Consciência generosa

Publicado por: Milu  :  Categoria: Consciência generosa, PARA PENSAR

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“Aquiete a mente e a alma falará”

Ma Jaya Sati Bhagavati

Um dia destes participei  no 3º Encontro de Psicologia em Contexto Educativo que teve lugar na Escola Superior de Saúde – Instituto Politécnico de Leiria, de onde saí com umas luzes do que são as novas terapias em psicologia. A intervenção de Carlos Carona (ver aqui),  foi simplesmente FENOMENAL. É caso para se dizer que há pessoas que nascem para brilhar. Mas pela parte que me toca não nasci para brilhar e, por isso, os meus apontamentos ficaram muito confusos. Como escrevi muito rápido para “apanhar” o mais que pudesse agora não consigo ler. Exceptuando algumas poucas frases cujas letras parecem hieróglifos, mas ainda assim legíveis, todas as outras são como carreiros de formigas. Não percebo patavina! Contudo, motivada com o entusiasmo do orador Carlos Carona acerca do Mindfulness como uma das Terapias Cognitivo Comportamentais de 3ª Geração decidi nesse dia comprar um livro sobre o tema. E é uma parte desse livro que me interessa verdadeiramente partilhar convosco. Vamos a isso:

Terapias Cognitivo Comportamentais de 3ª Geração ⇒ Foco na mudança na relação da pessoa com os estímulos internos. O Mindfulness é um componente nuclear das TCC de 3ª Geração.

Mindfulness centrado no momento presente.

“Eu sou mais do que os meus pensamentos”

→ Facilitar a aceitação radical dos sentimentos negativos.

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“Emoções: travar amizade com sentimentos” 

“As emoções por que passamos como seres humanos a viver numa sociedade obcecada com o «sentir-se bem» adquiriram um tal carácter de patologia que podemos tomar Valium só porque sentimos uma ligeira ansiedade. Isto não corresponde a solução nenhuma; na verdade, estou convencido de que intensifica o ciclo, porque as pessoas se tornam hipersensíveis aos seus sentimentos, aprendendo a repeti-los através de medicação. Esta abordagem baseada em sintomas não resolve o problema de raiz, que reside na relação que se tem com os seus pensamentos e sentimentos.

Com a continuação da vida, o hábito de fugir das emoções de que não gostamos e perseguir as que nos agradam é reforçado na maioria de nós pela prática e pela observação dos que nos rodeiam. Continuamos a ignorar que essas emoções são desencadeadas por se dar ouvidos ao comentário importuno e constante que as nossas mentes debitam. Podemos até não ter consciência do motivo por que sentimos necessidade de nos entregarmos a determinado comportamento. Comportamento compulsivo, ou vício, é algo que nos sentimos incapazes de parar de fazer, mesmo quando sabemos que os seus custos ultrapassam os benefícios. O que é então que faz as pessoas regressarem ao bar, ao casino, ao traficante de drogas ou ao frigorífico?

Pensamentos dolorosos impelem-nos a fazer todas essas coisas e, ao compreender o modo como os nossos pensamentos e sentimentos interagem, podemos começar a discernir entre esses padrões condicionados. Para melhor explicar este processo, examinemos uma versão passo a passo dos factos.

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Ao olhar para este processo desta maneira, conseguimos vê-lo na sua natureza circular. Pode parecer iniciar-se com um sentimento, mas por detrás desse sentimento encontramos pensamentos a afirmar coisas negativas acerca de nós ou da situação em que estamos. Neste tipo de cenário, o sentimento pode ser muitas vezes uma sensação de fastio, que corresponde na verdade a uma expressão da aversão da mente pelo momento presente. Os pensamentos que o levam a comer o bolo serão normalmente muito mais subtis e persuasivos do que o exemplo acima, com a mente a dizer coisas como: «Vá lá, só um bocadinho de bolo não há-de fazer mal. Um bocadinho de vez em quando pode ser. De resto, portaste-te muito bem esta semana, mereces uma pequena recompensa.» Normalmente, tudo o que a mente diz faz sentido e seduz a parte de nós que deseja o bolo, mas logo que o tivermos comido a mente torna-se maldosa.

Neste ponto, é habitual que os pensamentos gerados pela mente e os sentimentos desencadeados pela crença nesses pensamentos se intensifiquem. Se acreditar nestes pensamentos, as emoções dolorosas tornam-se ainda mais fortes do que antes. A mente poderá então insinuar: «Bem podes desistir de perder peso. É inútil. Nunca conseguirás. Portanto, podes comer mais uma fatia de bolo.» Se não tivermos consciência plena, este caminho pode levar a que se coma o bolo todo numa só noite, voltando ao frigorífico uma e outra vez mas sentindo depois ódio por nós mesmos no dia seguinte – o que equivale a acreditar em pensamentos abominantes gerados pela mente.

Tenha presente que este exemplo apenas demonstra o processo, embora o conteúdo dos pensamentos de cada pessoa possa diferir. A sua mente poderá não estar interessada em comezainas. Em lugar disso, poderá dizer-lhe para abrir uma garrafa de vinho, ou pode admoestá-lo por meter baixa no trabalho, não obstante não estar acamado. O conteúdo não é tão importante como compreender a natureza grotesca do processo.

Imagine se o seu patrão lhe dissesse para fazer qualquer coisa e depois lhe berrasse por cumprir as ordens dele. Começaria rapidamente a procurar um novo emprego e, provavelmente, passaria a não levar à letra o seu patrão, pensando que ele talvez houvesse enlouquecido. Todavia, as nossas mentes repetem constantemente este comportamento e continuamos a virar-nos para elas em busca de aconselhamento.

Porquê?

O problema é que a maior parte de nós pensa que a voz que nos soa dentro da cabeça é realmente nossa, razão por que dizemos «Penso que…» ou «Quero…». Identificamo-nos com cada pensamento, acreditando que fomos nós que o «pensámos», mas se observar atentamente, verá que os pensamentos vêm e vão sem conexão necessária. Estão totalmente para lá do nosso controlo. Assiste-se claramente a isto quando nos está a acontecer algo de «mau» e tentamos não pensar nisso. Apesar dos nossos esforços, a mente repisa os acontecimentos, reproduzindo o passado e predizendo o futuro. Se tivéssemos controlo sobre os nossos pensamentos, limitar-nos-íamos a desligá-los nesses momentos, mas tal não é de todo possível. Não podemos controlar pensamentos, mas podemos aprender a não acreditar neles ou a ser perturbados por eles.

O corolário disto tudo é que se não acreditarmos na narrativa da mente, não se manifestarão as emoções negativas. Em qualquer momento em que sintamos medo, stress, ansiedade ou qualquer outra emoção penosa estamos a acreditar num pensamento, ainda que estejamos cientes disso. O importante é que esses sentimentos não podem magoar-nos verdadeiramente, não obstante parecerem assustadores na altura. De facto, as emoções podem ajudar-nos a seguir o caminho para a paz e a felicidade ao mostrarem os pensamentos em que ainda acreditamos e ao proporcionarem a oportunidade de os aceitarmos inteiramente como parte da nossa experiência do momento presente. Se não se quiser aceitá-los não faz mal, mas eles continuarão a existir e, infelizmente, as coisas que por vezes fazemos para fugir às nossas emoções conduzem habitualmente a experiências ainda mais negativas.

Demonstrou-se que o comportamento evasivo incrementa, a longo prazo, a intensidade dos sentimentos dolorosos, além de reduzir a nossa capacidade para lidar com esses sentimentos quando despontam.

O que poderemos então fazer em alternativa?

A questão será abordada em profundidade num capítulo posterior, mas permita-me afirmar por agora que combater uma emoção confere energia a essa emoção, a luta para se libertar de uma emoção torna-se mais forte, tal como uma pessoa encolerizada se torna mais estrondosa e mais incontrolável se lhe gritarmos que se acalme. As emoções não conseguem sustentar-se sem esta luta, sem que nós as alimentemos ao insistirmos em acontecimentos que lhe estão associados e ao escutar as histórias de infortúnio da mente. Se formos capazes de parar e prestar atenção a uma emoção, sem a combater ou a alimentar ao extraviarmos pelos pensamentos acerca do que «aconteceu» para a provocar, essa emoção acabará por aparentar desaparecer. Constitui uma lei do universo que a energia nunca se pode dissipar completamente, apenas pode mudar de forma, pelo que a energia emocional negativa deve mudar e tornar-se numa outra coisa. Não sei no que se transforma, e na verdade não importa, mas sei que a única maneira de se ficar livre de emoções dolorosas é aprender a permanecer sentado e observá-las – ficar tranquilo com elas. Até sermos capazes de o fazer, as nossas vidas são comandadas por emoções e nós somos atirados de um lado para o outro enquanto procuramos sentimentos positivos e tentamos evitar aqueles de que não gostamos. Tornar-se uma pessoa completa implica travar amizade com esses sentimentos, que veremos não serem assim tão assustadores, não serem demónios perversos, mas apenas criancinhas atemorizadas.

O paradoxo do controlo

A maioria de nós quer controlar as emoções de forma a tornar a vida mais agradável, mas a verdade é que isso não pode ser feito. Chamo a isto o «paradoxo do controlo», querendo basicamente significar que, quando tentamos controlar as nossas emoções, elas tornam-se mais poderosas, mas se não tentarmos controlá-las  e antes a sentirmos, passam a ser menos poderosas. O paradoxo, portanto, é que quando tentamos dominar uma emoção através da tentativa de alterá-la ou de lhe escapar, é a emoção que nos domina. Bebemos para não nos sentirmos solitários, gritamos com alguém para tentarmos fugir ao nosso medo e ira, ou comemos para nos libertarmos dos nossos sentimentos de inutilidade. Não queremos realmente fazer nenhuma destas coisas, mas o desejo de escapar a estas emoções impele-nos a fazê-las, daí que eu diga que as nossas emoções nos controlam. A alternativa consiste em observar estas emoções, tomar consciência plena delas sem nelas se perder. Com isto voltamos a tomar o comando do nosso comportamento, porque sem o medo dessas emoções não há necessidade de fazer algo para nos livrarmos delas e podemos fazer aquilo que verdadeiramente desejamos. Apesar da nossa ansiedade, ainda podemos ir àquela nova aula, conversar com aquela pessoa na festa ou tentar obter o emprego que realmente queremos. Sem o temor enraizado pelas nossas emoções,  a vida torna-se livre e fácil, com infinitas possibilidades a abrirem-se.

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Imagine que chega ao trabalho e o seu patrão grita consigo por ter perdido um contrato importante. A sua mente começa a contar-lhe histórias como: «Isto está sempre a acontecer-te porque tu és um inútil, um caso perdido, e nunca ninguém poderia gostar de ti.» Sente-se embaraçado e inútil, e insinua-se em si um forte sentimento de rejeição e abandono que andava a reprimir desde a infância. A sua mente diz então: «Vai ser despedido, é melhor demitir-se»; e sai a correr do escritório, aparentemente em fuga da situação, mas na realidade a fugir às suas emoções – que, infelizmente, o perseguem até casa. O que acontece então em seguida? Não sei, mas este exemplo mostra como a vida se torna dolorosa e confusa quando acreditamos nos nossos pensamentos e temos receio das nossas emoções.”

Bibliografia

DOYLE Oli. (2015). Mindfulness Guia Prático para a Paz Interior. Planeta. Lisboa. pp. 57-62.

Eterna condenada

Publicado por: Milu  :  Categoria: Eterna condenada, PARA PENSAR

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“Enquanto as religiões do mundo tiverem cores atribuídas pelos homens o meu verdadeiro e grandioso Deus permanecerá transparente.”

Ricardo Vianna Barradas

Vem este post, com um trecho da autoria de Erica Jong, intitulado “Os Monstros das Mãezinhas”, que faz parte do seu livro “O Que Querem as Mulheres?” a propósito de notícias como esta tão recente da rapariga de 12 anos que foi abusada pelo padrasto, do qual veio a engravidar.

Confesso que tudo o que li sobre este caso foi muito pela rama, pelo que sei muito pouco. Mas tenho lido os comentários do povoléu! E o que deles apreendi é que a mãe é considerada um monstro, uma vez que teria sido conivente. Mais uma vez refiro que praticamente não sei nada deste caso, mas uma coisa sei, que a sociedade em que vivemos cria vítimas… e que muito provavelmente a mãe desta criança é, também ela, uma vítima.

Afinal não é suposto que uma mãe defenda os seus filhos, de tudo e de todos, mesmo à custa da sua própria vida?

Então, o que se passou que fez falhar esta mãe? O que pode levar as pessoas a proceder de certa maneira e a  cometer determinados actos?

O caso apresentado neste post e constante no livro citado diz respeito à negligência de uma jovem ama, que resultou na morte do bebé que estava aos seus cuidados. A mãe da criança não escapou à ferocidade de uma sociedade dominada por uma ordem social assente no masculino,  que está sempre pronta a condenar a mulher nas situações mais variadas do quotidiano.

Nós mulheres, quando estamos umas contra a outras, estamos também, muito simplesmente e sem o perceber, a acatar esta ordem que favorece sempre o masculino, ou seja, vemos o mundo com olhos masculinos. Temos de romper com essa subserviência e submissão humilhante e decidirmos de uma vez por todas sermos Mulheres. Pessoas com vontade própria, com responsabilidade, com arrojo.

Neste texto de Erica Jong podemos também perceber o que são as consequências do Estado Mínimo, a ausência de políticas sociais, a miséria moral, um pouco daquilo que nos espera com o fim do Estado Social… Depois, não se admirem que as consequências sejam um aumento da degradação em todos os níveis… O dever do Estado é proteger os mais fragilizados e não vergastá-los.

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Erica Jong:

 

“A CULPA É SÓ DAS MÃES? É o que se pode ler no cabeçalho da nova versão de «O Caso da Ama», publicado no jornal New York Daily News (…).

(…)

Numa época em que muitas mães trabalham porque são «obrigadas» a isso, é de admirar que este caso desse origem a que furiosos participantes dos «falatórios» da televisão gritassem bem alto que a Dra. Deborah Eappen «merecia» que o bebé tivesse morrido, visto que o deixou entregue a uma ama de dezanove anos de idade. 

Foram em vão os 25 anos de feminismo. De nada servem também os enfatuados comentadores que afirmam que vivemos numa era «pós-feminista». O grito selvagem que ainda se ouve é: «Matem a mãe!» Ela merece morrer apedrejada por ter contratado uma ama. 

É evidente que todos os americanos sabem que as mães que recebem subsídios da segurança social são uns monstros. (…). Mas, é claro que sabemos que os americanos que são pobres não têm direito a nada.

A pobreza é, acima de tudo, não-americana.

A América acabou com a definição de pobreza respeitável (crianças, mães, cegos, aleijados) e decidiu que eles, sozinhos, deviam pagar o défice orçamental que os políticos do sexo masculino criaram. 

Afinal, as crianças não têm voto – diferentemente dos altos funcionários das instituições de poupança e empréstimo. Além disso estes últimos têm lobbyists e as crianças não têm essa possibilidade. Portanto, não temos pobres respeitáveis num país em que eu investi tão abundantemente com os meus impostos, e também não temos qualquer iniciativa de apoio à criança – quanto mais de quem olhe por elas.

Até mesmo alguns países reaccionários – como por exemplo La Belle France – dão apoio às mães, têm infantários e jardins infantis, mas na América estamos dependentes de uma natureza esquerdista com unhas e dentes, e assim os infantários são vistos como «socialismo infiltrante» a que só o exército e os excessivamente ricos, que não pagam impostos, têm acesso.

Muito bem – as mães que recebem subsídios da segurança social são monstros, e então as mães médicas empresárias? E as mulheres que adiam o nascimento dos seus filhos para poderem acabar os estudos, que têm filhos aos trinta e quarenta anos e trabalham só uma parte do dia? Bem, agora ficámos a saber que também elas são monstros. E porquê? Porque não ficam em casa todo o dia. Aparentemente todas as mães são uns monstros – a indigente e a que tem estudos superiores, e ambas merecem que os filhos morram.

Mas esperem. O que se passa aqui? Estamos em 1898 ou em 1998? Parece que não faz diferença. No que respeita a maternidade tanto podemos estar na Inglaterra de Dickens, como na Noruega de Ibsen ou na Pérsia de Hammurabi. Por definição, as mães são uns monstros. São monstros porque são pobres ou porque são ricas.

Em tudo o que for relacionado com as mães, existe uma situação de derrota.

A pobre Louise era boa rapariga, mas um pouco incompetente. Talvez ela tivesse abanado o infeliz Matty – o testemunho dos médicos não era conclusivo. Afinal, ela era de nacionalidade britânica e elas adoram bater nas crianças com uma bengala; abanar não representa nada para elas. Mas Deborah ainda foi pior do que Louise. Era mulher de um médico (e também ela médica, mas quem se importa com isso?) e tinha optado por trabalhar fora de casa. 

Ambas foram completamente desprezadas. Ninguém disse nada contra o «outro» o Dr. Eappen – o que tem um pénis – e ninguém lhe gritou que o seu bebé merecia morrer. Também ninguém disse nada sobre Matty. Ele é apenas um bebé morto. E estes não votam nem têm lobbyists. O que de facto preocupa as pessoas é saber qual das duas mulheres é culpada.

A mãe ou a ama? A senhora ou a lacaia?

As mulheres, por definição, são sempre culpadas. 

Ou de negligência ou de abuso.

Ninguém se interroga sobre o papel do pai ou dos avós. Se é preciso uma aldeia para educar uma criança, como alega Hillary Clinton no seu bestseller, então nessa aldeia só vivem duas pessoas: a mãe monstro e o monstro da empregada. Todos os outros escaparam. (Incluindo um governo que penaliza as mães que trabalham, com a sua política de impostos e de imigração e a falta de assistência às crianças durante o dia).

Como é que a Dra. Deborah Eappen se deve sentir, depois de ter perdido o filho e ter de enfrentar este coro de harpias (pois os que odeiam as mulheres são muitas vezes mulheres)?

Imagine-se o trauma de perder o filho e o de reviver a dor no julgamento, e ainda ter de enfrentar depois, o trauma do julgamento feito através da imprensa. A Dra. Deborah «escolheu» o seu trabalho porque ele lhe dava a possibilidade de ter um horário flexível. O mesmo aconteceu com o marido, o Dr. Sunil Eappen. Mas não houve ninguém que o censurasse. Se avançamos tanto em termos de igualdade no casamento, então porque razão não se fala em termos de casal? Só as mulheres é que estão implicadas. A mãe e a ama enfrentam a morte perante o pelotão de tablóides. 

Se o julgamento da ama é usado como facto decisivo para uma mudança social, então temos de concluir que houve muito pouca coisa que mudou. Não é de admirar que a geração Y seja formada por mulheres jovens que desejam ficar em casa a tomar conta dos filhos! Elas viram o que sucedeu com as mães exaustas, da época do babyboom, e não gostaram do que viram. Se o progresso do feminismo depender da dialéctica mãe-filha (como eu acho que depende), então estamos perante uma nova geração de mães que ficam em casa e cujos problemas se aproximam mais dos das nossas avós do que dos nossos.

A obra de Betty Friedan, a Mística da Mulher, será tão importante em 2013 como o foi em 1963 – e as nossas netas terão de se reagrupar e iniciar as reformas feministas mais uma vez.

Não é de admirar que o feminismo tenha estado em declínio e a pairar, desde a época de Mary Wollstonecraft. Nós nunca chegámos a resolver o problema básico que nos preocupa a todos – quem vai ajudar a educar os nossos filhos?” 

 

Bibliografia

Notas:

Geração Y (X e babyboom) o que são? Ver aqui e aqui

JONG, Erica. (1998). O que querem as mulheres? Bertrand Editora. pp.49-52.