ao grupo, ou à situação decorrente. Actualmente também não fumo, mas que não se pense que o não faço com receio dos malefícios do tabaco que este possa causar, não penso nessas coisas, porque se pensasse profundamente em determinados aspectos, ainda correria o risco de ter medo de tudo, até de sair de casa, porque sabemos que saímos, mas nunca poderemos ter a certeza se chegaremos a entrar. A razão principal pela qual não fumo, a principal mesmo, porque não é a única, prende-se com o facto de achar absolutamente estúpido queimar assim o meu dinheiro. Há maneiras bem mais agradáveis para gastar dinheiro. A minha consciência jamais me deixaria em paz, se me deixasse levar pelo vício do tabaco, ainda mais ao preço que ele está, quer queiramos, quer não, fumar é a pura demonstração da nossa incoerência de seres humanos. Apesar de ter sido fumadora, reconheço que era algo que em nada me enaltecia, nem enaltece ninguém, mas somos assim, é a nossa essência.
Janeiro 2nd, 2010 as 1:10
O texto que escreveu traz à minha memória, em primeiro lugar, uma “Lisboa de outras eras”. No meu entender, o incêndio do Chiado, em 25 de Agosto de 1988, destruiu muita da sua magia. Tinha um certo fascínio pelos Armazéns Grandella onde costumava ir com a minha família às compras! Naquela manhã, estávamos em Almada. Havia chamas enormes sobre o coração de Lisboa. Turbilhões de fumo amarelo, helicópteros em volteio frenético e sirenes de ambulância são imagens e sons que guardo daquele pesadelo! Feito parvo, arranquei de carro para o local e, pior, fui pela Ponte, como se não fosse mais prático apanhar o barco em Cacilhas até à Praça do Comércio! Escusado será dizer que tive de estacionar muito longe e, mesmo a pé, não passei do fundo da Rua Nova do Almada, porque a Polícia e os bombeiros tinham bloqueado o acesso àquela zona. Como tantos, só fui estorvar! Foi um impulso irreflectido que não consegui controlar.
Vou agora abordar a história do seu almoço na Baixa. É bem verdade que, num país recente, havia normas virtuosas de conduta que não passavam duma discriminação descarada sobre as mulheres. Não passou muito tempo, usar calças era um exclusivo masculino. Do mesmo modo, era privilégio dos homens beber álcool em público. Fumar constituía um sacrilégio, uma desonra, uma depravação para as senhoras. Era patético ver mulheres do campo, habituadas a beber a sua pinguita às refeições em casa, terem de pedir no restaurante uma triste laranjada. Vinho?! Nem pensar! Que vergonha! Havia um desconsolo indisfarçável no seu rosto! Ao lado, o marido bebia, refastelado, a sua litrada e rematava a refeição com café e bagaço! Pelo meio, ainda lançava umas baforadas de tabaco sobre a mesa. A mulher nem sequer poluía! Quem não se lembra disto?
O direito a ser pessoa passa pela partilha de direitos, deveres, tarefas e costumes. Felizmente, o país evoluiu e, apesar de alguns focos de resistência, temos agora uma sociedade mais equilibrada. Em muitas áreas, as mulheres até já vão muito à frente, por mérito próprio. No que toca a vinho, também há mulheres enólogas profissionais, muito prestigiadas, que dão cartas a muitos homens.
Vem a propósito lembrar que, até há pouco tempo, era politicamente correcto oferecer, nas relações sociais, uma garrafa de whisky. Esse hábito está hoje ultrapassado pela própria etiqueta. Receber whisky constitui, hoje, um verdadeiro pesadelo. A um bom amigo dá-se uma boa garrafa de vinho! Até porque, “ in vino veritas!”
Feliz 2010! Um beijinho!
Janeiro 2nd, 2010 as 12:49
Ó meu amigo José Pinto!
Este seu comentário deixou-me maravilhada! Disse tudo, de uma forma clara e eficaz. Nem tenho mais palavras, com a sua licença, irei fazer um post com ele, porque está magnífico.
Curiosamente também eu estava em Lisboa aquando do incêndio do Chiado, chegada de férias do Algarve, junto com uma minha prima, na noite anterior. Que tempos aqueles! É tão bom ser jovem e sem preocupações… Tal como disse, não era possível chegarmos perto do sinistro, vim depois a saber que as pessoas em casa haviam visto bem melhor do que eu, que cheguei ufana, a querer contar à minha maneira, o que toda a gente sabia em pormenor, visto que os repórteres da televisão tinham autorização para passarem para lá dos limites. Mas o mais curioso é que nós andamos por lá, tão doidinhas com as compras nos saldos, que ao vermos as pessoas a olharem para o ar nem nos ocorria saber do que se tratava. Soubemos depois, quando finalmente nos sentámos na esplanada da pastelaria Suíça. Eu fiquei inconsolável porque tinha intenção de visitar os armazéns do Grandela e do Chiado, lá pela tarde. Também de lá fui cliente, embora os artigo adquiridos fossem mais para o lar, tais como lençóis, toalhas de banho, enfim estas coisas!
Um feliz Ano Novo.
Um beijinho.
Janeiro 2nd, 2010 as 13:56
Gosto deveras do seu Blog, de quando em quando vou-me a ele à procura de coisas novas ou ler as mais antigas. As suas respostas aos seus visitantes, são carregadas de simpatia. Na parte que me toca até é imerecida. Não acho que escreva bem, tenho consciência das minhas limitações, dos meus erros, eu próprio dou-me conta deles quando leio o que escrevi. Tem-me acontecido, escrever ao sabor da pena e depois clicar em «enviar comentário» e ao lê-lo para ver como ficou, já é tarde demais.
Um elogio de alguém de elevado bom gosto, que tem a leitura e escrita como uma prática quotidiana, deve predispor quem o recebe, a ser mais cuidadoso, é isso que farei doravante.
Obrigado pela oportunidade que me dá, em trocar consigo estes desabafos
Janeiro 2nd, 2010 as 16:49
Querida Milu
Magnífico baú de memórias qe possuis. E tão bem que as colocas para partilha e leitura dos teus amigos.
Estou grato pelos bons momentos que proporcionaste em 2009 e desejo-te um Ano Novo de 2010 cheio de venturas… e destas partilhas de encantar.
Beijinhos.
Janeiro 2nd, 2010 as 16:51
Fizeste-me sorrir com essas trocas todas!
E ainda bem que continuas a acompanhar as refeições com um bom copo de vinho.
Tchim… tchim…
Janeiro 2nd, 2010 as 18:54
Antes de comentar mais este postal da tua vida real quero desejar-te a continuação dum ano novo muito feliz com muita saúde o elemento essencial para a partir dele se viver a felicidade. Fazes muito bem em não prescindir dum bom vinho tinto à refeição porque isso nada tem de desprestigiante, quanto ao tabaco fizeste bem em deixar de fumar porque isso é prejudicial à saúde. Bem fartei-me de rir com a anedota do Abdul, foi bem escolhido para terminar o post. Um beijinho do Raul
Janeiro 2nd, 2010 as 19:41
Diamantino
Tomaria eu ter tantas certezas, como certeza tenho de que o Diamantino escreve bem. Se não, porque fiquei tão encantada com o seu penúltimo comentário? Sem dúvida que de todos os que já fez foi o que revelou mais a sua inspiração e até algumas das suas características, porque é perfeitamente perceptível, que se divertiu ao escrever aquelas suas memórias. Eu penso que para se escrever bem é indispensável ter-se uma grande familiaridade com a língua, mas também é necessário alma para escrever, ter vontade de dizer coisas. Quanto aos pequenos lapsos que cometeu ao escrever os comentários acontece-nos um pouco a todos. Realmente é irritante, quando verificamos que estivemos com cuidados a fazer um comentário para logo a seguir verificarmos que contém erros, ou melhor, não são bem os erros, são pequenas distracções. Nos meus textos aqui publicados, sempre que lhes detecto nem que seja uma ínfima incorrecção, vou logo num instante proceder à sua correcção. Ora, se posso e sei fazer melhor porque não haveria de o fazer? Já agora aproveito este ensejo para lhe dizer que estou a pensar fazer um post com aquele seu comentário que está soberbo. Está tão bonito e bem conseguido que é uma pena ficar aqui escondido na caixa de comentários. Bem, vou ver se sou capaz. Também lhe estou reconhecida pelas palavras simpáticas que me dirige, ao dizer-me que gosta deveras do meu blog. Nem imagina quanto as suas palavras são um incentivo para mim!
Janeiro 2nd, 2010 as 19:51
Vicktor
Quando o baú se esvaziar é que vai ser um grande problema! De que irei falar, se só sei falar de mim? 😀
Bem, tudo a seu tempo! Dizia-me uma pessoa minha amiga, que “a melhor fruta de se apanhar é a da época”. Olha, só esta frase já contém uma história!
Beijinhos.
Janeiro 2nd, 2010 as 19:55
Milú
Venho desejar-te um Bom Ano de 2010.
Apesar de nos quererem tirar a Esperança. Mas não.
Não há machado, nem palavras amargas, nem políticos de meia-tigela, nem Presidentes, nem Papas, que consigam matar a Esperança.
Por ela, temos que lutar.
Claro, que li o post, sempre escritos duma forma himana, sensível, vivida.
Beijo
António
Janeiro 2nd, 2010 as 19:58
mfc
Nem sempre! Nem sempre! É que até para beber é preciso estar com espírito para tal. Já me aconteceu ter à minha frente a melhor comida do mundo, mas que não acompanhei com vinho por este logo no primeiro gole não me ter caído bem. E não foi porque o vinho não prestasse, simplesmente não estou para ali virada. 😀
Janeiro 2nd, 2010 as 23:59
Raul
Na verdade tu tens razão, o que mais interessa na vida é mesmo a saúde, porque de resto, empurrão daqui, empurrão dali, vamos caindo mas logo nos levantamos e prosseguimos em frente. Para ti desejo do fundo do coração que o ANO de 2010 te traga as melhores notícias e as maiores alegrias.
Também achei muita graça à anedota. Andava à procura da palavra “monhé”, não tinha a certeza de como se escrevia, quando dei de caras com a anedota e logo pensei que vinha mesmo a propósito para rematar o meu post. 😀
Um beijinho.
Janeiro 3rd, 2010 as 0:10
António
Estás cheio de coragem! Pois António eu já não presto atenção ao que dizem os arautos das más notícias. Têm-se fartado de nos meter medo, por causa do nosso endividamento externo e défice e sei lá que mais, mas afinal, somos só nós? Vá lá, vá lá, que desta vez não estamos sozinhos no buraco. O nosso mal vai ser se não acompanharmos os outros países no caminho que levará à saída da crise.Infelizmente penso que vamos desperdiçar essa oportunidade, porque quer queiramos, quer não, a mentalidade portuguesa ainda é muito salazarenta.
Um beijinho
Janeiro 3rd, 2010 as 22:59
Milu querida,
achei graça na sua história porque aqui quando saíam meu pai e minha mãe, ele com 73 e ela com 65, antes da lei que hoje proibe fumar em local fechado, era ela quem repetia a cerveja e pedia o cinzeiro…rsss…
Janeiro 4th, 2010 as 18:56
Ótimo texto, mais uma vez obrigado.
Assim como você, diante de uma “soberba bacalhauzada ou de uma revigorante feijoada” eu também aprecio uma boa bebida, de preferência um vinho.
Interessante você colocar neste post a foto de Lisboa e os vestidos e as bijujterias, principalmente para quem não conhece a capital de Portugal, como eu.
Essa inversão das bebidas, onde o ‘natural’ seria a cerveja para o cavalheiro e o suco para a dama realmente é coisa do passado, acredito que ai tanto quanto aqui no Brasil. A do cigarro foi na mesma toada.
E a piada foi ótima. Quem mandou o Abdul falar tanto ?
um beijo.
Janeiro 6th, 2010 as 0:17
Turmalina
Então é a sua mãe é cá das minhas! Quantas vezes a mulher se inibe só porque receia dar uma má imagem?! Por mim acho que os direitos devem de ser proporcionais aos deveres, ora essa!
Um beijinho Turmalina querida!
Janeiro 6th, 2010 as 0:30
Jose Rosa,
“diante de uma »soberba bacalhauzada ou de uma revigorante feijoada»” e de um majestático e excelso vinho, José Rosa!Uma coisa pede a outra!
As fotos que coloco nos posts têm a função de enfatizar aquilo que na altura estou a dizer. Uma forma de melhor entrosamento na história e também para evitar de parecer um texto compacto e desmotivar a sua leitura.
Também achei imensa graça à anedota, por ser tão verosímil. Quem é que nunca falou de mais? 😀
Um beijinho.