“A Reflexologia e o Behaviorismo”

Publicado por: Milu  :  Categoria: "A Reflexologia e..., PARA PENSAR

 

 Pavlov3

 

 “Não importa o quão devagar você vá, desde que você não pare.”

 Confúcio

 

Há uns dias, vendo-me a escrever no blog, disse-me o meu filho: “não sei porque é que ainda continuas a escrever no blog. Já ninguém faz comentários. Tu escreves muito! Fazes posts muito grandes e depois as pessoas não lêem!”

Pois bem… a questão aqui é que eu não publico posts com a intenção de  serem comentados, mas antes porque me sinto na obrigação de  partilhar e ajudar a disseminar conhecimento! É que jamais irei esquecer, de que quando andei a estudar, a fazer a minha licenciatura em Serviço Social, me vali imensas vezes da Internet para estudar. Sempre que tive alguma dificuldade numa matéria, por não a ter percebido durante a aula, ou porque devido a ser estudante trabalhadora ter perdido muitas aulas, nunca me atrapalhei! Assim que tinha oportunidade, sentava-me defronte do computador e, imbuída de uma forte determinação, dedicava-me à pesquisa dos assuntos nos quais tinha mais dificuldade e também daqueles em que me queria aperfeiçoar.

Por isso, o que agora faço é um acto de gratidão. À minha maneira eu estou a devolver com o bem o bem que recebi. Por conseguinte, os posts são elaborados com rigor e neles  constam textos com todas as referências aos seus autores, de forma a poderem ser utilizados por estudantes nos seus trabalhos académicos.

O tema deste post insere-se no âmbito da psicologia e foi-me inspirado pela descoberta de um  livro em casa da minha mãe. Tive pena de não me lembrar que o tinha, ou de não o ter descoberto antes, quando andei a estudar estas matérias. Na minha posse deve ter cerca de 30 anos. Este livro está muito bem elaborado, explica muito bem os assuntos e refere alguns conceitos interessantes. Um bom professor, portanto. 😀

 

 

 

“A Reflexologia e o Behaviorismo”

 

” A descoberta dos reflexos condicionados fez o seu aparecimento nos domínios da psicologia animal. Se tivermos em linha de conta o grande alcance que lhe dará nos Estados Unidos o behaviorismo de Watson, tal descoberta representa uma conquista de capital importância da psicologia nova no seu aspecto mais radicalmente objectivista. São inseparáveis dela os nomes de Pavlov (1849-1939), Prémio Nobel em 1904 pela sua obra sobre a digestão, e de Bechterew (1857-1928), ambos fisiologistas e neurologistas.

Sabe-se que a descoberta nasceu da experimentação realizada em cães e que consiste em substituir um excitante ou «stimulus primitivo», causador de um reflexo absoluto ou incondicionado, por um excitante novo ou «stimulu condicionado» (sinal, como também lhe chamava Pavlov), o qual provoca, por seu turno, e mediante aprendizagem, uma resposta reflexa adquirida. E, assim, o cão, que segrega saliva quando lhe dão um bocado de carne (reflexo incondicionado), segregará saliva também ao ouvir um som ou ao ver uma luz depois destes estímulos terem acompanhado a carne um número x de vezes. Isto equivale a dizer que nasceu uma nova associação reflexa entre o centro auditivo ou visual e o centro salivar – reflexo «condicionado» ou associado.

Pavlov descobriu que qualquer fenómeno natural podia servir de «sinal»: um som, uma cor, um cheiro, uma estimulação da pele, etc. A experimentação levada muito longe neste campo, permitiu concluir que estes reflexos condicionados põem em acção um conjunto de «processus» não só de excitação, mas também de inibição. Um cão pode ser condicionado de tal maneira que o reflexo espontâneo de dor dê lugar a um reflexo de satisfação se, por exemplo, a apresentação da carne for acompanhada de uma descarga eléctrica dolorosa durante bastante tempo para que se efectue a substituição. Verificou-se que tais condicionamentos podem atingir grande especificidade; um cão pode ser colocado  em condições de não reagir senão a certos sons, imagens, cores ou figuras, com exclusão de outros  que pouco se distinguem desses, e até a notas tão agudas que o ouvido humano não chegasse já a ouvi-las. Se está habituado a segregar saliva, quando vê um círculo e não reage à vista de uma elipse, dará sinais de agitação quando, se dermos à elipse uma forma muito semelhante à do círculo, ele já não for capaz de distinguir uma do outro. Já Pavlov conseguira provocar verdadeiras nevroses caninas, pondo em conflito «processus de excitação» com «processus de inibição». É portanto natural que alguns autores, considerando que a génese da nevrose aparece em Freud devido à repressão ou inibição de um factor emocional, tenham procurado por este meio uma reconciliação entre a reflexologia de Pavlov e a psicanálise.

De resto, os agentes causadores dos condicionamentos são mecanismos frágeis que tendem a desaparecer se não forem conservados mediante uma reintrodução passageira do «stímulus» natural (neste caso, a carne). Na falta dele, o tempo de reacção aumenta e a secreção salivar diminui progressivamente; produz-se então aquilo a que Pavlov chamava uma «inibição interna», uma tendência do reflexo condicionado a desaparecer.

Alguns comentadores, e em especial o fisiologista francês Paul Chauchard, insistiram muito nas condições especiais de isolamento que tais experiências exigem. O próprio Pavlov tinha já verificado que, quando o animal era bruscamente alertado pelo aparecimento inesperado de um estranho, o trabalho ficava comprometido por uma «inibição externa». Aliás, nem todos os cães são igualmente dóceis, e há alguns orgulhosos, que são os mais refractários. Além disso, podem surgir surpresas absolutamente imprevisíveis, como a náusea de que um certo cão era atacado mal via o experimentador, ou o «reflexo de defesa» que se pode produzir quando um cão, estimulado por uma corrente eléctrica muito forte, ladra ou procura morder…

Após ter verificado que a completa ablação do córtex provoca o desaparecimento dos reflexos condicionados, Pavlov deduziu que o mecanismo destes dependia inteiramente da função cortical.

No entanto, verifica-se que podem provocar-se reflexos condicionados em animais inferiores, desprovidos de casca, e mesmo, segundo alguns autores, nos infusórios.

Em matéria de condicionamento, a experimentação é evidentemente mais limitada com o ser humano do que com os animais, mas no entanto é possível de uma maneira diferente. Watson e os seus discípulos demonstraram-no com os bebés e as crianças.

É sabido que se pode utilizar, e de facto se utiliza, a descoberta de Pavlov em determinados casos: desintoxicação de bebedores, métodos de relaxação, parto sem dor. Este último baseia-se na noção de que a dor da parturiente tem a sua causa fundamental em reflexos condicionados (sociais) de medo. Importa então pôr em jogo as inúmeras interacções entre os neurónios corticais e as vísceras, no sentido de obter um domínio indirecto sobre o sistema simpático; em suma, conseguir que, por uma auto-gestão acompanhada de uma educação respiratória e abdominal, a mulher fique em condições de dirigir o trabalho de parto. De um modo geral, a descoberta dos reflexos condicionados veio esclarecer mecanismos havia muito usados no adestramento dos animais, mas até então de uma maneira absolutamente empírica.

O génio de Pavlov foi demonstrar decisivamente como esses mecanismos de substituição funcionam a um nível que engloba a afectividade (é necessário que o animal tenha fome) e que constituam dentro de uma história individual tipos de relação susceptíveis de explicar mesmo uma parte do psiquismo humano – a que se relaciona com os automatismos e com a formação de hábitos, cujo papel é muito maior do que habitualmente pensamos. Muitas pessoas falam constantemente de liberdade e comportam-se a maior parte das vezes como autómatos. A reflexologia permite compreender como podem certos estados de alma, aparentemente misteriosos, fixar-se mediante recordações, associadas a determinados «stímuli» que desempenham o papel de disparador  (a madalena de Proust).

Pavlov parece não ter ideias bem determinadas sobre as funções superiores do psiquismo humano. É no entanto evidente que lhes reconhece a capacidade de sintetizarem os sinais que influenciam o comportamento como condicionamentos, num sistema de indícios abstractos e inseparáveis da linguagem. Chama no entanto a estas funções superiores «actividade nervosa superior».

Em Watson, pelo contrário, a descoberta dos reflexos condicionados é utilizada num sentido que dá ao seu behaviorismo as características de uma escola de afirmações dogmáticas.

Nascido em Greenville, em 1878, John Broadus Watson foi professor na Universidade John Hopkins (Baltimore), onde dirigiu também o laboratório de psicologia.

As suas comunicações ao Congresso Internacional de Psicologia, em 1921, alcançaram-lhe renome mundial. As teorias de Watson atingiram então o seu apogeu nos Estados Unidos, onde haviam de dar origem a grande número de controvérsias e discussões.

O behaviorismo de Watson representa a mais audaciosa tentativa feita no sentido de reduzir a psicologia a uma ciência natural, excluindo do seu âmbito a consciência (atenção, memória, vontade, inteligência) e, por conseguinte, todo e qualquer recurso à introspecção, para admitir apenas o comportamento objectivo.

Não se trata só de uma orientação metodológica, mas sim de um intransigente monismo materialista. Deve dizer-se que uma tão absoluta exclusão do espírito tem por corolário, no domínio da psicopatologia, a das doenças «mentais».

Watson entendia que os psicólogos empenhados na constituição de uma psicologia «nova» (especialmente Ribot, Fechner e Wundt) não foram suficientemente audaciosos, ficaram  a meio caminho no esforço de libertação realizado em relação à tradição filosófica. Por outro lado, a psicologia como ciência abstracta parecia-lhe desprovida de valor prático, sem verdadeiro interesse para o educador, para o jurista, o médico, o industrial ou o comerciante… Não há dúvida de que a inspiração watsoniana mergulha as suas raízes no utilitarismo da nossa época e, muito particularmente, na «efficiency» à maneira americana. Em presença de um determinado indivíduo, importa essencialmente saber de que é ele capaz e qual será o seu rendimento. O enorme sucesso do behaviorismo nos Estados Unidos deve-se ao seu objectivo de se confinar exclusivamente ao observável, ao controlável, ao susceptível de medida.

Quando, em 1916, Watson teve conhecimento das investigações de Pavlov, a sua orientação era já a de um psicólogo preocupado com a constituição de uma ciência objectiva e comparada, inspirada na altura pelos trabalhos em curso no domínio da psicologia animal, sobretudo pelos de J. Loeb sobre os «tropismos» e pelas experiências de E. Thorndike. Tive já ocasião de dizer que este último estudava o comportamento dos animais servindo-se das suas famosas «problem-boxes».

Metia um animal em jejum numa espécie de caixa, de que ele devia sair, accionando um mecanismo mais ou menos complicado, para obter o alimento colocado no exterior. Após uma série de tentativas frustradas e desordenadas, o animal conseguia, enfim, com um movimento da pata ou do focinho, accionar o mecanismo da fechadura. Para explicar tal comportamento Thorndike servia-se de considerações neurofisiológicas e da intervenção do acaso e negava ao animal a posse de qualquer forma de inteligência. A teoria mais conhecida é a das «tentativas e erros» de Lloyd Morgan. Quando um gato ou um rato encontram a solução do problema que lhes foi posto, é por acaso. Depois, as reacções bem sucedidas organizam-se no espaço e no tempo segundo a «lei da frequência», o que equivale a dizer que a resposta adequada acaba por se fixar e que as outras são eliminadas. Esta interpretação que os gestaltistas criticaram, alargou-a Watson ao próprio homem, cujos hábitos pretendia explicar pelo ocasional sucesso de certas respostas dadas a partir de alguns reflexos absolutos ou incondicionados. Tal posição foi objecto de duras críticas. Censurou-se ao pai do behaviorismo a sua falta de cultura filosófica e o grave desconhecimento dos problemas gnosiológicos. Em certo sentido, parece no entanto que a sua intrepidez apresenta mais vantagens que inconvenientes, na medida em que o extremismo pode ser, em determinados casos, mais construtivo do que o sincretismo. 

Partindo do princípio de que as crianças nascidas e amamentadas na maternidade são os melhores temas de observação, visto o seu condicionalismo anterior ser mais facilmente controlável, Watson e os seus colaboradores e continuadores dedicaram-se a numerosas experiências em «infantários experimentais» com o objectivo de conhecerem, antes de mais, as reacções que podem considerar-se inatas (salvo condicionalismos pré-natais, difíceis de controlar…).

Tais reacções primárias constituem uma lista muito reduzida na escola behaviorista: reflexos pupilares e palpebrais, secreção salivar, reacções corporais acompanhadas de choros e gritos e provocadas por picadas, queimaduras, ruídos violentos ou falta de apoio físico, etc. Como, na maioria dos casos, se manifesta então na criança uma reacção emocional, os behavioristas foram levados a admitir a existência de certas formas de comportamento congénitas e que eles reduzem a três tipos: reacção espontânea de «medo» se a criança for bruscamente privada de apoio ou surpreendida por um ruído violento; reacção de «cólera» (que aparece a partir do décimo dia de vida) se lhe impedem os movimentos; reacção de amor, se a afagam ou embalam, etc.

Os behavioristas convenceram-se sobretudo de que as crianças não possuem originariamente nenhuma reacção «de medo» em presença de qualquer animal (ratazana, rato, rã, coelho, cão…) de um objecto de pêlos ou de plumas, de máscaras, nem de fogo, que dá origem a uma perturbação apenas quando provoca um calor muito intenso (porque então intervém a reacção da «pele atingida». Puderam, pelo contrário, verificar que esses animais ou objectos podem facilmente vir a ser sinais condicionados de medo quando associados a certos «stímuli primários» (ruídos violentos, perda de apoio, etc.), e que em seguida se podem facilmente «descondicionar» estas reacções de medo adquiridas, substituindo-as por uma reacção positiva, por exemplo, oferecendo uma guloseima à criança, quando se lhe apresenta, cada vez mais e mais perto, o animal ou objecto que provocaram o medo.

Portanto, a partir de algumas reacções consideradas primitivas, todo o comportamento humano deve explicar-se pelo jogo dos condicionamentos, isto é, deve ser apenas considerado sob o aspecto dos «stímuli» e das respostas, que à psicologia compete determinar. «A essência de todo o behaviorismo é ser a ciência do binómio stímulus-resposta». Distinguem-se apenas «stímuli externos» (luz, obscuridade, frio, calor, ruído, etc.) e «stímuli  internos» (modificações orgânicas produzidas em determinadas condições por falta de alimento, actividade sexual, etc.). 

As respostas podem ser em si mesmas explícitas (desde as mais simples, como afastar-se ou aproximar-se de uma luz, estremecer ao ouvir um ruído, procriar, até às mais complicadas, como construir uma casa, estabelecer planos, escrever livros…), ou implícitas (secreções salivares, contracções do estômago vazio, etc.), sendo estas últimas mais dificilmente observáveis.

Quer respire, durma, ande, corra, pare, se zangue, chore, grite, escreva, leia ou toque… o indivíduo «faz» sempre alguma coisa, e se cada uma das suas respostas põe em jogo um determinado grupo muscular especial, implica, no entanto, a actividade de todo o organismo. Por isso, o behaviorismo watsoniano se recusa a destacar qualquer órgão ou aparelho – nervoso, digestivo, circulatório, respiratório, muscular – e afirma que o sistema nervoso funciona em esquemas completos e que o seu papel é puramente coordenador.

Certos psicofisiologistas da escola de Pavlov são de opinião de que Watson diminui assim erradamente o papel dos neurónios corticais; poderia antes perguntar-se se , numa perspectiva antropologista, não haverá, numa escola que se afirma tão rigorosamente mecanicista, uma certa ambiguidade nesta referência ao «corpo total», quer dizer, a uma entidade da qual não podemos afirmar que seja desprovida de uma finalidade interna.

Seja como for, o behaviorismo, ao definir por comportamento «aquilo que o organismo faz ou diz», considera a palavra uma acção como qualquer outra.

Dizer é «fazer simbolicamente», e portanto comportar-se.

As condições da vida social devem assinalar a interiorização da linguagem, quer dizer, do pensamento considerado como comportamento de substituição que põe em jogo stímuli e respostas simbólicas. «Pensar é falar, falar para si e  a si». Uma vez mais pode invocar-se como prova a observação da criança. Quando o bebé está ainda na fase da «vocalização anárquica», a sua tagarelice incoerente enche de alegria os pais, felizes por verificarem que ele não é mudo nem idiota. Depois, tal tagarelice torna-se enfadonha e começam a exercer sobre a criança uma certa pressão para que faça menos barulho. Esta passa então a resmungar, o que continua a importunar ainda os seus familiares. Finalmente, e sob a pressão assim exercida vai progredindo a socialização da linguagem, até chegar a desaparecer o movimento dos lábios, que ainda se mantinha enquanto a criança lia ou reflectia; a verbalização passou a ser totalmente interior.

Seja qual for o interesse das investigações levadas a cabo pelo behaviorismo, o imperialismo explicativo de um Watson assenta num erro: a eliminação da subjectividade. E quando pretende justificá-la afirmando que nunca descobriu o papel da consciência em nenhuma acção humana  e que ela não pode «encontrar-se» nem «definir-se», ninguém o faz como ele.

Apenas se lhe pode objectar que a consciência não pode definir-se porque é ela que define… Se a eliminarmos e com ela as sensações, imagens, pensamentos, intenções, volições, reduzindo tudo às reacções que o organismo oferece aos stímuli, ficarão os actos humanos, mesmos os mais reflectidos, privados de todo o significado, e eliminar-se-á assim o domínio da psicologia propriamente dita. 

Um psicólogo de Lausana, Larguier de Bancels, fizera já a observação de que se, por exemplo, o rubor devido ao calor interessa ao fisiologista, ao psicólogo interessará o mesmo rubor como indício de timidez ou vergonha. Os behavioristas do tipo watsoniano cometem, sem dúvida, o erro de confundir os dois aspectos. 

Sabe-se que é o aspecto das significações que vai inspirar a fenomenologia de Husserl, que tão variadas repercussões havia de ter nas ciências psicológicas no nosso tempo.

 

Bibliografia

 

MUELLER. F.L. (n.d). A Psicologia Contemporânea. Publicações Europa América. Colecção Saber. 5ª Edição. pp. 90-99.

2 Comentarios to ““A Reflexologia e o Behaviorismo””

  1. lino Diz:

    Olá Milu,

    Será possível que a psicologia não tenha evoluído nada desde os finais dos anos 60, quando eu estudei esta matéria? É que o autor do livro que referes já faleceu há 37 anos!
    Beijinho

  2. Milu Diz:

    Olá Lino! 🙂

    Claro que evoluiu. Até o texto já contém algumas críticas. Mas, ainda assim, estudaste tu tive também de estudar eu. E no entanto, há bem menos tempo que tu 😀

    Beijinho

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