“Droga: as ciências”

Publicado por: Milu  :  Categoria: "Droga: as ciências", TOXICODEPENDÊNCIA

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“Um ramo da botânica, a botânica farmacológica, descreve as plantas medicinais e explica as que proporcionam drogas, enquanto a farmacognosia estuda as drogas de origem natural, identificando-as e descrevendo as suas formas ou aspecto, a qualidade, estrutura e natureza química. A estrutura anatómica e a morfologia molecular das plantas medicinais são expostas num atlas microscópio e, com este, o farmacêutico reconhece as drogas e os produtos utilizados na sua constituição. A parte utilizável de uma planta medicinal seca chama-se droga vegetal. A planta fresca e viva que contém substâncias medicinais (planta mãe) ainda não é uma droga; para o ser necessita de uma série de transformações. Estas transformações, assim como a própria droga, a sua bio-história na planta e a sua preparação em remédio são objecto de um estudo da química botânica, ou fitoquímica.

A farmacologia relaciona a fitoquímica com a medicina, estudando a estrutura e os efeitos das drogas – assim como dos medicamentos em geral -, os seus processos no corpo humano e a estrutura da célula receptora bem como o seu uso medicinal. Uma vez isolado o princípio activo, são criadas novas drogas por processos químicos ajustados aos efeitos pretendidos; estas são chamadas drogas de síntese, em oposição às naturais.

Temos assim que uma droga é um produto químico que afecta a vida” (Ormazábal, 1999: 30-31).

Bibliografia

ORMAZÁBAL, T. René. (1999). Mamã Coca, Coca-Cola, Cocaína: Três Pessoas Numa Droga Só. Caminho: Lisboa.

 

“Droga: o problema”

Publicado por: Milu  :  Categoria: "Droga: o problema", TOXICODEPENDÊNCIA

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Com o aparecimento do capitalismo, geraram-se também dois tipos de intelectuais: os que eram seus críticos e os que visualizavam um mundo melhor construído a partir das conquistas da Revolução Industrial. As liberdades individuais, que esta nova sociedade brindava, foram vividas também com a busca do prazer corporal. A indústria química proporcionou não só um meio de controlo da dor física mas também meios de escapar à penúria psicológica. A medicina pôde combater, primeiro com as sulfamidas, depois com os antibióticos, doenças até então incuráveis, ao mesmo tempo que os opiáceos ofereciam remédios universais mais baratos e socialmente mais úteis do que o álcool. Mas, ao exacerbar o individualismo, a sociedade baseada na iniciativa pessoal deixou de poder controlar o uso atomizado de bens de consumo social.

É a partir da segunda metade da década de 60 e anos 70 que se detecta o aumento do consumo de «drogas» ou «toxicomania», tanto nos Estados Unidos da América como na Europa, se bem que os produtos consumidos sejam diferentes e heterogéneos em cada um dos dois continentes e as causas imediatas não sejam também, aparentemente, as mesmas.

O que alguns qualificam de «problema da droga» – ou até mesmo flagelo – tem um carácter não só massivo mas também dramático. A complexidade e a mutabilidade deste processo recente de produção, tráfico e consumo é um fenómeno antropológico universal. Ele ameaça a humanidade pelo seu aspecto sanitário, desestrutura a sociedade, obscurece o funcionamento da economia, corrompe os sistemas políticos e fragiliza os Estados. As suas causas ou explicações são de carácter biológico, psicológico, social, económico e político; as suas consequências fazem-se sentir nos mesmos planos.

Todos estes níveis de análises e as suas graduações convergem no uso de um conceito global de «fenómeno das drogas». Este fenómeno é de carácter antropológico porque faz e tem feito parte das formas de existência social do homem

Igualmente por esta mesma data, a OMS (Organização Mundial da Saúde) deixou de utilizar os conceitos «drugg addiction» (toxicomania) e «drug habituation» (hábito), substituindo-os pelo de dependência. Este conceito serve para indicar o estado ou situação resultante da recepção periódica ou repetida de uma substância química, natural ou artificial, que leva à saturação dos receptores nervosos dos seres humanos, modificando-lhes a actividade mental” (Ormazábal, 1999: 33-34).

Bibliografia

ORMAZÁBAL, T. René. (1999). Mamã Coca, Coca-Cola, Cocaína: Três Pessoas Numa Droga Só. Caminho. Lisboa.