Há arte e há arte, esta arrepia-me…

Publicado por: Milu  :  Categoria: Há arte e há arte...

Numa das minhas visitas a um dos  blogs que mais aprecio, pela  ousadia e  discernimento com que encara a verdade e o lado cruento dos factos que, por este mundo fora, vão tendo lugar,  deparei-me com este texto!

“A Origem do Mundo”, de Gustave Courbet

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A PSP de Braga apreendeu, este domingo numa feira de livros de saldo, cinco exemplares de um livro sobre pintura, considerando que o quadro reproduzido na capa, do pintor Gustave Courbet, é pornográfico, contou à TSF António Lopes, organizador da feira. (…)

PS: O Mário Crespo adora estes acepipes, é como se alguém desse o “rabiosque e 8 tostões” para fazer um número. Recorro a esta expressão que é uma fórmula antiga, já do tempo do próprio Crespo, para mostrar o ênfase do jornalista ao transmitir na sic este tipo de notícias pirosas e paroquiais. E o mais paroquial é que ele, o soit disant jornalista da Sic, acha que belisca do Sócrates e o Governo no seu conjunto – tecendo aquelas notícias de carnaval – como se estivesse a anunciar a morte do Papa. Às tantas o Crespo ainda pensa que é Sócrates do seu gabinete em S. Bento que carrega num botão e manda a PSP apreender o dito livro.

Ele, porque tem um quadro mental pouco elástico, não compreende que as autoridades policiais do país, designadamente GNR e PSP – ainda gozam de um índice cultural baixo, e esse factor contribui, em inúmeros casos, para explicar certo excesso de zelo que, além de ridículos, são ilegais e nem uma gargalhada merecem.

Mas o Crespo o que deseja é “sangue”. E nada melhor do que uma grelada relaxada daquele quilate porque, na realidade, é disso que ele se alimenta para nutrir a sua guerrazinha informacional ao Sócrates finda que foi a campanha negra do freeport (na qual também contribuíu, prestando um péssimo serviço ao bom jornalismo – que, na realidade, ele desconhece). Desde logo, pela forma como fala, naquele gagarejar arrastado que nem se percebe bem.

O Crespo jornalista é hoje o retrato ou a metáfora duma profissão que não estudou, não investigou, não se interdisciplinarizou e, como tal, faz ainda jornalismo com as emoções marginalizando as racionalizações. O resultado só poderia culminar naquele relaxe de meia-idade.

Olho para aquela figura relaxada e de tremendo mau gosto, embora saiba que os gostos – como a arte – cada qual tem a sua, e lembro-me logo da cara do Mário Crespo a reclamar o seu jornalismo de excelência – na excelência de conteúdos e cone…xos. Que é a sua, naturalmente..

Amanhã quando o jornalista Crespo apresentar uma qualquer outra notícia a imagem que se lhe cola melhor à cara é aquela “peça d´arte”…, decadente e relaxada, como certo jornalismo-parasita e hiper-emocional que há décadas deveria estar na prateleira em Portugal. Sobretudo, para dar lugar aos jovens jornalistas com melhor preparação teórica e cultural.

Façamos, pois, de conta que neste caso (também) foi o PM que mandou apreender o book. Assim, o Crespo fica todo lambusado de alegria.

PS: Meus amigos: se aquilo é arte, até o Crespo é um “grande jornalista” e a Ferreira leite subirá a PM no próximo Verão. Vivemos hoje tempos do absurdo. LINK

Até que enfim! Finalmente  alguém vem ao encontro dos meus pensamentos e da análise que fiz! A arte pressupõe beleza, encantamento e deleite na sua contemplação! A mim esta imagem causa-me arrepios! Que vasculho mais feio! Tenebroso mesmo! E quanto a ser a origem do mundo , tem que se lhe diga!  A origem da vida ainda vá!

6 Comentarios to “Há arte e há arte, esta arrepia-me…”

  1. polidor Diz:

    Por acaso às vezes parece-me que esse Mário Crespo deve ter inculcado que virá a ser o Larry King do burgo…

  2. Milu Diz:

    Não considero este tipo de jornalismo inteligente! Mário Crespo não é imparcial. Por isso o seu trabalho, deixou de ser fiável. Percebe-se quais são os seus alvos a abater! Que os tem!

  3. António de Almeida Diz:

    Mário Crespo é um excelente jornalista, goste-se ou não das suas posições, nem sempre concordo com ele, mas não engana, sabemos ao que vai, na melhor tradição anglo-saxónica, enquanto por cá ninguém assume, mas vai insinuando. Quanto ao quadro, passei o ano passado pelo original, sem lhe ligar importência, é que passa completamente despercebido ao pé dos Van Gogh, Degas, Matisse e outros com quem compartilha o espaço.

  4. Milu Diz:

    Confesso que não tenho visto o Mário Crespo nas entrevistas de televisão. Por norma não vejo televisão. Tenho lido as intervenções dele e o que me parece um jornalismo pernicioso. A mim interessa-me saber a verdade dos factos, só isso. Não me interessa a opinião dele sobre os mesmos. E se estiver enganado no que insinua? Quanto ao quadro acho-o feio! Parece que o autor se serviu da sopeira para modelo. Bem sei que Gustave Courbet foi um pintor realista e daí os pormenores!… É um tanto grotesco e no entanto a arte nunca é grotesca, quando muito intrigante! 😀

  5. A. Moura Pinto Diz:

    Aqui, Milu, uma discordância de fundo.
    Naturalmente que, quanto a arte, se pode gostar mais ou menos. No caso, não adjectivo a obra de Coubert do mesmo modo.
    O vasculho é feio? Mas, se era assim, que fazer? Rasurar, retocar, para ficar a gosto? Isso já não seria lá muito artístico, particularmente se Coubert o viu assim, se o modelo era aquilo que lhe exibia.
    De qq modo, a obra ficou, e lá está no Museu d’Orsay, se calhar agora com proibição de entrada a agentes da nossa PSP.
    Grave, no entanto, é a atitude censória. Claro que podemos desculpar a PSP com o grau de literacia na matéria. Mas – a ser verdade o que se diz – já não é desculpável que tenha actuado sem mandato para o efeito. Nisto compara-se um pouco com o MP de T Vedras, que mandou retirar o que nem sequer tinha visto, apenas porque alguém se queixou, sem mais. Depois, teve que recuar, reconhecendo que andou mal.
    Num e noutro caso a conclusão a tirar é que se deve evitar a tentação de estabelecer políticas de gosto… deixando que cada qual coma do que gosta, sem obrigar ninguém.
    Não sigo, com isto, o que terá dito ou escrito Crespo. Que, de crespices, estou mesmo farto.

  6. Milu Diz:

    Estive a ler umas coisas sobre o pintor e fiquei sabedora que a provocação fazia parte dos seus intentos! Sendo um pintor realista não é de admirar que tenha reproduzido o modelo com toda a sua pujança, realçando até os pormenores! Se o que queria era chocar, consegui-o, não tanto pela obra em si, mas, mais pelo mau gosto! Embora na época os padrões estéticos fossem aqueles, digo eu! A mim faz-me impressão aquela estética selvagem!

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