Maldito queijo!

Publicado por: Milu  :  Categoria: FLAGRANTES DA VIDA, Maldito queijo!

Um dia nunca será mais do que  aquilo que fazemos dele. Pratique ser um realizador!”

JOSH HINDS

Em seguimento ao post anterior, no qual vos falei das minhas férias, que me levaram até Lisboa no dia do incêndio do Chiado, veio-me à memória um episódio que comigo aconteceu e do qual levei algum tempo a recuperar, devido à vergonha que me causou, por me ter sentido completamente estúpida! Confesso aos meus estimados visitantes, que estive a considerar a hipótese de não partilhar convosco esta minha história, por ser um tanto malandreca. Mas, após alguma meditação, decidi mandar os pergaminhos às urtigas e que se lixe o recato:

Em tempos, sempre que ia a Lisboa e me deslocava ao Chiado, aproveitava a oportunidade para visitar a loja Martins & Costa, que se situava na rua do Carmo. Este estabelecimento importava e comercializava produtos de alta qualidade, e eu que o diga, comprava lá um queijo branco, muito saboroso, que gostava de comer à colherada, como se fosse um pudim. Pois num dia em que lá me encontrava para comprar uma embalagem do dito, tive a graça de ser abordada por um funcionário que, muito solícito, se encarregou de me prestar ajuda, aconselhando-me sobre os diversos queijos expostos. Não me fiz rogada e aproveitei a boa vontade do empregado, que me ia respondendo adiantando que sim, esse queijo é muito bom, porque assim e porque assado.

Bem! Às tantas, num gesto espontâneo, peguei num queijo provolone, tal como mostra a figura e, com ele na mão, olhei para o empregado e perguntei:

– E este? É bom?

provolone

De imediato vi o indivíduo virar a cara para o lado ao mesmo tempo que tentava reprimir um sorriso malandro, sem no entanto o conseguir. Meio atordoada, só então fiz a analogia… Maldito queijo! Fiquei tão encavacada que se houvesse ali um buraco no chão, tinha-me atirado de cabeça e de braços abertos por ele abaixo! Apetecia-me morrer!

16 Comentarios to “Maldito queijo!”

  1. congeminações Diz:

    Só pelo formato do dito não me parece que tenha sido motivo para que ficasse embaraçada, não fora a atitude do empregado solicito que pretendeu ajudá-la em tão difícil escolha, que reagiu de forma menos correcta.

  2. Milu Diz:

    Exactamente Raul! Quando peguei no queijo nem por sombras me ocorreu qualquer pensamento esconso, digamos desapropriado para as circunstâncias. Foi a imaginação do empregado e, se atentarmos bem, vemos que também alguma falta de educação, que deram origem àquela situação que tanto me embaraçou! Naquele momento senti-me envergonhada tão-só porque achei que tinha sido parva e que devia ter sido mais perspicaz. Mas como é que nos podemos prevenir da estupidez das pessoas? Contra a estupidez dos outros dificilmente alguma vez estaremos prevenidos, disso tenho a certeza! Só sei que, por causa disto, nunca cheguei a comprar um queijo daqueles, sempre que os vejo lembro-me logo deste episódio. Um dia provei um pedaço em casa de uma amiga, nem sequer presta, não sei se outras marcas serão melhores. Há por aí muitas espécies de queijos e outros produtos que não valem nada, nem para os cães servem!

  3. lilás Diz:

    Pois, ainda há muito “cavalheiro” que não pode ver uma jovem (senhora) sózinha…arma-se logo em engraçadinho…é o nosso povinho…Aliás vieram-me á memória histórias equivalentes…
    Bjs

  4. Milu Diz:

    Lilás,
    bem, quando percebi o que se estava a passar até fiquei doida! Quando saí da loja nem via bem onde punha os pés. Fiquei revoltada comigo própria, que diabo, porque havia eu dado azo a que aquela situação tivesse acontecido? Visto agora, à distância,penso que devia era ter pregado duas vigorosas bofetadas nas trombas do indivíduo! Isso sim!
    Um beijinho.

  5. flordeliz(florbytes) Diz:

    Tu és fresca és…
    És uma marota!
    Querias ver o pobre empregado encabulado…(:
    Uma semana excelente Milú

  6. Milu Diz:

    Ó Flordeliz,
    quem ficou encabulada fui eu! Pelo que me pareceu ele até se divertiu! Mas vê tu como podemos ficar envergonhados por causa de uma coisa sem jeito nenhum! Uma boa semana também para ti. A minha já começou, são cerca de 4.00 horas, vou estar toda a semana no turno da madrugada, que sempre me põe de rastos, mas vá lá, até que consegui dormir um pouco. Um beijinho.

  7. lino Diz:

    E, afinal, o tal queijo era bom ou não?!!
    Beijinhos (para ti, não para o queijo)

  8. Milu Diz:

    Olá Lino!
    Se o queijo era bom? Sei lá! Não o cheguei a comprar! Depois da reacção do empregado, uma espécie de insinuação muda, uma coisa sabia eu, é que já não queria ver o queijo, o “móbil do crime”, à minha frente e muito menos comê-lo! Nunca cheguei a comprar nenhum queijo destes, fosse qual fosse a marca. Mas uma vez provei e não prestava, aquilo é uma massa qualquer a que chamam queijo! A não ser que eu tenha comido um sucedâneo qualquer. Por mim deitava-o para o lixo, não me obrigo a comer coisas de que não gosto! Um beijinho.

  9. Vicktor Diz:

    Querida Milu
    Se não me estou a equivocar essa loja, mercearia e charcutaria fina, até era conhecida pela “loja das grávidas”…
    Zona por mim vivida, coisas da escola e isso, nos anos cinquenta e tais do século passado…
    Essas histórias com uma pitada de pimenta são muito engraçadas de contar passados anos… no momento causam algum constrangimento, mas depois passam a ser estórias…
    É uma maravilha termos memórias e partilha-las com os amigos.
    Beijinhos.

  10. Milu Diz:

    Olá Vicktor,
    Também disso tenho uma vaga ideia, deve de ser por comercializarem produtos fora da época, porque os importavam, logo, as grávidas, mesmo as mais exigentes não ficavam com o desejo por satisfazer! As que tinham posses, evidentemente, que as outras, as que pouco tinham, não lhes valia outro remédio que não fosse morder o ar! Partes das nossas vidas, até mesmo as infelizes, passados anos podem-nos fazer rir. Comigo isso tem acontecido, embora costume ser muito stressada no exacto momento em que as coisas me acontecem.
    Um beijinho

  11. entremares Diz:

    Pronto… confesso.
    Estou a sorrir; ou melhor, estou a rir, verdade seja dita…

    Ainda bem que a vida tem destas coisas… para nos alegrar os dias.

    Portanto, só me apetece dizer:

    EU TE ABSOLVO.

    Fica bem…

  12. Milu Diz:

    Entremares,

    Agora também me rio 😀 ,mas, quando isto aconteceu até fiquei sem pinga de sangue! Senti-me tão ridícula! Levei bastante tempo até me perdoar, pela minha falta de tacto! No entanto, fiquei com uma história para recordar! Melhor assim! 😀

  13. Pata Negra Diz:

    Pois, gostei do texto escorreito mas não percebi o que é que o queijo tem a ver com a camisola.
    A propósito, a forma do queijo faz-me lembrar a forma do salpicão.
    Um abraço néscio

  14. Milu Diz:

    Olá Majestade,
    pois não tem nada! A camisola é para vestir e o queijo – aquele – era para comer! 😀
    Um salpicão? Também parece! Mas como cada um vê as coisas conforme a sua imaginação, ao empregado lembrou outra coisa! Por mim, só queria comprar um queijo…
    Um abraço amigo.

  15. zé do cão Diz:

    E já lhe passou pela cabeça os comentários que o empregado teria feito com os colegas?
    Deu riso para uma temporada.
    E quanto tempo aguardaram todos pelo regresso da bela jovem, à loja, para ele entre dentes e simulando, dizer, :- é esta é esta….

    Eu, partia-me todo a rir…
    Dava um bom conto, a situação vista pelo malandreco…
    Beijocas

  16. Milu Diz:

    Olá Zé
    pois ele nunca mais me viu. Esta situação foi, para mim, de tal forma inconveniente que nem sequer gostava de me lembrar daquela casa. O meu gesto tinha sido absolutamente espontâneo, sem sombras de malícia, por isso me caiu tão mal a reacção do empregado. Sem dúvida que ele deve de ter contado aos colegas e amigos e fartaram-se de rir. Mas em Lisboa aconteceram-me sempre coisas estranhas, que também davam umas boas histórias, só não as conto porque corria o risco de não ser compreendida. Há coisas que só vistas, porque contadas não têm qualquer graça, ficam sem jeito, além de poderem suscitar outras interpretações que não aquela que se pretendia.
    Beijinhos.

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